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Peter Burke - Problemas da História Cultural

Por:   •  18/9/2019  •  Resenha  •  1.945 Palavras (8 Páginas)  •  258 Visualizações

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Problemas da História Cultural

O capítulo do livro fala sobre as tendências da História Cultural, onde as fontes e suposições deste estudo precisam ser questionadas, citando autores e suas contribuições, que leva a inúmeras\várias reflexões.

Sobre os contribuintes da história cultural temos Jacob Burckhardt e Johan Huizinga:

Burckhardt enfatiza seus estudos sobre a esfera do não coletivo que ele chamava de individualismo incorrigível. Burckhardt em uma das suas obras, um livro sobre a História da Grécia, defendia a Confiabilidade Relativa - no caso, a história política da Grécia era cheia de incertezas pq os gregos exageravam e até mentiam. Só que por outro lado, a história cultural tem um grau de certeza, pois na sua grande parte ela era construída a partir de conteúdos\materiais gerados de forma não intencional ou até mesmo de forma involuntário por fontes e documentos.

E como crítico ao Burckhardt, temos Huizinga que acreditava ser conveniente ao historiador delinear uma maneira individual de pensar, o conjunto de opiniões ou preconceitos que comandam o pensamento de um indivíduo ou grupo social (ele fala isso na sua obra Outono da Idade Média).

*Em relação ao método, Burckhardt e Huizinga foram muitas vezes criticados - chamados de impressionistas - anedóticos (fúteis).

O texto questiona “A história cultural está condenada a ser impressionista? Se não, qual alternativa?” Uma possibilidade é o que os franceses chamam de história serial, ou seja, uma análise de uma série cronológica de documentos.

No caso, a história cultural pode ser tanto impressionista quanto serial, partindo de um pressuposto que a análise de toda realidade do passado quer nos mostrar algo e o estudo científico também como um todo – e uma dialoga com a outra.

Entra em questão o problema levantado por John Clapham sobre leituras subjetivas dos textos onde existe uma alternativa possível chamada Análise de Conteúdo: que é escolher um texto ou corpus de textos, contando a frequência das referências analisando associações entre os temas.

Exemplifica o grupo de Saint-Cloud, que trabalhou com a Revolução Francesa, onde os resultados não foram satisfatórios levando-se em conta que as mesmas palavras podem significar coisas diferentes, agrupando métodos literários, a análise do discurso pode trabalhar similarmente, através da análise linguística, no caso, análise de discurso: uma análise linguística de textos maiores que uma frase isolada, abordagem com muita coisa em comum com a análise de conteúdo - mesmo que dê mais atenção à fala cotidiana, esquemas verbais, gêneros literários e as formas de narrativa.

A partir daí: Inicia-se uma comparação entre as abordagens de Burckhardt e as abordagens marxista da cultura, discutindo primeiro 1- a crítica marxista dos clássicos e depois 2- os problemas levantados por uma história marxista da cultura.

Debates marxistas (problemas da história marxista)

Entrando nessa parte do texto, temos como principal crítica marxista sobre a abordagem clássica da cultura é que ela “fica no ar”, ou seja, falta contato com qualquer outra base econômica ou social e outra crítica é também por superestimar a homogeneidade cultural e ignorar os conflitos;

Crítica essa vinda de Edward Thompson, que foi um marco muito importante para história cultural britânica com seu estudo “A formação da classe operária inglesa” (1963) que quando foi publicado sofreu várias críticas de alguns colegas marxistas, acusando de ‘Culturalismo’ (de dar ênfase nas experiências e ideias e não nas duras realidades econômicas, sociais e políticas) e a crítica que Thompson dá de volta é acusando-os de ‘Economicismo’. Essa tensão é então um dos problemas da história marxista.

 ?falar? Também para Thompson, a ideia de hegemonia cultural apresentava um conceito da relação entre cultura e sociedade melhor do que ‘superestrutura’ (...)

Essa crítica então, culturalismo ao marxismo, que vem com um marxista, no caso o Thompson - que analisa a história vista de baixo, da escola inglesa - Thompson revoluciona a História Cultural por criticar a ideia de superestrutura, questionando a ideia de um comportamento cultural definido pelas relações de produção - criticando o marxismo ortodoxo.

O marxismo entende a cultura e todos os elementos culturais definidos a partir das relações materiais ligadas à: produção, classes sociais e a luta de classe. A história cultural diz que não, não dá pra basear tudo em relações econômicas, existem outros aspectos que devem ser considerados, não é economicismo.

“Uma coisa é você ignorar as relações de produção\economia para compreender demais aspectos sociais, outra coisa é você considerar que todos esses outros aspectos além da economia não podem ser explicados só pela economia” → CRÍTICA DO THOMPSON.

Daí, justamente a crítica marxista aos Historiadores culturais\culturalismo é que eles pensam em cultura sem considerar as dinâmicas materiais das relações de trabalho; E a resposta dos historiadores culturais\culturalistas aos marxistas é que nem tudo é definido pelas relações econômicas de produção.

Acredito que para entender História Cultural vem dos estudos a partir de Marx e Weber. Marx considera que as relações de produção determinam os elementos culturais da sociedade, ou seja, a cultura é definida economicamente.

Enquanto Weber critica Marx (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo) indicando que outros elementos importam e que podem ser condicionados pela economia mas são também condicionantes dela. Por exemplo: religião.

?falar? O texto cita a ideia de Hegemonia Cultural, que falamos acima, é a partir do Antonio Gramsci, que as classes dominantes exercem poder não apenas diretamente pela força ou ameaça da força, mas também pelas suas ideias, mas o questionamento gira em torno de: Como não colocar a cultura como hegemônica?

No texto foram propostas duas respostas: estudar as tradições culturais e a cultura erudita e popular como subculturas, mas isso acaba sendo problemático – depois em outra parte do texto fala melhor sobre isso.

Os paradoxos da tradição

“A ideia de cultura implica a ideia de tradição” (...)

Como muitas tradições podiam coexistir facilmente na mesma sociedade – laica e religiosa, masculina e feminina, enfim – lidar com a ideia de tradição libera os historiadores culturais da suposição de unidade ou homogeneidade de uma ‘era’.

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