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O Trabalho Dos Jesuítas No Brasil Colonial, Uma Influência Puramente Religiosa?

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Por:   •  11/9/2013  •  2.214 Palavras (9 Páginas)  •  740 Visualizações

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O trabalho dos jesuítas no Brasil colonial, uma influência puramente religiosa?

Kevin Diogo Alves de Souza (1), Luís Fernando Mello Facciolli (2) e Luís Fernando Ozelim Mariano (3)

Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, UFG, Brasil.

(1) E-mail: kevin.diogo@yahoo.com

(2) E-mail: facciolli_dns@hotmail.com

(3) E-mail: luispalestrino@hotmail.com

Resumo: O artigo pretende analisar a jornada jesuítica no Brasil Colonial, que se estendeu do início do século XVI ao século XVIII. A motivação da Igreja Católica em conquistar novas almas, impedindo que o protestantismo chegasse a outros territórios, é a essência da Contra Reforma. A criação da Companhia de Jesus foi à forma de se concretizar a ideia. Aqui se encontrou um ambiente hostil para implantar seu trabalho, tanto espiritual como temporal. Brigas com nativos, colonos e choque de interesses em certos momentos com o espírito empreendedor português, tornaram-se rotina no período. A metrópole em muitos momentos se beneficiou de algumas ideias dos jesuítas, como por exemplo, o grande lucro que o tráfico negreiro gerava a Portugal, em outros era prejudicado como nos casos de atritos com Bandeirantes ou de conflitos com ideais mais adequados a uma potência ultramarina. Esse é um período de altos e baixos se analisarmos com a ótica jesuítica.

Introdução: O trabalho desenvolvido a seguir consiste na análise das influências jesuíticas no período colonial do século XVI ao XVIII correspondendo essa época ao inicio, a afirmação e a posterior decadência do ciclo do açúcar tendo essas empresas foco principal no ponto de vista econômico já que correspondia a maior parte do capital movimentado na colônia.

A igreja foi pressionada a expandir a fé católica como resposta a reformas iniciadas na Europa. Para conter a expansão dessas novas fés criaram-se companhias jesuíticas com a intenção de levar a religião católica às novas colônias. De certa forma os jesuítas influenciaram diretamente no ciclo do açúcar em alguns aspectos: como o trabalho feito junto aos nativos religiosamente, sua visão contrária a utilização do nativo como mão de obra e posteriormente a aprovação da mão de obra negra, sob todos esses pontos de vista desenvolveremos no artigo se a influência do jesuíta aqui foi puramente religiosa.

Palavras-chave: Brasil Colônia, Jesuítas, nativos, africanos.

1 - ESTABELECIMENTO DOS JESUÍTAS

A massiva pressão sobre o pensamento católico na Europa, devido aos sucessivos questionamentos da forte linha protestante, encabeçada por Martin Lutero, gerou uma reação por parte dos líderes da fé católica, a chamada Contra Reforma. Dentre os vários projetos elaborados para não perder mais fiéis e conquistar novos, o que mais se destacou e teve influências diretas no Brasil Colonial (até hoje perceptíveis), foi a criação da Companhia de Jesus, surgindo assim a figura dos jesuítas.

Conquistar mais fiéis seria uma tarefa extremamente facilitada para a Igreja em territórios estrangeiros. Assim as grandes potências ultramarinas da época Portugal e Espanha, detinham a grande missão de expandir a fé católica aos que ainda não eram conhecedores da doutrina cristã, ou seja, aqueles que não eram civilizados.

O Brasil Colonial foi palco, dos mais importantes, da ação dos jesuítas. É importante fazer uma análise do que representou esse trabalho jesuítico na constituição da colônia. Somente assim podemos perceber que mais do que um trabalho espiritual, os jesuítas desempenharam uma função temporal. Assim os nativos que eram o alvo em um primeiro momento e depois os filhos dos colonos, receberam uma educação a fim de civilizar por meio de um estudo teológico, porém com ênfase na importância do trabalho e assim moldar um cidadão burguês, sem o questionamento típico do burguês europeu, influenciado pelo renascimento.

A tarefa foi árdua, uma vez que muitos dos nativos não aceitavam a imposição de uma nova cultura religiosa, mas principalmente de um novo modo de vida. Trabalhar conforme o molde europeu ia totalmente à contramão do que pregava a cultura indígena, que só produzia o necessário para a subsistência e não pensava ou concebia a idéia de trabalhar mais do que o necessário. Outro grande combate foi com os bandeirantes que se viram impedidos de continuar seu trabalho, que consistia em caçar índios para servir de mão de obra para os colonos. Assim o trabalho temporal dos jesuítas foi se desgastando.

Salvar as almas dos indígenas, construir o modelo do homem perfeito, segundo a perspectiva católica, e ainda assim satisfazer a necessidade portuguesa e seu ímpeto empreendedor foi simplesmente inconciliável. E só piorou com o passar dos anos. Aqueles filhos dos colonos, que foram educados com base em uma filosofia teológica que desejavam ampliar seus estudos na Europa foram surpreendidos com outro modo de pensar, totalmente desvinculado do pragmatismo cristão e focado no homem. Em um momento em que o movimento ilusionista era o centro das atenções nos ambientes acadêmicos. Quando retornaram da Europa a situação dos jesuítas foi extremamente agravada, tornando assim seu trabalho impedido, pois restringia a potencialidade dos homens de pensar e assim limitava a colônia.

A jornada jesuítica que começa na colônia no século XVI e termina no século XVIII, de altos e baixos, se tornou cada vez mais impossibilitada durante os anos devido à enorme dificuldade de se manter um equilíbrio entre o que mandava o espírito empreendedor da metrópole e o que pregava a Igreja com total apoio da realeza.

2 - RELAÇÕES ENTRE JESUITAS E INDIGENAS

No início da colonização do Brasil a religiosidade esteve muito presente desde a fixação da primeira cruz em 1500, e o índio foi de vital importância à colonização servindo mão de obra e até mulheres em troca de utensílios simples para os portugueses (facas, panos, espelhos), mas rapidamente os jesuítas e a religiosidade foram fundamentais para representar qual seria realmente o papel dos índios na formação da colônia.

Os primeiros jesuítas a virem ao Brasil eram pertencentes à chamada Companhia de Jesus criada em 1534 e com o objetivo de espalhar a fé católica pelo mundo, esses jesuítas foram preparados para viver sob condições adversas e propagar a fé nas colônias da Ásia, América e África , por volta de 1549 sob o comando do Rei Dom João

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