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Resenha Crítica - Os Usos Culturais Da Cultura

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Por:   •  16/5/2014  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  1.287 Visualizações

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Resenha crítica

A resposta do planejamento turístico diante de questões culturais

¨Os ¨usos culturais¨ da cultura, Contribuição para uma abordagem crítica das práticas e políticas culturais (MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. In: Yazigi, Eduardo e outros. Turismo, paisagem e cultura. São Paulo: HUCITEC, 1996.

O autor é Professor Emérito da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, titular aposentado de História Antiga, docente do programa de Pós-Graduação em História Social, Licenciado em Letras Clássicas (USP, 1959), Doutorado em Arqueologia Clássica (Sorbonne, 1964). Dirigiu o Museu Paulista/USP (1989-1994), organizou o Museu de Arqueologia e Etnologia/USP (1963-8) e o dirigiu (1968-78). Membro do Conselho Superior da FAPESP (1977-79), da Missão arqueológica francesa na Grécia (antigo membro estrangeiro), do CONDEPHAAT (1971-87, 1996-2004, 2006-7), do Conselho do IPHAN (desde 2005). Fez pesquisas e publicou, no Brasil e no Exterior, nas áreas de História Antiga (história da cultura, pintura helenística, urbanismo antigo), cultura material, cultura visual, patrimônio cultural, museus e museologia. Recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (2002).

(disponível em <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4727442T4>)

A transcrição da palestra proferida pelo Professor Ulpiano T. Bezerra de Meneses, no encerramento do Congresso Internacional de Geografia e Planejamento do Turismo/ Sol e Território reúne reflexões selecionadas para analisar a problemática do turismo cultural.

O autor cita que a expressão-título do texto – Uso da cultura poderia supor uma visão materialista e objetiva da cultura quando na realidade a cultura não é externa aos sujeitos sociais e sim incorporada à vida social. O autor cita como pontos presentes no texto, porém não considerados na análise, o emprego da cultura como demarcador de fronteiras, como base de sustentação do status e de alimentação do prestígio e como vetor de alienação em nosso mundo, bem como a indústria cultural. O desejo do autor é discutir os usos e funções culturais, o que define como uso cultural da cultura. São citados conceitos já definidos anteriormente por cientistas sociais e antropólogos, como Alfred Kroeber e Clyde Kluckhon. As citações são apenas referências utilizadas pelo autor para contextualizar cultura e referenciar o campo, para então trabalhar dentro das referências sugeridas. O autor situa a cultura no universo do sentido sendo toda a sua complexidade ligada à produção, circulação e uso dado às significações comportadas pela cultura. Segundo o autor, a cultura engloba tanto aspectos materiais como não materiais e transparece empiricamente no cotidiano. Portanto, a cultura é antes de um refinamento ou sofisticação, uma condição de produção e reprodução da sociedade. O autor utiliza exemplos e referências com as quais não concorda para reforçar as suas próprias contextualizações.

São apresentadas quatro proposições com a finalidade de facilitar o entendimento do universo da cultura, especificamente no que está ligado ao turismo.

A primeira proposição é: Cultura: escolha, sentido, valor. O autor expõe que as fronteiras entre os homens e animais não são nítidas e estáveis como se pensava há alguns anos. No comportamento humano o traço fundamental é a opção e houve não só o desenvolvimento de línguas, dialetos e sotaques, mas também padrões sempre instáveis, sujeitos a transformações. No comportamento animal os compromissos biológicos são determinantes e há mudanças evolutivas, porém não mudanças históricas, excluindo-se as situações dependentes da cultura como domesticação e amestragem. As escolhas humanas não são aleatórias e mecânicas e dependem das significações atribuídas e como são hierarquizadas. O autor compara a alimentação animal, citando que os animais não mudam de alimentos em dias especiais, bem como não se entediam com a repetição da dieta com um banquete e suas múltiplas escolhas e derivações, citando que nesta forma de alimentação, não apenas uma necessidade biológica é atendida, mas também uma série de sentidos e valores. Participar de um banquete é distinguir-se das pessoas que não podem ou não devem participar. O autor cita ainda que o mundo globalizado tende à homogeneização e que o turismo deve respeitar a dimensão plural da cultura, considerando como ponto importante o direito à diferença em detrimento do direito à cultura.

A segunda proposição é Cultura e conflito. O autor expõe que sendo o universo da cultura um universo historicamente criado, os valores precisam ser explicitados, pois não são espontâneos, não nascem com o individuo, não são produtos da natureza e decorrem da ação social. O autor ressalta ainda o caráter político do universo cultural, indicando que o campo cultural está estreitamente ligado ao poder e que já é uma forma cultural de agir pretender que a cultura tenha funções anestésicas, de harmonização e integração social. O tombamento dos patrimônios históricos é citado como uma forma institucional de indicação de valor.

A terceira proposição é Valor Cultural e fetichismo. O autor afirma que o valor cultural não está nas coisas, mas é produzido no jogo concreto das relações sociais. Segue seu raciocínio exemplificando que os objetos em si têm características físico-químicas e que as sociedades é que mobilizam tais propriedades, como um quadro, que seria segundo a visão do autor, uma articulação de superfícies e pigmentos. Cita exemplos históricos dos critérios de avaliação e percepção dos bens culturais ao longo dos séculos e conclui pontuando a importância de desfetichizar o campo da cultura.

A quarta proposição diz respeito às Políticas culturais, que segundo o autor, devem se referir à totalidade da experiência social e não apenas a segmentos privilegiados. O autor confirma a citação

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