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A AÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR EM SALA DE AULA

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Por:   •  4/11/2014  •  1.241 Palavras (5 Páginas)  •  368 Visualizações

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1 APRESENTAÇÃO

Neste trabalho, analisamos a interessante experiência de ensino do Colégio Estadual Professora Maria Lopes de Paula, de Almirante Tamandaré, no Paraná. A prática pedagógica adotada pela escola consiste da seguinte experiência: algumas classes foram separadas por gênero, formando-se assim turmas exclusivamente femininas, exclusivamente masculinas, além das tradicionais turmas mistas, que não deixaram de existir.

Esta é uma prática bastante ousada, senão polêmica, especialmente em tempos de inclusão escolar, uma vez que se baseia em aparente segregação, e não em união. Entretanto, a escola tomou como sustentação para adoção da prática a idéia de empoderamento, e consequente equiparação de oportunidades, uma vez que tenta oferecer a cada aluno, de acordo com seu perfil, um ambiente mais propício para seu desenvolvimento escolar. A separação foi feita, portanto, com o objetivo de se conseguir um melhor aproveitamento de cada um dos alunos. A partir daí, a escola tratou de ministrar práticas pedagógicas diferentes a cada tipo de classe, acompanhando sempre a resposta dos alunos, que foi também diferente em cada caso. Conheceremos os resultados a seguir.

2 DESENVOLVIMENTO

O resultado mais positivo, em termos absolutos, foi observado nas classes só de meninas. Parece que elas são mais dedicadas ao estudo e, apesar de conversarem mais em sala de aula, têm um aproveitamento superior ao dos meninos. Elas também conseguem levar a escola para casa, de forma mais eficiente que os meninos, envolvendo mais os pais no ambiente escolar. Seus pais são os que menos faltam às reuniões com os mestres, e os que mais têm interesse nas questões educacionais. As meninas também parecem ser mais competitivas entre si, além de serem mais participativas e menos tímidas, conforme pudemos constatar em uma aula de português do sétimo ano, a qual acompanhamos. A aula se constituía de uma leitura didática, e o entrosamento entre elas foi muito superior ao dos meninos, e mesmo ao das meninas das classes mistas.

Nas classes masculinas, embora os resultados sejam inferiores aos das meninas em termos absolutos, são ainda muito positivos se levarmos em conta o desempenho destes mesmos meninos antes da separação. Apesar do menor interesse nos conteúdos, os meninos são menos individualistas, e aprendem facilmente a trabalhar em equipe. Aqui fazemos um parêntesis, esclarecendo que os meninos mais indisciplinados foram deixados nas classes mistas. A escola tratou, assim, de trabalhar o empoderamento em relação aos meninos mais tímidos, que antes desapareciam na massa de alunos. Graças à interatividade entre eles, a escola pôde desenvolver com esses meninos valores como a cooperação e a importância do trabalho, seja individual ou em equipe. Aspectos mais práticos da educação puderam ser abordados, uma vez que os meninos são mais pragmáticos. Por exemplo, eles não se incomodam em ter um resultado apenas satisfatório nos estudos, desde que o conteúdo aprendido tenha alguma finalidade em sua formação profissional.

Os resultados menos satisfatórios em termos absolutos foram, justamente, os das classes mistas, onde os índices de atenção e dedicação aos estudos mais baixos. Levando-se em conta que nessas classes são colocados os alunos menos disciplinados, tanto meninos como meninas, os resultados são, ainda, relativamente bons. A idéia de manter esses alunos menos disciplinados em salas mistas, parte do princípio que a convivência entre os gêneros, nesse caso, funciona como agente disciplinador. Sem a presença dos alunos “brilhantes” na sala, esses meninos e meninas se sentem menos pressionados, e passam a ter uma melhora na sua participação nos trabalhos escolares, como se passassem a ocupar o espaço deixado pelos “bons alunos” que foram transferidos para as salas exclusivas. Seu rendimento, de modo geral, acaba sendo melhor também.

3 CONCLUSÕES

Propomos agora uma reflexão sobre a prática realizada no Colégio, a qual consideramos decididamente exitosa. Na área da educação básica, uma prática pedagógica pode ser considerada exitosa quando proporciona resultados concretos em termos educativos. A prática adotada por esta escola é um desses casos, e isto pode ser comprovado pela própria escola, que monitora o rendimento de todos os alunos envolvidos nesta experiência, desde a fase anterior até o presente momento. Esses dados estão disponíveis em planilhas e registros mantidos pela escola.

A tendência de separar turmas por gênero tem crescido em todo o mundo. Segundo Oliveira (2011), “atualmente, de acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica em 2010, existem 612 escolas públicas e privadas funcionando em regime não-misto no Brasil”. São muitos os autores que afirmam que a escola é um espaço pautado pelas relações de gênero. Meninos e meninas têm comportamentos diferentes no ambiente escolar. Homens e mulheres têm ritmos distintos de desenvolvimento. E não se trata de segregação, mas sim de uma experiência que visa um melhor desempenho na aprendizagem.

O movimento, muitas vezes chamado de “educação

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