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A Intertextualidade entre Lucíola e Dama das Camélias

Por:   •  24/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  441 Palavras (2 Páginas)  •  1.803 Visualizações

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Discorra sobre a presença da intertextualidade entre os romances Lucíola de José de Alencar, e a Dama das Camélias de Alexandre Dumas.

Normalmente, a relação das obras Lúcíola e Dama das Camélias foi discutida a partir em dois olhares, um depreciativo para o livro de Alencar e um valorativo. O pejorativo despreza a obra Lucíola como se a cortesã brasileira fosse uma Dama das Camélias que desembarcou no Rio com uma vasta bagagem de chapéus e vestidos franceses e se naturalizasse brasileira. No outro polo exaltam a importância de Lucíola ser um romance de um bom escritor brasileiro, voltado para o seu projeto de formação da literatura nacional que, fora inspirado em um romance mundialmente conhecido e verdadeiro bestseller.

A obra de Dumas foi publicada em 1848 e tinha como pano de fundo os efeitos das Revoluções Burguesas na Europa e na França e as mudanças que sofriam o Sistema Capitalista no processo da Primeira Revolução Industrial. A obra de Alencar vem ao publico 1862. Escrita quando o autor brasileiro já era parlamentar e mais conservador do que quando havia feito sua primeira intervenção de Alencar na questão da cortesã em 1858 quando publicou “As asas de um anjo”.

Apesar de muitas diferenças no enredo das duas obras, Alencar faz da confissão também o elemento estruturador do texto, como fizera Dumas Filho. Mas há da mesma forma diversas situações narrativas assemelham-se ao romance de Dumas Filho: a primeira aparição da cortesã, a apresentação a ela, a paixão, o arrependimento e a morte. Paulo, como Armando Duval, confessa uma experiência de amor e seu sofrimento. Lúcia espelha-se em Margarida como esta espelhou em Manon Lescaut, Antoine-François Prévost.

Em Lucíola Alencar não tem como objetivo contar uma historinha de amor. De acordo com Marco (2019), nessa obra Alencar chama o leitor a refletir sobre a dificuldade e a angústia do conhecimento, a considerar os modelos importados como fonte de experiência, como parâmetros para a reflexão, como espelhos que podem revelar diferenças ajudando a percepção das especificidades da realidade brasileira.

Alencar assim pretende encaixar Lucíola em sua proposta para a criação do romance brasileiro. Lucíola fez movimentos de aproximação à realidade do país, mergulhando na tradição literária brasileira e suas relações com a literatura estrangeira. A obra Lucíola deve ser vista como um forma de Alencar propor a discussão política e sua interpretação do Brasil, usando a capital do Império Brasileiro como palco para refletir sobre o país.

REFERÊNCIAS

NITRINI, Sandra. Lucíola e a Dama das Camélias. Fonte: https://periodicos.ufsc.br/index.php/travessia/article/viewFile/17457/16028. Acesso em 17 de maio de 2018.

MARCO, Valéria de. O império da cortesã: a Dama das Camélias e Lucíola. Fonte: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/download/1883/4601. Acesso em 17 de maio de 2018.

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