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Por:   •  17/3/2014  •  2.489 Palavras (10 Páginas)  •  229 Visualizações

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A fundação de São Paulo insere-se no processo de ocupação e exploração das terras americanas pelos portugueses, a partir do século XVI. Inicialmente, os colonizadores fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo (1553), constantemente ameaçada pelos povos indígenas da região. Nessa época, um grupo de padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga onde encontraram "ares frios e temperados como os de Espanha" e "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú.

Foto de Militão Augusto de Azevedo da Igreja e Convento do Colégio (atual Pátio do Colégio), em 1862

A data oficial reconhecida para a fundação da cidade de São Paulo é a da conversão de São Paulo, 25 de janeiro de 1554, quando foi rezada a primeira missa no local do colégio fundado pelos jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, que se chamou "Colégio São Paulo de Piratininga", dando origem ao povoado que se formou ao seu redor. O lugar escolhido foi estratégico, numa elevação entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, garantindo proteção contra ataques e ampla visibilidade dos caminhos que levavam até lá. Atualmente, o local é conhecido como Pátio do Colégio e mantém parte da colina histórica preservada.

Em 1560, o povoado ganhou foros de Vila e pelourinho mas a distância do litoral, o isolamento comercial e o solo inadequado ao cultivo de produtos de exportação, condenou a Vila a ocupar uma posição insignificante durante séculos na América Portuguesa.

Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. Apesar disso, até o século XVIII, São Paulo continuava como um quartel-general de onde partiam as "bandeiras", expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais preciosos nos sertões distantes. Ainda que não tenha contribuído para o crescimento econômico de São Paulo, a atividade bandeirante foi a responsável pelo devassamento e ampliação do território brasileiro a sul e a sudoeste, na proporção direta do extermínio das nações indígenas que opunham resistência a esse empreendimento.

Do Desenvolvimento Econômico à Industrialização

Em seus 452 anos de existência, uma pequena aldeia formada ao redor de um Colégio de Jesuítas transformou-se em uma das maiores aglomerações do planeta: a Região Metropolitana de São Paulo. Com 39 municípios e uma mancha contínua urbanizada de cerca de 1.700 quilômetros quadrados, a metrópole tem um eixo Leste-Oeste que cobre mais de 80 km de extensão urbana.

No entanto, a cidade de São Paulo esteve contida durante os três séculos iniciais em seu sítio original, uma pequena elevação entre o rio Tamanduateí e o ribeirão Anhangabaú. O crescimento vertiginoso da urbs iniciou-se com a instalação da ferrovia Santos-Jundiaí, na segunda metade do século XIX. A posição estratégica da cidade, como passagem obrigatória entre o porto e as rotas de escoamento do café (então plantado em quase todo o interior paulista), levou à modernização radical de sua estrutura econômica e urbana.

Na passagem do século XIX ao XX, a cidade já estava totalmente transformada. O comércio se diversificou, atraindo todo tipo de atividade, como casas de câmbio e hotéis. E a área urbanizada se espraiou para atender ao rápido aumento de população, principalmente com a vinda de imigrantes estrangeiros, em sua maioria italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses e judeus.

A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o aumento da população e das riquezas é acompanhado pela degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas em quatro dias.

Foto de Guilherme Gaensly da Rua Libero Badaró, em 1920

Os operários se organizam em associações e promovem greves, como a que ocorreu em 1917 e parou toda a cidade de São Paulo por muitos dias. Nesse mesmo ano, o governo e os industriais inauguram a exposição industrial de São Paulo no suntuoso Palácio das Indústrias, especialmente construído para esse fim. O otimismo era tamanho que motivou o prefeito de então, Washington Luis, a afirmar, com evidente exagero: "A cidade é hoje alguma coisa como Chicago e Manchester juntas".

A partir dos anos 30, ao atingir um milhão de habitantes, a cidade assume um perfil de metrópole industrial. Começa a verticalização da área central e a construção de vários bairros industriais e operários. Destaca-se a inauguração, em 1934, do Edifício Martinelli, maior arranha-céu de São Paulo, à época, com 26 andares e 105 metros de altura.

A década de 40 foi marcada por uma intervenção urbanística sem precedentes na história da cidade. O prefeito Prestes Maia colocou em prática o seu "Plano de Avenidas", com amplos investimentos no sistema viário. Nos anos seguintes, a preocupação com o espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os automóveis e atender aos interesses da indústria automobilística que se instalou em São Paulo em 1956.

A cidade continua espraiando-se de forma vertiginosa. O marco simbólico dessa metropolização acontece na comemoração do 4º Centenário da cidade de São Paulo, em 1954, sob o lema ufanista "São Paulo não pode parar".

Nas décadas seguintes, a vinda de população imigrante e migrante para São Paulo acabou gerando a construção de bairros irregulares nos espaços vazios do sítio urbano. Isso gerou uma estrutura totalmente caótica de cidade. Atualmente vivem em São Paulo mais de 10 milhões de pessoas, sendo quase 01 milhão em favelas. Por São Paulo trafegam quase 06 milhões de veículos diariamente.

A importância econômica do cultivo do café

Trazido ao Brasil no início do século XVIII, ocupou primeiramente as terras do Ceará. Posteriormente, na década de 80, foi introduzido no Rio de janeiro, de onde seu cultivo se irradiou para São Paulo e Minas Gerais. Penetrando pelo vale do rio Paraíba, a mancha verde dos cafezais, que já dominava a paisagem fluminense, chegou a São Paulo, que, a partir da década de 1880, passou a ser o principal

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