Tensões no espaço colonial missioneiro

Tensões no espaço colonial missioneiro

Na segunda metade do século XVIII, as Coroas ibéricas assinaram o Tratado de Madri, que procurou definir a diminuição do espaço missioneiro, limitando-se entre os rios Uruguai, Ibiçuí e Negro. O espaço missioneiro teve suas fronteiras limitadas e consagradas. Portanto independente da questão geográfica o monarca espanhol precisava dos índios cristãos para defender os limites de Madri na região do Prata dos luso-brasileiros.

O governo espanhol esperava que os vassalos migrassem para perto dos rios criando uma barreira defensiva ao avanço português. Porém os índios não encontraram terras suficientes para aldear e refazer as lavouras, o que os impediu de transmigrar.

No século XVIII os luso-brasileiros fizeram algumas medidas exploratórias na área. O intuito de conquistá-la veio somente mais tarde, atendendo a alguns condicionamentos: a necessidade de integrar a região do rio Prata ao colonialismo português; a continuidade da tropeada de gado para São Paulo e Minas Gerais; as dificuldades enfrentadas pelo Império colonial português no Oriente; a luta pela hegemonia na região do Prata, o problema fronteiriço e o redimensionamento das Coroas ibéricas atreladas a um rígido sistema de alianças.

Para resolver os impasses fronteiriços, os monarcas acordaram um tratado diplomático que favorecesse os interesses políticos, econômicos e geográficos dos Estados ibéricos pretendendo solucionar os problemas históricos da construção dos espaços coloniais da América. Para viabilizar a redefinição do espaço regulariam as questões referentes ao traçado da linha divisória, as quais se referem ao contrabando, a uma tentativa de ser criada uma zona neutra e a propugnação do equilíbrio entre as nações ibéricas e seus domínios.

Os sete povoados e suas estancias agora repousavam na zona neutra, perdendo assim em parte, sua função histórica. Por outro lado a zona neutra também serviria como balizador. A sociedade colonial platina reconhece as Missões como responsáveis pela expansão e manutenção da fronteira. Portanto o tratado desencadeou uma crise generalizada nas relações Coroa espanhola-missões, pois reestruturava o papel das mesmas, gerando violência entre os guarani-missioneiros e os súditos luso-espanhóis. O índios reduzidos no Sete Povos não aceitaram esse novo papel das Missões, iniciando assim a batalha de Caiboaté onde morreram aproximadamente 1500 guarani missioneiros.

Os índios foram obrigados a abandonar suas terras e deixar pra trás tudo que levavam consigo, foi nesse instante que os guerreiros entraram em cena, os guarani se fizeram índios cristãos e repudiaram seu rei para defender a “ terra sagrada”