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Uma Visão Sobre a Didática Magna de Cabral

Por:   •  30/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.484 Palavras (6 Páginas)  •  210 Visualizações

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Resenha

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS

Licenciatura em História

Produção Textual – 2016/2

Prof. Dr. Carolina Puerto

NP 1 (Valor: 10,0 – 20%)

Autor(a):Joao Guilherme Ramos Cora

Data:11/11

Uma Visão Sobre a Didática Magna de Comenius

                Através do tempo, diversos estudiosos propuseram diferentes modelos de educação. Desde a Paidéia da Grécia Antiga, da obra Emílio de Rousseau e da Educação Pulsional de Nietzsche, as diferentes culturas, em seus diferentes tempos históricos, tentaram interpretar a melhor forma de educar sua população (em sua maioria as suas crianças) e essa interpretação se mostra clara através dos estudos das obras feitas por esses e vários outros autores responsáveis por esse tipo de pensamento. A importância da educação pode ser considerada como algo não dependente de uma cultura ou uma sociedade; por toda a história, as crianças têm sido educadas das mais variadas formas, a questão que se complica nesse assunto é a de como educar. Normalmente a educação se relaciona diretamente com o local, tanto espacial quanto temporal, que ela está agindo, e isso traz vários conflitos e discussões a respeito dos modelos propostos e estudados. Um dos modelos mais importantes para a modernidade, e que alavancou a evolução da educação no que viria a se tornar a educação contemporânea, é a Didática Magna de Comenius.

                  Comenius foi um bispo e educador da Idade Moderna, que viveu do ano de 1592 até 1670, participando de um período de transição de pensamento. O modelo de educação da Idade Média passava a ser questionado, e Comenius foi um dos maiores inovadores na questão da educação. Entre os seus objetivos de estudo estavam a busca de uma forma mais efetiva de aprendizado, a educação universal, o desenvolvimento do pensamento lógico e a acessibilidade de mulheres e pobres à educação; todas ideias muito inovadoras e impactantes para época.

                Em sua principal obra sobre a educação, a Didática Magna, Comenius argumenta que “a formação do homem é muito fácil na primeira infância: ou melhor, só pode ser dada nessa idade”. Uma interessante analogia feita pelo autor é a que ele compara a condição do ser humano com uma árvore; o bispo aponta que, assim como um ser humano, uma árvore pode crescer sozinha, porém, caso seja cuidada por um agricultor, alcança uma qualidade extremamente melhor, e assim também é com o homem. A educação seria o “agricultor” do homem, florescendo a sua sabedoria, honestidade e piedade. No livro, é argumentado que para realizar uma educação bem sucedida, ela precisa ser feita cedo, pois na idade infantil o cérebro é mais suscetível a ensinamentos, logo, “quem quiser se tornar-se bom copista, pintor, alfaiate, música etc., deverá aplicar-se ao ofício desde os primeiros anos, pois de outro modo não atingirá seus fins”, afirma Comenius. O educador justifica a sua posição com a visão de que Deus concedeu a juventude para o desenvolvimento do ser humano, que teria como único objetivo da infância se formar e se tornar um adulto.

                Além de afirmar que a educação é essencialmente necessária de trabalhar durante a infância, o segundo grande ponto de Comenius se situa na questão das escolas públicas e para todos, uma pauta que não parece impressionante caso vista com uma visão contemporânea, porém foi consideravelmente revolucionária na época, e é até hoje muito relevante. Comenius usa dois argumentos para iniciar a discussão sobre o assunto. Primeiramente ele aponta o fato que os pais educarem os filhos já não é mais possível, devido à falta de tempo que os pais possuem à tarefa; esse dever é entregado então aos educadores. Em segundo lugar, na escola, deve-se trabalhar a orientação das crianças, através da demonstração de exemplos e ensinamentos práticos, para então facilitar o trabalho de associação da atividade, devido ao número de alunos aprendendo ao mesmo tempo, o que para Comenius, é um fator que facilita o aprendizado.        

                  O autor apela à religiosidade do leitor quando sugere que a educação deve ser para ambos os sexos, e também universal; ele relembra que para Deus, ninguém é privilegiado perante ele, e que negar educação para mulheres ou pessoas comuns seria uma ofensa a natureza de Deus. Comenius reforça muito a questão da educação universal, ele afirma que todos deveriam ter o direito à educação, independente de dinheiro ou sexo, conceito que até hoje é discutido. Aponta três fundamentos principais para educação: sobre as coisas que nos circundam, sobre nós mesmos e sobre Cristo. Para reforçar os seus argumentos, Comenius debate sobre a essência da alma, que para ele “é composta por três faculdades: o intelecto, vontade e memória”. O intelecto se resume à observação, a vontade à escolha e a memória à consciência, portanto Comenius diz que é necessário a educação completa, “para que o intelecto conheça com agudeza, a vontade escolha sem erros e a consciência anseie por consagrar tudo a Deus”.

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