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RESUMO DA HITÓRIA DA ENFERMAGEM NO BRASIL

Por:   •  28/11/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.988 Palavras (8 Páginas)  •  1.382 Visualizações

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A Enfermagem surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. No Brasil, a história dessa profissão se iniciou desde o período colonial, quando os portugueses em suas primeiras tentativas de colonização incluíram em seu programa, que pretendia evangelizar e catequizar, a abertura de Santas Casas de Misericórdia, tipo de casa de caridade comum em Portugal. Essas instituições foram de extrema importância no amparo aos pobres e órfãos de nossa região. A profissão se difundiu perante esses simples atos de prestação de cuidados aos necessitados, sendo realizados, em sua maioria, por grupos de escravos que trabalham nos domicílios, voluntários e religiosos, como o Padre José de Anchieta, que desenvolveu um manual que auxiliava na comunicação dos jesuítas com os nativos, que foi necessário para o processo de integração. Anchieta chegou ao Brasil com a esquadra liderada por Diogo Flores Valdez, e foi uma figura importantíssima no que diz respeito à saúde do povo brasileiro, pois não se limitou somente ao processo de catequização, trabalhou arduamente recolhendo os enfermos e exerceu atividades de médico e enfermeiro, improvisando o núcleo hospitalar que deu origem a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (casas como essa teriam surgido em outras regiões do Brasil, a primeira sendo fundada na Vila de Santos, no ano de 1543, por Braz Cubas). A terapêutica e os estudos de valor sobre as terras brasileiras e seus primitivos habitantes foram registrados, de forma minunciosamente descritas, em inúmeros documentos deixados por Anchieta, figura célebre. Outra figura de destaque é Frei Fabiano de Cristo, Franciscano, que exerceu suas atividades de enfermeiro durante quase 40 anos no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, no século XVIII. Com a chegada de religiosos ao Brasil, os estabelecimentos de assistência iam sendo entregues, e pela grande atuação dos mesmos supõe-se que eles faziam o trabalho de supervisão das tarefas gerais de enfermagem, que eram exercidas por pessoas treinadas, visto que não se tem registro a respeito da enfermagem de nossas primitivas Casas de Misericórdia. No ano de 1852, as Irmãs de Caridade vieram ao Brasil, na Santa Casa do Rio. E no ano de 1680 foi aberta a de São Paulo. Na Bahia, vivia Francisca de Sande, a primeira voluntária de enfermagem no Brasil, que dedicou sua viuvez ao cuidado dos enfermos, improvisando hospitais para ajudar os doentes que adquiriram epidemias que assolavam seu estado. Em aspectos de saúde voltados as gestantes e crianças desamparadas, não tinha sido tomada nenhuma atitude, por isso, no ano de 1738, após uma manifestação feita mediante uma carta régia dirigida ao Governador da Província do Rio de Janeiro, Romão de Matos Duarte fundou a Casa dos expostos, voltada ao acolhimento de crianças que necessitavam de cuidados. Durante muito tempo os resultados não foram bons, mas com a vinda das Irmãs de Caridade, em 1856, os índices de mortalidade diminuíram consideravelmente. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade, graças ao empenho de José Bonifácio Andrade e Silva. Foi justamente na obstetrícia que a enfermagem registrou seu principal progresso, principalmente com o feito de cursos de parteiras, tendo Ana Joaquina como a primeira diplomada. A primeira sala de partos foi instalada na Casa dos Expostos em 1822 e em 1832 organizou-se o ensino médio e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tendo diplomado a célebre Madame Durocher, sendo a primeira parteira formada no Brasil pela escola de parteiras na Faculdade de Medicina. Na primeira metade no século XX, decorrente da grande variedade de teses médicas que foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, abriram-se novos horizontes e inúmeras novas realizações, como no campo da pediatria por exemplo. Esse progresso da medicina, no entanto, não teve influência mediata sobre a enfermagem e assim sendo, poucos foram os nomes que se destacaram nesse período imperial na área da enfermagem, mas dentre os raros, merece especial menção o de Ana Néri. Dia 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antônio Néri, daí o nome Ana Néri, com quem teve três filhos: Isidoro Antônio Néri Filho, Justiniano de Castro Rebelo, que eram médicos militares, e Pedro Antônio Néri que seguiu carreira militar, ficando viúva aos 30 anos. Em 1865, o Brasil entra em guerra contra o Paraguai e seus filhos, seu irmão e outros parentes foram convocados. Sem hesitar, com o coração cheio de tristeza, Ana escreve ao Presidente da Província da Bahia, oferecendo seus serviços para servir aos feridos na guerra. Pouco tempo depois Ana Néri recebe o comunicado de que seu pedido foi aceito, então ela embarcou rumo ao Rio Grande do Sul, onde teve aulas com as Irmãs de Caridade. Logo depois foi para os campos de batalha. Atuou em Curupati, Humaitá, Assunção e Corrientes sem medir esforços. Onde não havia hospital ela improvisava um, como no caso de sua casa comprada em prol dos feridos que necessitam de ajuda. E foi no meio de tudo isso que ela recebeu a notícia da morte de seu filho mais novo. Abalada, mas dedicada à sua missão, Ana continuava com toda dedicação, que não dependia da hora e nem lugar, valendo-lhe o título de Mãe dos Brasileiros. Porém, não eram só brasileiros que ela socorria, bastava está ferido para merecer-lhes os mais desvelados cuidados. Após longos cinco anos, com o fim da guerra, Ana volta ao Brasil, trazendo consigo três órfãos da guerra que perderam seus pais nos campos de batalha. Com a sua chegada ao Brasil, ela é acolhida com muito carinho e louvor. O Imperador D. Pedro II concedeu-lhe uma pensão anual e condecorou-a com as medalhas humanitárias de segunda classe e de campanha. Continuou seu trabalho em prol dos pobres e dos doentes, mas veio a falecer no dia 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade. Sua imagem, pintada ao óleo, por Victor Meireles, foi colocado no edifício do Paço Municipal de Salvador. Foi homenageada com o seu nome dado a primeira escola de alto padrão de enfermagem no Brasil, tendo também um museu que conta sua história na Bahia. Foi precursora da Cruz Vermelha, que veio a ser organizada e instalada no Brasil somente em fins de 1908, com a cooperação de Sociedade de Medicina. Oswaldo Cruz, foi o seu primeiro presidente, presenciando o grande progresso que foi incentivado principalmente pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com a grande atuação da Cruz Vermelha. Teve grande importância no processo de organização de postos, de hospitalização de doentes e envio de socorristas aos hospitais e também aos domicílios, durante a epidemia de gripe espanhola (1918). Atuou também socorrendo os afetados pelas secas no Nordeste e as vítimas das inundações, nos estados de Sergipe e Bahia. A Cruz Vermelha passou por um grande processo de desenvolvimento com a formação de voluntárias, por meio de cursos para o preparo de profissionais, visto que se reconheceu a necessidade da formação de enfermeiros. De início o curso era de dois anos, depois passou para três. Hoje em dia, a Cruz Vermelha mantém cursos de auxiliares de enfermagem em suas várias instituições. No campo da Saúde Pública, dois nomes ganham um grande destaque pelo excelentíssimo trabalho na evolução das organizações sanitárias no Brasil, seriam eles Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, tendo contribuído também na criação da medicina preventiva e no desenvolvimento da enfermagem na Saúde Pública. Foi decorrente desses importantes trabalhos que se viu a necessidade da presença e dos serviços dos enfermeiros nos domicílios, visando à prevenção da doença e não somente a cura. Florence Ninghtingale, ao iniciar sua escola de enfermagem, incluiu nos objetivos da mesma, o preparo das enfermeiras para atender aos pobres e necessitados em suas residências. Florence fez história mundialmente pela sua atuação nos cuidados aos feridos durante a Guerra da Criméia. Nascida no dia 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Superinteligente, poliglota, culta e refinada, surpreendeu sua família com a escolha de seu destino. Um certo dia Florence escutou uma voz que conversou com ela e lhe revelou uma grande missão. Ela afirma que era Deus, mas sua família mesmo assim não concordou com sua vontade de servir aos doentes e necessitados. Convicta e decidida a seguir sua vocação, Florence se prepara para sua missão buscando o máximo de conhecimento possível, julgando os seus ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia e Ordem Católica de Enfermeiras. Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo e em 1854 encontra sua grande oportunidade: a Guerra da Criméia. Ela inicia uma organização de voluntárias e parte para o campo de batalha com 38. Lá os soldados se encontram no maior abandono, com um percentual de mortalidade equivalente a 40%. Com uma espetacular atuação no cuidado desses soldados, a mortalidade decresce para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela foi imortalizada como a “Dama da Lâmpada”, por sair com uma lâmpada nas mãos, percorrendo as enfermarias, em meio a uma escuridão, para atender aos doentes. Durante a guerra Florence contrai tifo e ao retornar ao seu país, em 1856, ela é condecorada e exaltada pelo excelentíssimo trabalho. Recebeu um prêmio do Governo Inglês, e com ele conseguiu fundar uma Escola de Enfermagem. Morreu em 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino da enfermagem e um exemplo de dedicação que deve ser seguido. Seus trabalhos intelectuais foram muito importantes para o desenvolvimento da profissão. No campo da psiquiatria, havia ainda um grande impasse para ser resolvido, visto que os doentes mentais foram os que mais sofreram pela ignorância de médicos e enfermeiros. Acreditava-se que a doença mental fosse uma possessão diabólica, sendo assim a maneira de tratamento era feita de forma violenta e muito cruel. Mas ao decorrer dos anos, mesmo que de forma bem lenta, as coisas foram se modificando, principalmente com funcionamento do Hotel Dieu, em Paris, que começou a hospitalizar os doentes. Eram duas enfermarias destinadas aos alienados (como eram chamados os doentes mentais), uma para os homens e outra para as mulheres. Além de Paris, o Hospital de Todos os Santos em Lisboa também prestou cuidados aos mesmos. No entanto, os maus-tratos ainda eram presentes nos tratamentos realizados nesses espaços, o que só veio a mudar a partir do concretização dos princípios humanitaristas aplicados no campo da assistência geral, dando destaque a grandes nomes na luta contra tanta crueldade, seriam eles: Dorothea Orem, William Tuke e Filipe Pinel. A primeira iniciativa da fundação de uma Escola de Enfermagem de alto padrão foi de Carlos Chagas: a Escola de Enfermagem Do Departamento de Saúde Pública, que mais viria a se chamar de Ana Néri. Teve sua primeira turma formada no dia 19 de fevereiro de 1923, composta por 14 alunas em regime de internato, tendo sido diplomada em 19 de junho de 1925. Esse curso teve duração de 28 meses, porém esse número aumentou, pois, a segunda turma teve 32 meses em aula e a terceira 36, equivalente a 4 anos letivos. A reforma da enfermagem, elaborada por Florence Nightingale previa dois tipos de formação profissional: o das supervisoras e o das enfermeiras, para o serviço direto com os doentes. Com isso foi dado a todas alunas um curso básico, onde as mais preparadas estudariam posteriormente para cargos de maiores responsabilidades. Com isso, pode-se ver o crescente progresso da profissão, a maior atenção dada aos problemas de saúde pública e o aumento da responsabilidade com o cuidado aos doentes, dessa forma, pensou-se na formação de um grupo auxiliar de enfermagem, capaz de ajudar na organização e cuidado dos necessitados.  Foram criados cursos de 1 ano de duração, onde o primeiro dado foi em Belo Horizonte, na Escola Carlos Chagas e depois na Escola Ana Néri com 18 meses de duração. Esse foi um longo processo de desenvolvimento que deu origem a nossa profissão.

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