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Teatro Diogo Bernardes

Artigo: Teatro Diogo Bernardes. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/12/2014  •  7.321 Palavras (30 Páginas)  •  260 Visualizações

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1. Introdução

No mundo global em que vivemos hoje, muito se fala de Cultura e da Cultura, da sua importância quer na economia, quer na educação de um povo que se pretende mais instruído e com maior sentido crítico. Como sugere Guilherme d’Oliveira Martins, «O lugar da cultura tem, afinal, de ser um lugar de relação, de compromisso e da criação.» Um trinómio complexo, dependente de dinâmicas assentes em redes e sinergias, que fazem de uma região, um lugar, um equipamento, o centro da acção cultural, com implicações directas e indirectas nos públicos.

Desde há muito, que me interesso sobre o fascínio que a Vila de Ponte de Lima exerce junto dos seus visitantes e também das suas populações. Olhar Ponte de Lima e o respectivo progresso é um processo de análise e reflexão complexo e pouco linear, assente em dois importantes pressupostos - a tradição e a inovação. De acordo com este ponto de vista, a Cultura tem constituído, nos últimos anos, um motor de desenvolvimento do Concelho. Neste sentido, o poder local soube olhar «… cada vez mais para a cultura, o entretenimento, os mass media, como peças-chave do desenvolvimento (…) das suas regiões.» Daí, a crescente vaga de aquisições e reabilitações do património edificado, para fins culturais, não só como fonte de atracção da população exterior ao Concelho, mas também, como factor de fixação das populações locais, principalmente a jovem. Exemplo disso, é o Teatro Diogo Bernardes.

Ao definir como tema de trabalho Ponte de Lima: tradição ou inovação cultural? O caso do Teatro Diogo Bernardes, pretendo acima de tudo fazer uma breve síntese da evolução cultural do município, problematizando algumas questões relacionadas com as opções da autarquia, com especial atenção para o caso do Teatro Diogo Bernardes.

Ao iniciar a investigação tentei reunir documentação que me permitisse caracterizar, sob diferentes aspectos, o Concelho de Ponte de Lima, bem como as estratégias definidas pelo município para, numa fase posterior, problematizar as opções tomadas, tendo em conta a aplicabilidade, ou não, das mesmas. A investigação evoluiu em sentido descendente quando me deparei com sérias dificuldades/entraves na recolha de documentação/informação inerente ao Teatro. Ao comparar esta situação com outros municípios logo percebi que estava diante de uma das maiores fragilidades da política autárquica nacional, isto é, a dispersão da informação por várias divisões, que encerram em si o monopólio dos dados relacionados, principalmente com as questões orçamentais, mas não só. Depois de muita persistência e insistência foi possível, com a colaboração preciosa do Dr. José Dantas Lima e Director do Teatro Diogo Bernardes, reunir alguma informação sobre a gestão do equipamento.

Apesar da informação sobre o Teatro estar dispersa e ser de difícil acesso, o que reflecte alguma desorganização administrativa e falta de visão política por parte das autoridades locais, cedo constatei o valor e a projecção que o Teatro Diogo Bernardes tem, enquanto referência cultural, não só em Ponte de Lima, mas também em toda a região do Alto-Minho. Protagonismo que advêm de um difícil jogo de equilíbrio entre a tradição e a inovação culturais.

2. Caracterização social, demográfica e económica do município

2.1. Enquadramento geográfico o Concelho

Ponte de Lima é uma vila do distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Minho-Lima. Banhada pelo Rio Lima, é sede de um município com 321,20 km de área e 44 343 habitantes , subdividido em 51 freguesias (Anexo 1) e limitado a norte pelo município de Paredes de Coura, a leste por Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a sueste por Vila Verde, a sul por Barcelos, a oeste por Viana do Castelo e Caminha e a noroeste por Vila Nova de Cerveira (Anexo 2).

O Concelho de Ponte de Lima, dista da capital de distrito, Viana do Castelo, 24 km; da capital da província, Braga, 31km; do Porto, cerca de 73 km, e, da fronteira com Espanha, cerca de 40 km. Todo este território beneficia de um importante nó de comunicações rodoviário .

Este posicionamento do Concelho confere-lhe, hoje como no passado, uma posição privilegiada em termos de centralidade.

2.2. Debilidades e Potencialidades do Concelho

Ao analisarmos a evolução demográfica deparamo-nos com uma, se não a maior fragilidade do Concelho de Ponte de Lima – o crescente envelhecimento da população (Anexos 3 e 4). Na verdade, este é um problema transversal a todo o território nacional, sobretudo nos concelhos mais afastados das grandes malhas urbanas. Inerente ao envelhecimento populacional, verifica-se também, baixas concentrações populacionais e acentuada erosão dos escalões etários.

A população activa possui, ainda, níveis de qualificações escolares e profissionais muito baixos, decorrentes não só da transição directa da mão-de-obra do sector primário para outros ramos e sectores de actividade, mas também porque muitos destes exigem poucas qualificações profissionais, para além da fraca participação na formação contínua. A taxa de desemprego no concelho é de 6%, incidindo especialmente na população feminina (Anexos 5 e 6).

A taxa de analfabetismo no Concelho, embora tenha tendência para decrescer, é ainda de 12%, maioritariamente do sexo feminino (Anexo 7). Paralelamente, registam-se índices heterogéneos de abandono escolar (3,7%) e saída antecipada (41,3%), facto que reflecte a opção dos jovens pela inserção precoce no mercado de trabalho (Anexo 8).

Do ponto de vista económico, Ponte de Lima apresenta uma realidade pouco diversificada, verificando-se a ausência de especialização no seu tecido económico, pelo equilíbrio na distribuição da população activa pelos três sectores de actividade, embora o sector secundário se destaque dos restantes. A agricultura perdeu o carácter de actividade principal da população, constituindo hoje, uma actividade complementar, de auto-suficiência. A indústria é incipiente, com capacidade para retenção da população residente e sem capacidade atractiva da população exterior. O único pólo de especialização das actividades terciárias, coincide com a centralidade da sede de Concelho (Anexo 9).

No que diz respeito à qualidade da rede viária, essencial para a circulação interna do território e para a sua plena integração no espaço regional envolvente (bem como para atracção de investimento externo), apresenta troços a necessitar de melhorias.

A par deste panorama de debilidades, o Concelho apresenta inúmeras potencialidades, na

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