Revolução do haiti

EXERCÍCIO ANALITICO TEMÁTICO

“A REVOLUÇÃO DO HAITI: UM ESTUDO DE CASO”

(1791 – 1804)

São Paulo

-2015-

Ao analisarmos o artigo produzido por Soares e Silva (2006), podemos refletir sobre questões de suma importância no que diz respeito à revolução do Haiti, suas contribuições e sobre tudo, a preservação da memoria expressa no âmbito religioso e cultural. Os autores discorrem em seu texto, aspectos específicos que somados a indignações ao longo de todo o processo de colonização, resultaram na independência e abolição do Haiti, repercutindo de forma latente em todo o Continente Americano. Diante do contexto apresentado, tal documento nos leva a refletir sobre “Por que a revolta em questão é tão especial?” Diante de tal provocação, somos levados a aprofundar a nossa leitura para entendermos que todo o contexto revolucionário, teve inicio com a chegada dos colonizadores espanhóis à Ilha, denominada São Domingos e posteriormente Haiti, pois, tinham como principal objetivo a exploração nativa e extrativista do ouro por intermédio da mão de obra escravista da  população indígena de toda a região. Nesse primeiro instante, os autores se valem dos ensinamentos de Emir Sader, que nos explica de forma sucinta, entretanto, esclarecedora, de que maneira os nativos foram reduzidos em quase a sua totalidade, sendo de tal forma, através da legitimidade cristã, a exploração por meio de trabalhos exaustivos e sub-humanos, assassinatos, estupros, uso da força por meio de cães e sobre outros aspectos, a disseminação de doenças, destruição de plantações, entre outras barbáries contribuíram, para que esses nativos não tivessem mais os recursos alimentícios necessários para a sua existência, resultando em óbitos e suicídios coletivos entre milhares de nativos. Em razão de tal contexto, tem inicio a inserção do negro africano em detrimento da substituição de mão de obra nativa em meados de 1697 como nos norteia os autores do artigo estudado. Nessa mesma data, a Ilha em questão, deixa de ser domínio espanhol, e passa a ser controlada pela França, se tornando uma das colônias  mais ricas do Ocidente, representando por intermédio do plantio e cultivo da cana de açúcar dois terços de todo o comércio da francês. Outro ponto de suma importância em relação ao sistema econômico, considerado como o período mais rico da França, é em relação ao grande número de escravos que se acumulavam no Haiti, representando 90% de toda a população da ilha, ou seja, seria inevitável que a qualquer momento, essa comunidade negra e escravizada, se voltaria contra aqueles que os dominavam, fomentando de tal forma a revolução, influenciada pelas ideias iluministas, sob a difusão de Toussaint L`Ouverture, que em 1803, foi preso e enviado a Europa, sendo condenado e morto em uma prisão nos Alpes Suíços. Entretanto, deixando o seu legado à Jean Jaques Dessalines, que é o percussor da revolução haitiana, ao lado dos desprovidos de cátedra, que compartilhavam os mesmos ideais de liberdade e luta contra seus opressores brancos. De tal maneira, chegaram à vitória em janeiro de 1804, data em que é proclamada a independência do Haiti.

Soares e Silva, afirmam em artigo, que tal revolução transformou-se em um dos maiores movimentos negros rebelados, pois, tinham como cerne das suas ações, o combate contra a exploração e dominação colonial das Américas, tornando-se singular e único em todo o continente. Conseguindo diante de toda a sua trajetória de luta, a independência e abolição da escravatura ostentada pelo processo de revolução, libertação de seu país e realizar a sua própria libertação. Caindo por terra a tese defendida ao longo da história, que a população negra era incapaz de se organizar e propor tais feitos. A revolução haitiana se torna a primeira república negra do mundo. Outros pontos de suma importância, que devemos elencar como elementos que levaram ao triunfo da revolução e respondendo de forma latente ao questionamento proposto no começo de nossa analise, é o fato de que o Haiti se diferencia pela sua homogeneidade, base religiosa, senso comum libertário, sendo motivados pelo senso de insatisfação e gana libertária e sobre tudo, por terem um líder inserido ao contexto de lutas contra a desigualdade e frente aos abusos e injustiças, que a sua comunidade estava inserida, presentes até mesmo na composição do seu Hino Nacional, preservando de tal forma a cultura da África no Haiti.

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