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Revolta Sabinada

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Por:   •  21/7/2014  •  1.424 Palavras (6 Páginas)  •  474 Visualizações

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Massacre em Salvador

Rebeldes da Sabinada tomaram o poder e proclamaram a república na Bahia, mas pagaram um preço bem alto por tamanha ousadia

Os 5 dias 13, 14 e 15 de Março de 1838 foram os mais sangrentos da historia da cidade de Salvador Nuvens de fumaça de mais de sessenta prédios incendiados escureciam o ar. Desesperados, soldados e oficiais rebeldes, acossados pelas forças imperiais, abandonaram seus postos e largaram os uniformes pelas ruas; outros arrombavam vendas e botequins, de onde saiam bêbados e sem rumo. Chegava ao fim a Sabinada - o mais bem-sucedido movimento armado urbano entre todos os que afrontaram o poder central no tempo da Regência. Os revoltosos assumiram o controle de Salvador, então a segunda maior cidade do Brasil, quatro meses antes. Agora, vencidos , cairam por terra em meio a um verdadeiro massacre.

“Uma testemunha ocular relatou que, nesses dias de caos, rebeldes foram assassinados “mesmo depois de deporem as armas”, e que muitos, depois de presos,” eram fuzilados de súbito”, sem nenhuma piedade. Segundo o general que comandou o assalto final em Salvador, o salto foi 1.091 mortos entre os rebeldes, contra 40 baixas entre os soldados legalistas.

De tão eufóricos com vitória, os rebeldes não esperavam, decerto, um final tão trágico na noite de 6 para 7 de novembro de 1837, quando tomaram o poder. Haviam realizado tal façanha, a bem dizer, pacificamente, sem perda de vidas. Após derrubarem o governo provincial, oficiais de artilharia e de infantaria, aliados e exaltados (adeptos de uma versão radical do liberalismo), fizeram uma reunião na Câmara Municipal, quando declararam a Bahia “inteira e perfeitamente desligada do governo denominado central do Rio de Janeiro”.

Prometiam convocar eleições e uma Assembléia Constituinte para deliberar sobre a organização política da nova republica independente. Elegeram como presidente Inocêncio da Rocha Galvão e comovice-presidente, João Carneiro da Silva Rego. Apesar de ser apenas o secretario do novo governo, o medico jornalista Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira (1796-1846) era o principal lider político do movimento, e acabou dando seu nome a revolta.

Embora a Sabinada fosse vista pelo outro lado como uma grave ameaça a unidade nacional brasileira, a monarquia do jovem D. PedroII (que assumira o trono 1841), os rebeldes não cogitavam, na verdade, uma ruptura com o governo central. Quatro dias depois da declaração da independência, a liderança modificou-a, no sentido de limitar a independência (e a república) até o fim da minoridade do imperador, que faria dezoito anos no dia dois de dezembro de 1843. Declaração curiosa de uma independência temporária, ela significava que os sabinos não eram, em si, separatistas. Não se queixavam de pertencer ao Brasil; queixavam-se do governo do Império.

A renuncia do regente eleito, Diogo Antonio Feijó (1784-1843), em setembro de 1837, justificava a revolta, pois Feijó era bastante simpático ao federalismo, e Sabino temia que o novo governo imperial diminuísse a autonomia provincial. Nas paginas do seu jornal, o novo Diário da Bahia, ele condenava os impostos, que so beneficiariam a Corte. Exaltados como Sabino insistiam na igualdade jurídica entre os homens livres; condenavam a dominação da sociedade por uma pequena elite e criticavam o despotismo e a tirania das autoridades.

Embora a Sabinada fosse considerada um movimento separatista que ameaçava a unidade nacional, os rebeldes não pensavam em romper completamente com o governo e o império

Eram também patriotas, que repetidamente fustigavam os portugueses que dominavam o mercado varejista de Salvador.

Os militares, além de pertencerem, em sua maioria, à classe urbanapobre, tinham suas próprias queixas profissionais. A redução de efeito militardesde 1831 deixara muitos oficiais desempregados. A Guarda Nacional, com seus oficiais eleitos, criada naquele mesmo ano, parecia uma tentativa de substituir o Exército por uma força civil. Ademais, a criação da Guarda implicava a abolição da milícia colonial. Organizada desde o século XVIII com batalhões segregados de brancos, pardos e pretos, a milícia ainda era uma instituição forte na década de 1820. A grande maioria de seu efeito era constituída de homens negros (pardos e pretos), e seus oficiais negros eram líderes populares importantes.

Alguns deles, como Francisco Xavier Bigode (1772-1838), tenente-coronel do batalhão “dos Henriques” (assim alcunhado em homenagem a Henrique Dias, herói negro das guerras contra os holandeses no século XVII), apoavam a monarquia de D. Pedro I, mas, com a extinção da milícia em 1831, ficaram desempregados, começando a questionar o regime imperial, que, na sua opinião, os tratava com desdém. Dessa forma, a Sabinada foi uma aliança de liberais radicais (exaltados), militares do Exército e a milícia negra da cidade, fortementeapoiada pela população livre de cor. Depois de promover os oficiais e de aumentar os salários dos soldados, a Sabinada aboliu a Guerra Nacional e chamou os milicianos para a defesa da república. Bigode voltou assim à ativa e comandou uma batalhão de soldados negros, muitos deles ex-milicianos.

Uma vez vitoriosa, a liderança da Sabinada fazia pouco, mas falava muito. Reiterava suas queixas contra o Rio de Janeiro, mas também enfatizava seu “amor à ordem”. Prometia preservar a propriedade privada, inclusive a escravidão, e sustentar a lei, a monarquia e a religião. Era uma tentativa

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