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Revolução Industrial

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Por:   •  26/7/2014  •  6.854 Palavras (28 Páginas)  •  187 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O tema de investigação desenvolvido neste trabalho de investigação é a Revolução Industrial, também designada de Industrialização; consiste numa transformação profunda, a mais radical desde o período neolítico, dos sistemas de trabalho e da estrutura da sociedade e ocorreu na segunda metade do século XVIII, em Inglaterra, difundindo-se depois a outras nações europeias.

Passou-se do velho mundo rural ao mundo das cidades tentaculares, do trabalho manual à máquina, da oficina à fábrica. Os trabalhadores rurais abandonam os campos e deslocam-se para trabalhar nas cidades, enquanto o trabalho artesanal desaparece quase completamente; surge uma nova classe de profissionais, empreendedores, técnicos; nas concentrações industriais surge também o proletariado, massa de mão-de-obra que trabalha com máquinas que não são suas. Tudo se transforma: trabalho, mentalidades, grupos sociais.

Não é um processo repentino, como o de uma revolução política, mas um processo duradouro; Também não é apenas um processo de industrialização já que se produzem mudanças igualmente duradouras quer na agricultura quer na sociedade. Trata-se de um complexo conjunto de fenómenos.

Esta revolução está na base do mundo contemporâneo e qualquer acontecimento relevante ocorrido no mundo desde meados do século XVIII está relacionado de modo mais ou menos directo com esta transformação.

Alguns dos traços que se consideraram definitivos da revolução industrial podem também ser encontrados em períodos anteriores como acontece com a instalação de pequenas fábricas e a utilização de força motriz na fabricação. Desde a revolução industrial que se produz uma mudança quantitativa: da oficina com vários operários salta-se para a grande fábrica com centenas de trabalhadores, da vilória com algumas dezenas de vizinhos passa-se à metrópole com dezenas e até centenas de milhar de habitantes. Mas as mudanças definidoras parecem ser qualitativas. É a essência da sociedade industrial que evolui de modo continuado; cada mudança suscita a necessidade de outra mudança num processo dinâmico.

Se bem que a revolução industrial arrastou consigo problemas como o empobrecimento dos operários e a acumulação de benefícios dos empresários, estudos realizados por diversos historiadores chegam a dois tipos de interpretações do sucedido por causa da revolução industrial: A primeira corrente conclui que subiu o nível de vida e os operários não foram prejudicados, inclusive alguns melhoraram significativamente a sua situação. A segunda corrente sustenta que pelo contrário as condições de trabalho e a vida operária se deterioraram.

Neste trabalho vamos debruçar essencialmente na caracterização global do fenómeno histórico e na apreciação mais detalhada de alguns aspectos que muitas vezes são abordados de modo mais ligeiro. Refiro-me a uma panorâmica sobre a revolução industrial em distintos países da Europa e nos Estados Unidos, à revolução agrícola que precedeu e acompanhou em parte a revolução industrial e aos aspectos demográficos que caracterizaram estes duzentos anos de história do mundo e muito em particular da Europa.

ANTECEDENTES - SOCIEDADE PRÉ-INDUSTRIAL:

No final do século XVIII, a maioria da população inglesa encontrava-se distribuída pela zona rural. Em média mais de oitenta por cento da população europeia vivia no campo.

Em geral nas cidades não se concentrava um número tão elevado de população. A maioria das principais capitais e grandes cidades europeias não ultrapassavam os cem mil habitantes, com excepção de Londres que era a maior cidade; Tinha um milhão de habitantes enquanto Paris se ficava por cerca de metade.

Nessa época, ser proprietário de terras tinha bastante importância, e possuir ainda que uma pequena parcela assegurava a dignidade e o respeito pelo que, os que a não possuíam eram considerados inferiores. A posse de propriedades era muito importante pois a economia era baseada na subsistência. A maioria dos países europeus mantinha na época em vigor o regime de servidão, com excepção dos já referidos onde os camponeses tinham conseguido ultrapassar esse estádio.

Antes da revolução industrial a produção em grandes quantidades de produtos a baixo preço era inexistente, até porque não existiam mercados onde colocar os produtos. Isto porque a grande maioria da população eram camponeses que produziam os seus próprios alimentos e teciam as suas próprias roupas.

Nas cidades as pessoas podiam produzir de modo rudimentar a sua própria roupa e calçado ou ainda objectos de uso doméstico; Também podiam socorrer-se da oficina de um mestre experimentado para que os confeccionasse por medida e de acordo com as preferências do cliente.

Os artesãos de um mesmo ofício agruparam-se em grémios, que tinham por função a defesa dos interesses políticos, económicos e sociais dos seus membros. Cada grémio regulava os preços e os salários e possuíam regras que não podiam ser violadas porque o mais importante era garantir a qualidade do produto. Os grémios de artesãos têxteis encarregavam-se da produção de tecidos de lã e de linho. Os consumidores destes dispendiosos tecidos elaborados nas oficinas eram os ricos burgueses das cidades, os proprietários das terras e a nobreza. Todos eles constituíam um mercado de grande poder económico, mas numericamente limitado. O desenvolvimento comercial das principais potências europeias, especialmente Inglaterra e França tinha provocado o crescimento das cidades e por consequência, o aumento da procura de produtos menos dispendiosos. Para satisfazer esse mercado, organizou-se um sistema de distribuição domiciliária também chamado de “puttin out system”1: um empresário comprava a matéria-prima e distribuía-a na casa dos trabalhadores, que geralmente eram camponeses.

Também lhes forneciam as máquinas necessárias para a sua tarefa. Como complemento do trabalho no campo, os camponeses fiavam e teciam no tear, e logo de seguida os produtos eram recolhidos pelo empresário, a troco do pagamento de um valor fixo por cada peça confeccionada, para proceder à sua comercialização. Estes tecidos não podiam competir em qualidade com os produzidos pelos grémios e artesão têxteis, mas o seu preço era mais acessível para a classe média urbana.

Para modificar as formas de produção primeiro havia que dispor de mercados potenciais. Sem eles ninguém se arriscaria a produzir em série. Na Grã-Bretanha, e em especial na Inglaterra conjugaram-se pela primeira vez as condições políticas e sociais que permitiram o aparecimento desses mercados potenciais,

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