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A Importância do Português Histórico

Por:   •  26/10/2018  •  Resenha  •  491 Palavras (2 Páginas)  •  150 Visualizações

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O estudo da língua portuguesa desde sua origem exerce grande importância não apenas no auxílio da aprendizagem da língua mas também na identificação das suas tendências  naturais, conservadas em sua identidade, facilitando assim, sua análise e o reconhecimento do uso intuitivo que, muitas vezes, leva nos a resultados que desviam da norma padrão.

A compreensão desses desvios e de sua racionalidade é amplamente construtiva ao falante, uma vez que, a partir deste diálogo começa a entender o funcionamento de regras da sua própria língua - língua como sistema encadeado que demonstra sua regularidade e homogeneidade através de um recorte , seja ele temporal, social, regional ou situacional.

Na língua portuguesa esse estudo evidencia sua importância nas relações que faz com o latim. Sabemos hoje que o português, como língua românica, é a continuidade histórica do chamado latim vulgar ou latim coloquial, uma variante do latim clássico que se transformou no uso vivo e falado de forma corriqueira pelo povo diferente da forma usada pela elite e no registro da língua (como o uso literário).

A variante de uma língua ocorre a partir das transformações realizadas nesta, muitas vezes, do contato da língua com outras originando dialetos que, em alguns casos, com o enfraquecimento de forças centrípetas que impeçam o fortalecimento dos hábitos linguísticos anteriores em relação à língua dominante acabe por inseri-los a esta - enquadrando-se no conceito de adstrato: língua falada num território contíguo àquele em que se fala a língua tomada como referência.

Para um professor de língua, por exemplo, essas noções de origem e desvio lógico da língua (quando o falante à segue de maneira intuitiva desconhecendo as normas), além de desmistificar as criações linguísticas inusitadas dos alunos e impedir um julgamento errado de suas capacidades, serve de suporte para o esclarecimento de dúvidas.

Por exemplo, pode causar estranhamento ao aluno as exceções de plural de alguns nomes terminados em - l como males e cônsules que obedecem a perspectiva diacrônica oriunda do acusativo latino: malem (acusativo singular) > males (acusativo plural), não sofrendo a queda do /l/ intervocálico que na evolução do consonantismo português criou contato com a vogal -e do tema com a vogal tônica precedente resultando nos

processos de ditongação. Levando-o a questionar o porquê do plural não ser "maleis", seguindo o exemplo de plural de pincel > pincéis ou fóssil > fósseis

Assim como no erro comum, cometido por alunos ao realizarem expressão de grau, no qual costumam anteceder com o advérbio mais algumas formas residuais do grau comparativo de superioridade do latim como: maior, menor, pior, melhor. Estes no entanto que já conservam a desinência latina - ior de comparativo tornando esse acréscimo desnecessário.

Vejo a necessidade do estudo histórico (trabalhado na matéria de Língua Portuguesa VII), como já mencionado, ao fato de nos possibilitar a enxergar esses desvios não como erros mas como elementos de travessia na compreensão básica da língua e, assim, incentivar os alunos nos questionamentos das regras/padrões da sua língua materna em busca de conhecimento.

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