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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: DITADURA E DEMOCRACIA NO BRASIL

Por:   •  9/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.800 Palavras (12 Páginas)  •  339 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

WILLIAM KLEYTON COSTA

        

TRABALHO DE BRASIL REPÚBLICA

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: DITADURA E DEMOCRACIA NO BRASIL.

Ribeirão Preto-SP

2015

Trabalho orientado pelo Professor Ms. Ricardo M. Scatena, ministrado na disciplina de Brasil República do Centro Universitário Barão de Mauá.

DITADURA NO BRASIL: UMA INCÔMODA E CONTRADITÓRIA MEMÓRIA

        Este capítulo é uma espécie de introdução a cada um dos outros seis capítulos. Aqui, o autor coloca em evidência a problemática da memória em torno do período. É como se ele nos chamasse atenção para o fato de que é preciso estar atento às verdades mais recorrentes relacionadas ao tema e estar disposto a compreender elas como construções sociais que, para Daniel Aarão dos Reis, está mais vinculada à memória do assunto em questão do à questão empírica histórica. Deste modo, ele irá analisar a resistência à ditadura. Como ele mesmo diz:

“Assim, em vez de abrir amplo debate sobre as bases sociais da ditadura, escolheu-se em outro caminho, mais tranquilo e seguro, avaliado politicamente mais eficaz, o de valorizar versões memoriais apaziguadoras onde todos possam encontrar um lugar.” (REIS FILHO, 2014, p. 8)

Assim, ele trabalhará com a contraposição existente na ditadura, mostrando, através de publicações que, embora tenha certa dificuldade para compreender a fundo a própria ditadura, serviram como reconstrução histórica, girando em torno dos termos Memória e Resistência. A ambivalência que ele cita em seu livro refere-se, de um lado, aos grupos de esquerda que lutam contra a ditadura e ‘ganhariam uma obra se síntese quando veio à luz, alguns anos mais tarde, o livro Brasil: nunca mais (REIS, 2014). O outro lado pertence, então, às forças armadas a ditadura que, na década de 1980 expôs sua posição através do projeto Orvil, onde explicam ‘a ditadura como recurso último e legítimo contra ações esquerdistas que desembocariam (…) na instauração de uma ditadura socialista no país (REIS, 2014).

A GÊNESE DA DITADURA (1961-1964)

Como sugerido no título, aqui Daniel desenvolve os conceitos pré-ditadura, que auxiliaram para a existência da mesma no Brasil. Ele, portanto, traça um panorama da conjuntura internacional e nacional daquele momento histórico. O modelo do nacional-estatismo ganha força nesta análise, como o modelo derrotado.

Em um primeiro momento, o autor irá delinear alguns acontecimentos externos que, não somente mudaram a sociedade do país de origem, mas também causou um despertar para um pensamento diferente em outros países. Independências após a Segunda Guerra Mundial, alguns conceitos de neocolonialismo. Acontecimentos que contribuíram para um pensamento ditatorial.  Um exemplo disto é sua explicação a respeito da Revolução Cubana que “pode ser avaliada como um outro elo, mais radical, da longa luta do nacionalismo latino-americano pela conquista da autonomia” (REIS, 2014). Posteriormente, irá ser abordado a então derrota do nacional-estatismo, costurando uma trajetória dos respectivos presidentes com suas ideologias e intenções até, finalmente à chegada do golpe militar em 1964 com a comemoração da direita diante da derrota dos apoiadores das reformas e do projeto popular.

DITADURA OU DEMOCRACIA: A BUSCA DE UMA IDENTIDADE

(1964-1968)

Na terceira parte do livro, passa-se por uma análise da chegada de Castelo Branco ao poder e as tentativas de remoção do modelo nacional-estatista e sua substituição pelo internacional- liberalismo, de alinhamento incondicional aos interesses dos Estados Unidos. Ele ainda traça um caminho até chegar à enfim declaração aberta de uma real ditadura. Delineando a primeira parte do período e definindo-o como uma fase branda e formada com o intuito defensivo.

Assim, ele passeia pelos primeiros governos após o golpe – começando pelo presidente Castello Branco, mostrando suas nuances, ideias, apoiadores (Arena, PSD, UDN) e os que se diziam contrários, mas deram apoio inicial (OAB, CNBB, ABI), além da implantação dos primeiros Atos Inconstitucionais.  Posteriormente, já em 1967 com Costa e Silva, mostra-se, embora haja um considerável crescimento interno no país, o início de algumas manifestações reivindicatórias que, de forma desproporcional, iriam enfrentar o novo governo

OS ANOS DE OURO E DE CHUMBO: A RETOMADA DO NACIONAL-ESTATISMO (1968-1974)

        Neste capítulo, o autor aborda características dos chamados Anos de Ouro e dos Anos de Chumbo durante o período inicial da ditadura militar no Brasil. Inicialmente o aparecimento de uma guerrilha (urbana e rural) são tópicos abordados como o início de uma luta armada contra a ditadura militar. O autor cita exemplos, como a captura de homens importantes no quadro político, como por exemplo o cônsul japonês e o embaixador alemão, figurando uma espécie de luta e contestação por parte dos guerrilheiros. Nomes de importantes líderes armados são citados, como Marighela e Lamarca, por exemplo. Embora esta “guerra” era algo que nem todos tinham conhecimento, ou melhor, não era toda a população que compreendia o motivo da guerrilha, e que portanto um número relativamente pequeno de pessoas seguravam armas ao lado dos guerrilheiros – segundo o autor a guerrilha pareceu fraca demais. Dentro deste cenário, mais precisamente em 1969 quando Emílio G. Médici assume o poder, o Brasil passa pelo Milagre Econômico. Tal período foi caracterizado por um aumento significativo do Produto Nacional Bruto, bem como o avanço da industrialização no país, os altos índices de exportações, o aparecimento de uma indústria petroquímica brasileira, a inovação tecnológica no campo da agricultura, e o sofisticado sistema bancário levaram o Brasil à uma euforia desenvolvimentista que foi chamada de “milagre brasileiro”.

        De fato não estava tudo às mil maravilhas. A ditadura que até então contou com o apoio popular passou a ser questionada – a tortura passou a ser cada vez mais criminalizada e os demasiados êxitos econômicos do Estado não conseguiam mais esconder as desigualdades sociais. É claro que muitos programas sociais surtiram efeitos consideráveis, porém muitos não passaram de teorias, como por exemplo o fracasso do Mobral. Por esses e outros motivos, o aparecimento cada vez maior de sindicatos (urbanos e rurais) fez-se presente. O milagre brasileiro beneficiou muitos setores da população, contribuindo é claro para os planos de modernização do Brasil, porém paga à preço pelas camadas não beneficiadas, como os indígenas, os trabalhadores sem qualificação, os desempregados e desabrigados (os excluídos).

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