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Um Pouco Sobre A História Da Fotografia

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Por:   •  25/9/2014  •  1.959 Palavras (8 Páginas)  •  387 Visualizações

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No capítulo sobre iconografia brasileira, não podemos deixar de citar Gilberto Ferrez que foi um dos nomes mais reconhecidos sobre esse assunto; aos 19 anos despertou-se para esse ramo logo após o ano que passou na Inglaterra e lá descobriu sobre o Brasil e ficou impressionado pela cidade do Rio de Janeiro onde notou a aparente indiferença do carioca em relação ao seu passado, diante disso Gilberto começou a estudar e divulgar a história da Cidade do Rio de Janeiro através de pesquisas do acervo iconográfico local.

Gilberto transformou-se num pesquisador incansável; ao perceber o interesse do jovem, seu pai lhe deu os negativos e as fotografias originais deixadas por seu avô Marc Ferrez, um grande fotografo. Com a ajuda de um antigo laboratorista copiou todos os negativos mas devido a incapacidade desse profissional de se lembrar das datas de algumas fotografias feitas 30 ou 40 anos antes, Ferrez começou a intensificar suas pesquisas sobre a cidade do Rio de Janeiro na intenção de datar os trabalhos de seu avô, com o tempo tornou-se especialista na matéria conseguindo datar as obras de fotógrafos, pintores e desenhistas. A medida com que iam sendo copiadas as fotografias, Gilberto dava-se conta da dimensão artística de seu avô, mobilizado por essa constatação procurou conhecer obras dos demais fotógrafos que atuaram no Brasil XIX dando início a iconografia em geral, a numismática e a bibliofilia brasiliana.

Gilberto efetuou algumas pesquisas nos Estados Unidos e em alguns países europeus a procura de imagens e documentos a respeito do Brasil, enquanto encontrava subsídios para a redação de seus livros ele prestava assessoria informal às instituições identificando, datando a autoria de mapas, gravuras, desenhos e fotografias. Ele contribuiu muito para o estudo da iconografia brasileira, mas sua ajuda fundamental foi ao estudo da fotografia, se tornando o primeiro a escrever sobre esse assunto em “A fotografia no Brasil e um dos seus mais dedicados servidores: Marc Ferrez – 1843-1923” fazendo referência a seu avô. Após a publicação desse ensaio Ferrez não se tornou só o precursor como um dos pioneiros mundiais do estudo da fotografia.

Com a intensificação de seus trabalhos de pesquisa Gilberto Ferrez tomou a decisão de privilegiar as pesquisas em detrimento da prática, deixando de expor ou publicar suas próprias fotografias para melhor se concentrar na difusão da produção do avô e dos pioneiros contemporâneos, atuando por décadas como conselheiro do Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ao longo de mais de 50 laboriosos anos, ele construiu sua obra monumental, o catálogo analítico da iconografia do Rio de Janeiro 1550-1890, essa publicação foi o fecho magistral de uma vida inteira dedicada ao estudo e à pesquisa, mas era apenas um dos projetos que os problemas de saúde o impediram de concluir. Entre eles um livro sobre a documentação da mineração na província de Minas Gerais por Marc Ferrez, a cidade de Petrópolis fotografada por Revert, o porto paulista de Santos, documentado por Militão Augusto e o que deveria ser consagrado aos panoramas cariocas de Marc Ferrez.

Gilberto Ferrez tornou-se conservador dos arquivos familiares, consciente da importância futura que esses documentos teriam para o estudo de diversos campos da cultura brasileira, pois tinha consciência de sua missão educativa, sua família soube seguir seu exemplo doando todo o acervo familiar para o Arquivo Nacional em 22 de Outubro de 2007 onde é possível listar diversos trabalhos que podem ser desenvolvidos a partir desse acervo como por exemplo “A história da Fotografia no Brasil”.

No capítulo sobre os maiores fotógrafos franceses que residiram no Brasil, não podemos deixar de falar no responsável pôr esse grande acontecimento, Jorge Amado que atraiu três grandes fotógrafos; Pierre Verger, Marcel Gautherot e Jean Manzon que trocaram a França pelo Brasil após terem lido sua obra Jubiabá, no qual foi bastante elogiado pelo intelectual Albert Camus, muito influente na França. Jorge foi um comunista de carteirinha que foi preso e exilado em virtude de convicções políticas, sempre foi um homem amado pelos santos desde o catolicismo à umbanda; só fez milagres na literatura se tornando best-seller na década 1930, onde se destacou como autor brasileiro mais traduzido no exterior numa época onde existiam mais analfabetos que leitores e o Brasil era considerado uma sociedade periférica.

No texto ele faz um breve comentário sobre está tão famosa obra, onde ele cita os personagens principais como o boxeador Antônio balduíno, figura lendária em Salvador, que foi um menino de rua órfão de pai e mãe que foi criado pela tia e aos 8 anos chefiava quadrilhas de molecotes. Seu pai era um jagunço do beato que sobrevivera do massacre de canudos, mais foi esmagado por um bonde em dia de bebedeira; o menino sonhador que conheceu o apogeu no Grande Circo Internacional, onde era apresentado como Baldo o gigante negro como campeão mundial de boxe, luta livre e capoeira desafiando a qualquer homem da cidade, obtendo sucesso em todas as capitais da Europa e Bahia, sua saga é uma história de superação e tenacidade. O livro surgiu em um momento histórico as vésperas da Segunda Guerra Mundial; conflito que parecia assinalar o fim da civilização europeia, sendo comprovador da absoluta falência do modelo político vigente.

Atraindo espíritos aventureiros e descrentes desse modelo político como Pierre Verger e Marcel Gautherot tenham se encantado com o livro a ponto de desejarem conhecer a boa terra da Bahia, onde vivia uma sociedade mais livre e menos repressora na qual ainda era possível alguma felicidade, mesmo que em meio à pobreza e ao primitivismo.

Jubiabá que dá nome a obra, era uma entidade sobre-humana que pouco parecia e quase não interferia, mais era a verdadeira responsável pela coesão e a integridade das vidas daqueles seres vitimados pelos próprios desejos e paixões. Apesar de imaginário jubiabá era um sábio e poderoso pai de santo, dotado de poderes mágicos extraordinários que entre tantas coisas esquecidas ou não sabidas, mudou a história da fotografia brasileira ao atrair três dos maiores fotógrafos franceses que aqui viveram e trabalharam.

A seguir um breve relato, sobre a história dos três fotógrafos franceses e seus feitos realizados no Brasil, a começar por Jean Manzon que dentre os três foi o primeiro a deixar sua marca sobre nossa fotografia, tendo sido responsável pela renovação da fotografia de imprensa e pela introdução do fotojornalismo no país realizando a reportagem sobre os índios Xavantes, onde lhe rendeu a capa e 16 páginas da revista O Cruzeiro.Manzon era um profissional experiente,

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