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A AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DE FALANTES DE LI COMO L2

Por:   •  31/10/2021  •  Artigo  •  3.808 Palavras (16 Páginas)  •  133 Visualizações

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A AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DAS PERSPECTIVAS DE FALANTES DE LI COMO L2[1]

Gisely Noeli Vanderlinde Bezen[2]

Darcília Lopes Lebron Vargas³

Compreender como um indivíduo passa de não-falante de uma determinada língua estrangeira a falante dela, ocorre por meio dos estudos sobre os processos de aquisição de segunda língua. Com isso, o objetivo desse artigo é compreender, por meio de entrevistas, como as pessoas passaram por esse processo de aprendizagem e chegaram ao patamar de falantes de uma segunda língua/língua estrangeira, visto que, existem diversas teorias sobre as formas de aquisição.

Denomina-se competência linguística o ato de compreender uma língua, para isso é imprescindível que o indivíduo consiga se comunicar de diversas formas, dentre elas a fala. Conforme estas perspectivas, para que uma pessoa seja considerada como bom falante é fundamental que conheça bem a língua materna, além de interpretar as línguas estrangeiras.

Estudiosos da área da Linguística Aplicada dialogam sobre como ocorre o desenvolvimento de comunicação linguística dos indivíduos em uma segunda língua. Para Collentine (2004,) dentre os modelos para adquirir a segunda língua, os melhores são aqueles que consideram a interação que ocorre com a atividade social e outros elementos.

Partindo como principal aporte teórico para esse artigo, o livro Aquisição de Segunda Língua de Paiva (2014), serão apresentados a seguir, excertos de entrevista com pessoas que passaram pelo processo de aquisição de segunda língua. Os excertos serão apresentados e comparados com as teorias presentes na obra, no intuito de observar quais delas se fizeram presente nos dados coletados.

Os participantes da pesquisa são conhecidos das pesquisadoras, portanto colaboraram de forma voluntária, e por uma questão de ética seus nomes não serão mencionados. Foram entrevistados nove indivíduos, dentre os quais quatro são professores de língua inglesa com formação em Letras, um professor de curso em escola de idiomas, um com formação em administração, um formado em direito, uma universitária e uma pessoa que não possui formação em nível de graduação, mas que mora fora do país.

Para trazer as falas destes indivíduos e manter seus nomes em anonimato, serão respectivamente chamados de P1, P2, P3 e P4 para os professores formados em Letras, PI para professor de curso em escola de idiomas, ADM para formado em administração, ADV para formado em direito, UNI para o universitário e por fim para a pessoa que mora fora do país será denominado de BRA.

Foram feitas perguntas para compreender como ocorreu o processo de aprendizagem ou de aquisição de uma segunda língua para todos, sendo que a oitava entrevistada respondeu às perguntas em forma de relato, através de áudio pelo whatsapp. A seguir serão apresentadas as questões e as respostas de cada um dos participantes, assim como o relato de áudio, depois serão comparadas com as teorias estudas na disciplina de Língua Estrangeira em diferentes Contextos do programa de Pós-Graduação em nível de Mestrado PPGL Discente do PPGL Discente do PPGL Discente do PPGLetras- UNEMAT, Campus de Sinop.

O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo de cunho interpretativista, por permitir uma reflexão das descrições e dados coletados e por levar em consideração o contato direto e a interação do pesquisador com os sujeitos da pesquisa, de acordo com Andrade e Holanda (2010) e Bauer e Gaskel (2002). A proposta da disciplina previu uma coleta de dados que se deu por meio de entrevista com pessoas que vivenciaram algum processo de aquisição de uma segunda língua, em determinado período de suas vidas, bem como analisar os dados das entrevistas e relacioná-los às teorias de aquisição de segunda língua, tecer reflexões e considerações acerca do processo de aquisição analisado.

A primeira pergunta foi feita com o intuito de compreender como ocorreu o primeiro contato com a língua estrangeira, com isso seria possível começar a compreender quais os possíveis motivos que os levaram a se interessar por uma segunda língua.

Pesquisadoras: Quando ocorreu seu primeiro contato com a língua estrangeira?

BRA: A princípio na escola, tínhamos aulas de inglês na escola pública quando eu cursava na época a 5ª ou 6ª série.

PI: Com músicas e vídeo game quando tinha por volta de 5 anos.

ADV: Por volta dos meus quatro anos.

P1: Desde a pré-escola no ano 2000.

ADM: No ensino fundamental, escola pública.

P2: Meu primeiro contato ocorreu aos 6 anos de idade com uma amiga da família que se tornou professora de inglês e já estudava inglês na [nome da escola] desde a adolescência. Me apaixonei de cara com a língua e aos 7 anos comecei a ter o meu primeiro contato com a língua de forma concreta já em fase escolar, segundo ano, em uma escola pública da cidade. Desde então, sempre tive interesse e aptidão pelo Inglês. Aos 12 anos, após muito perturbar meus pais, entrei no [nome da escola] e lá cursei todos os livros da escola, até a minha formação final com 17 anos, quando já estava no curso de letras, totalmente influenciada pelo idioma.

P3: Aos 15 anos.

P4: Meu primeiro contato com a língua inglesa foi na escola de educação básica, mas foi bem fraco, superficial.

Dos nove participantes, cinco tiveram contato com a língua antes do sexto ano do ensino fundamental, os outros quatro tiveram seu primeiro contato com a língua estrangeira apenas a partir do sexto ano quando os alunos das escolas municipais passam para as escolas estaduais e a partir do sexto ano passam a conhecer e ter contato com a língua estrangeira. Desta forma, compreende-se sobre o interesse de aprender:

uma aprendizagem deve ser significativa, isto é, deve ser algo significante, pleno de sentido, experiencial, para a pessoa que aprende. Uma aprendizagem significativa tem a qualidade de um envolvimento pessoal – a pessoa como um todo, tanto em seu aspecto sensível quanto sob o aspecto cognitivo, inclui-se no fato da aprendizagem (Goulart, 2000, p. 94).

Portanto, aprendizagem significativa está relacionada com os conhecimentos préadquiridos assimilados com o novo, desta forma desenvolve a aprendizagem do conteúdo (POZO, 2002).

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