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Positivismo e Ilustração: Origens das idéias proclamatórias

Por:   •  8/6/2017  •  Artigo  •  1.899 Palavras (8 Páginas)  •  688 Visualizações

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Positivismo e Ilustração: Origens das idéias proclamatórias

Élcio Batista Matos

Divinópolis / MG

Novembro de 2016

Élcio Batista Matos

Positivismo e Ilustração: Origens das idéias proclamatórias

Relatório reflexivo apresentado à Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito à obtenção parcial de créditos na disciplina “HISTORIA DO BRASIL III” Professora: Izaac Eder

Divinópolis / MG

Novembro de 2016

 

Resumo:

Este artigo pretende, recorrendo aos pensamentos filosóficos e políticos no contexto da inauguração da república brasileira, indicar as possíveis influências que causaram nesta movimentação histórica. Para tanto será feita uma contextualização do momento em que o país vivia quando a república foi proclamada e do que se entende por positivismo e iluminismo (ilustração). Por fim, será indicada a influência destes movimentos do pensamento filosófico no contexto da república ainda embrionária.

Palavras chave: Brasil República, Iluminismo ou Ilustração, Positivismo.

1. O Brasil República: seu contexto e os principais agentes históricos.

        A primeira república, também conhecida como república velha, foi o resultado de uma longa atividade política que culminou no movimento de militar que em 15 de novembro de 1889, destronou o imperador D. Pedro II. Até que este fato se concretizasse o Brasil vivia o regime imperial. Durante este regime, iniciou-se em 1873 o PRP – Partido Republicano Paulista, que orientado por idéias republicanas perpetrou o destronamento do imperador e causou, por conseguinte o fim do Império.

        Considerando que os eventos históricos mais importantes deste período são de conhecimento geral, este artigo voltará o olhar para os agentes políticos consagrados e para suas motivações, idéias e inspirações. Para tanto, faz-se necessário entender que o PRP foi fundado durante a convenção de Itu, a primeira convenção republicana do Brasil, em 18 de abril de 1873, na residência de Carlos Vasconcelos de Almeida Prado, cidadão paulistano. O mais interessante é notar que Prudente de Morais, Américo Brasiliense de Almeida Melo, Bernardino José de Campos Júnior, Américo de Campose João Tibiriçá Piratininga, estavam presentes, este último presidindo a convenção.

        Ao final desta convenção, as deliberações concluíram na campanha liberal pela formulação da república e fim do Império. Foi estabelecido então, um governo de caráter provisório concentrado nas mãos de Deodoro da Fonseca que recebeu plenos poderes para a condução da república. Foi desenhada uma bandeira provisória para o país, porém ela foi desconsiderada e por insistência de Deodoro a bandeira que ainda vigora na atualidade substituiu a anterior.  

        Este é o ponto em que se marca a influência das perspectivas filosóficas e da história das idéias que este artigo pretende investigar, a bandeira nacional tem uma forte influência do pensamento positivista e apesar de vários autores darem mais importância ao fato do que parece ser justo, é inegável como ela existe. O que muitos autores desconsideram é que há uma grande proximidade entre o pensamento iluminista, especialmente o iluminismo francês e a motivação ideológica do positivismo na filosofia que culminou no ideário político, dispersando-se em diversas facetas, no Brasil e em outras partes do mundo. Esta relação será indicada posteriormente, antes disso é preciso uma breve introdução sobre o iluminismo e o positivismo.

2. Iluminismo sec. XVIII e Positivismo sec. XIX

        O Iluminismo (Ilustração) foi um movimento filosófico cujas origens são diversas e suas ocorrências são tão variadas quanto seus desdobramentos. É sabido de uma grande vertente desde movimento na Escócia, França, Inglaterra e mesmo no Brasil, no caso deste último, na política, culminando na Inconfidência Mineira. Usualmente considera-se Diderot, o enciclopedista francês, como o marco inicial do movimento, porém, vários historiadores percebem a necessidade de ampliar este marco a outros autores, países e épocas.

        O que se pode dizer com segurança sobre o Iluminismo é que ele possui idéias laicas, empíricas e uma proposta de educação social. O chamado Século das Luzes (XVIII), em oposição a Idade das Trevas sobreviveu no campo das motivações ideológicas até o positivismo no século XIX. Faz-se importante dizer que o Positivismo não é uma continuidade do Iluminismo, mas uma apropriação de alguns elementos do movimento filosófico. Estes elementos são: a completa separação entre o estado e a religião, a elevação da ciência e da pesquisa empírica ao status de fim ideal do pensamento reflexivo e por fim o inventivo da razão e o desincentivo da superstição.

        O autor mais famoso do pensamento Positivista é seu criador: Augusto Comte, filósofo francês que além de fundar a sociologia, trabalhou intensamente para a difusão e divulgação das idéias positivistas. Sua principal obra é o tomo de seis volumes nomeado de “Sistema de Filosofia Positiva”, que influenciou outros autores e vários acadêmicos e letrados. Esta influência se estendeu ao Brasil e sobrevive até a atualidade através da filosofia, sociologia e mesmo da controversa Igreja Positivista com seus Templos da Humanidade.

        A importância de recuperar o Iluminismo neste contexto é a conseqüente recuperação de uma linha histórica. Comte, fundador do Positivismo, era um ávido leitor de autores Iluministas, como Direrot, Rousseau, Voltaire e Locke. O Positivismo é um desdobramento social do Iluminismo. Diversas idéias políticas do Brasil República foram motivadas por bases Positivistas. Assim, temos uma curiosa e necessária reconstrução do pensamento histórico. A República brasileira, fundada sobre idéias Positivas que se originou de pensamentos apropriados do Iluminismo, este último, por sua vez surgindo em diversos contextos como uma contraposição ao pensamento teológico e escolástico medieval.

        Este longo percurso coloca as origens do Brasil República no grande cenário mundial e proporciona a compreensão de uma longa linha histórica. É imperativo elucidar que existe um sem número de nuances neste percurso, é impossível descrever todos, mas basta dizer que o Iluminismo mais difundido, o dos enciclopedistas jamais culminaria numa igreja Positivista, como acabou acontecendo no Brasil. São posições distintas, porém com uma mesma matriz, o próprio Positivismo tem vertentes distintas, o Positivismo Lógico do Círculo de Viena é um exemplo.

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