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A Linguística IV

Por:   •  21/2/2017  •  Resenha  •  766 Palavras (4 Páginas)  •  128 Visualizações

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José Luiz Fiorin é um dos mais conceituados linguistas brasileiros, com mestrado e doutorado em lingüística pela Universidade de São Paulo, seus estudos são voltados para as áreas da semiótica, pragmática e análise do discurso, sendo este último, objeto de estudo de uma de suas principais obras, intitulada “Elementos de Análise do Discurso”, onde analisa toda a questão do processo de construção textual.

Neste livro, Fiorin diz que o texto pode ser o produto do entendimento de dois elementos distintos, o primeiro é a construção do sentido a partir do plano semântico e sintático, já o segundo diz respeito à análise do discurso como um objeto cultural formado com base em uma determinada realidade histórica, em associação dialógica com demais textos.  

O autor defende também a ideia de uma semântica estruturalista do discurso, a qual teria como finalidade observar a significação, ou seja, os valores linguísticos estabelecidos através das posições relacionadas inerentes ao conjunto.

Para Fiorin, a análise do discurso deve ser feita a partir dos mais complicados para os mais simples, já a sua produção deve se dar de modo inverso, dos modos mais complexos para os mais simples. Para tal, o autor segmenta o percurso gerativo do discurso em quatro diferentes níveis, o fundamental, o narrativo, o discursivo e o da manifestação.

No nível fundamental estão presentes os níveis mais genéricos de produção. Estão nele presentes também os grupos de oposição juntamente com as noções de euforia e disforia, onde o primeiro diz respeito aos valores considerados afirmativos, positivos, desejáveis; já o segundo diz respeito aos valores considerados como negativos e indesejáveis.

O nível narrativo é o encarregado, como o próprio nome já indica, da ordenação narrativa, seguindo um determinado ponto e vista. É também nesse nível que surgem os enunciados de estado e os enunciados do fazer. Aquele está ligado a certa ação que se dá através da interação entre sujeito e objeto, tal interação pode ocorrer por conjunção ou disjunção. Já o último é o incumbido da transição de conjunção para disjunção e vice-versa

Os enunciados do estado e do fazer obedecem a uma hierarquia, a qual é dividida em quatro etapas, são elas, a manipulação, competência, performance e sanção.

Na fase da manipulação, um sujeito atua sobre outro com o objetivo de instigá-lo a um determinado querer ou fazer. A manipulação pode ocorrer de seis maneiras distintas: por pedido, ordem, intimidação, provocação, tentação ou sedução. A segunda etapa é a da competência e diz respeito modificação executada por certo sujeito que é atribuído de um determinado poder ou fazer.

A terceira etapa é a da performance, é nela que acontecem as modificações, onde ocorre a passagem de um estado para o outro. A quarta e última fase é a da sanção, esta se realiza a partir da certificação da performance e como conseqüência, há o reconhecimento do sujeito responsável pela alteração.

Fiorin defende ainda a existência dos chamados objetos modais, os quais seriam precisos para atingir o objeto de valor, que seria o objetivo do sujeito.

No nível discursivo, as formas genéricas apresentadas no nível fundamental são materializadas, sendo esse, portanto, o nível mais complexo do percurso gerativo, é onde a totalidade de sentido do discurso acontece.Para a construção do discurso, são utilizados dois recursos: embreagem e debreagem.

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