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A Literatura brasileira não pode ser analisada da mesma forma que aquela da Europa,

Por:   •  19/1/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.684 Palavras (7 Páginas)  •  308 Visualizações

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Resenha: BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira, capítulo 1.

Deta será que BOSI NÃO PODE TER CONEXÃO COM GONÇALVES DIAS?

-três primeiros séculos após o descobrimento, a produção literária no Brasil foi resultado de um complexo colonial.

- híbrido dos movimentos literários europeus com o conteúdo colonial e nativista

-Ele descreve a chamada “literatura de informação”, que é composta pelos escritos de viajantes e missionários, como Caminha, Pero Gândavo e os jesuítas, que buscavam, majoritariamente, expressar suas impressões iniciais da colônia.

-prosa com caráter informativo e referencial. Isso muda somente com o advento do estilo barroco.

Esquema


1.1) Literatura e situação

  • Complexo colonial. A literatura brasileira não pode ser analisada da mesma forma que aquela da Europa, onde ocorreu a maturação das grandes nações modernas que condicionaram toda a história cultural. As origens da literatura brasileira devem ser estudadas a partir da afirmação de um complexo colonial.
  • Nativismo no processo de independência. Inicialmente, a colônia é, apenas, objeto de sua metrópole. Ela passa a não mais o ser com a sua Independência, que, no caso brasileiro, foi um lento processo que sucedeu à adaptação de portugueses e africanos ao Brasil e ao surgimento do fenômeno nativista.
  • Arquipélago cultural. A colonização inicial do Brasil assumiu a forma de um arquipélago cultural tanto em termos geográficos, em razão dos dispersos subsistemas regionais relevantes para a história literária, quanto em termos temporais, devido aos influxos da Europa que estabeleceram um paralelo entre os movimentos europeus e as manifestações literárias e artísticas do Brasil Colônia, como foi o caso do Barroco, do Arcadismo, do Iluminismo e do Pré-Romantismo.
  • Paralelismo não rigoroso e coexistência “atemporal”. Esse paralelismo não podia ser rigoroso, pois os centros primeiros de irradiação mental europeus estavam muito longe do Brasil. Por isso, coexistiram, no Brasil, manifestações baseadas em movimentos europeus de períodos diferentes, como, por exemplo, a arquitetura barroca nas igrejas mineiras e baianas, a poesia arcádica e a ideologia do iluminismo.
  • Literatura luso-brasileira. A literatura do Brasil colonial têm um caráter híbrido, em razão de ela apresentar um código baseado no estilo literário europeu e, ao mesmo tempo, um conteúdo tipicamente colonial.
  • Outras influências europeias em razão da condição de “subcolônia”. Após o período da União Ibérica, Portugal tornou-se uma nação periférica e passou a girar em torno de outras culturas, sendo a sua literatura influenciada pelo movimento Barroco da Espanha, pelo Arcadismo da Itália e pelo Iluminismo da França. O Brasil é influenciado, de “segunda mão”, por esses movimentos.
  • Nativismo limitado no Brasil. A literatura do Brasil era diferenciada daquela de Portugal, por somente vestígios de nativismo, pitoresco no século XVII e reivindicativo no século XVIII. Mesmo no extremo da consciência nativista, que foi a ideologia dos inconfidentes de Minas, do Rio de Janeiro, da Bahia e do Recife, a interpretação da realidade brasileira se dava por meio da influência do liberalismo francês. Essa busca de fontes ideológicas não ibéricas já era uma ruptura e uma forma de assimilação mais brasileira da cultura europeia, como ocorreu no Romantismo.

1.2) Textos de informação

  • Literatura de informação. A história literária brasileira começa com os escritos de viajantes e missionários europeus, que buscavam informar suas impressões sobre o Brasil. Por um lado, alguns estudiosos, como José Veríssimo, entendem que esses escritos são apenas crônicas históricas e não pertencem ao gênero literário. Por outro lado, há interesse nas sugestões temáticas e formais da “literatura” de informação, especialmente em momentos em que escritores brasileiros buscavam se afirmar em contraposição à cultura europeia, como é o caso de José de Alencar, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

1.3) A Carta de Caminha

  • Literatura de viagens. Insere-se nesse gênero, que era bastante comum no século XV em Portugal e na Espanha. Ressalta-se nesse estiulo o espírito observador.
  • Lógica missionária. Há um zelo missionário tipico de uma cristandade medieval, fazendo que, por exemplo, as descrições dos índios sejam dotadas de certa ingenuidade, atenuando a impressão de selvageria.
  • Ideologia mercantilista. Observa-se uma descrição edificante do Brasil.

1.4) Gândavo

  • Prestar informações à metrópole. Capistrano de Abreu afirma que sua obra era “propaganda da imigração”, pois descrevia os bens e o clima da colônia, de modo a incentivar os reinóis a irem para a Colônia. Gândavo estava interessado no proveito do Reino. Louvava a terra e o clima como uma forma de glorificar a metrópole. O nativismo situa-se no nível descritivo.
  • Descrições sóbrias conforme uma lógica humanista. É possível entrever um otimismo visionário em descrições paradisíacas feitas pelos cronistas da época, imersos em uma forma de pensamento pré-renascentista, acerca das potencialidades da colônia. Mas, o tom predominante na obra de Gândavo é sóbrio e baseado naquilo ao que se lhe depara. Ele descreve, por exemplo, a importância dos escravos para os colonos, os alimentos e os costumes indígenas.
  • Mentalidade colonizadora e católica. Uma grande preocupação era sobre a existência de metais e pedras preciosas no Brasil, à semelhança das terras peruanas e mexicanas. Ele buscava atrair os homens com a tentação das riquezas na terra, justificando que seu direito a elas vinha da glória a Deus e da salvação das almas dos índios. Gândavo fazia um juízo moral negativo acerca dos índios.

1.5) O “Tratado” de Gabriel Soares

  • Prestar informações à metrópole. Fonte mais rica de informações sobre a colônia do século XVI. Assim como Gândavo, tinha o objetivo de informar a metrópole sobre as perspectivas da colônia.
  • Descrições variadas com zelo de naturalista. O Tratado tem duas partes — a primeira, de caráter geo-histórico, contém informações sobre a costa do Brasil; a segunda descreve as grandezas da Bahia. Os escritos de Soares continham informações mais variadas do que aquelas apresentadas por Gândavo e descreviam, de forma abrangente, a flora e a fauna da Bahia, a cultura dos índios. Ele também mencionava informações sobre metais e pedras preciosas.

1.6) A informação dos jesuítas

  • Manuel da Nóbrega. Nóbrega tem um traço pragmático, apresentando aspectos positivos e negativos do índio, dependendo da sua abertura à conversão.
  • Fernão Cardim. Os escritos de Cardim também tratam dos índios e se assemelham aos de Gândavo e Soares por conterem cópias de informes recolhidos nas capitanias.
  • José de Anchieta. Somente na obra dele é possível encontrar exemplos do veio místico comum a toda obra religiosa. Suas obras mais relevantes em termos literários foram os seus autos e poemas. Sua obra tinha uma forte intenção pedagógica e moral. Os autos eram obras recreativas, mas pedagógicas, destinadas à edificação do índio e do branco em certas cerimônias litúrgicas. Para isso, as obras eram redigidas ora em português ora em tupi. Os poemas de Anchieta valem em si mesmos como estruturas literárias. Eles traduziam uma visão de mundo anterior ao Renascimento. Anchieta não faz parte do estilo barroco jesuítico. Mesmo os poemas escritos em latim refletem uma visão ingenuamente medieval e não uma contradição entre a mente feudal e as formas renascentistas.

1.7) Os “Diálogos das Grandezas do Brasil”

  • Açúcar. Os Diálgos descrevem e elogiam as riquezas da terra, especialmente no que diz respeito ao cultivo do açúcar. É precoce definir essa obra como nativista, mas ela indica um primeiro passo da consciência do colono, que não é mais um metropolitano.

1.8) Da crônica à história: Frei Vicente, Antonil

  • Crônica histórica. Diferentemente dos textos de Gândavo e Soares, que buscam relatar acontecimentos, a obra do Frei Vicente do Salvador insere sua experiência pessoal. Ele critica os portugueses e o seu desleixo em relação ao potencial da terra.
  • Informação e poder. Similarmente ao que foi feito nos Diálogos, os escritos de Frei Vicente e, principalmente, os de Antonil eram centrados em informações sobre a economia, o açúcar e as rotas do ouro recém descoberto. Essas informações erem muito sensíveis, em razão das práticas mercantilistas da época. A obra de Antonil foi destruída por Portugal por esse motivo.

Informações Importantes


As principais obras analisadas neste capítulo foram:

Pero Vaz de Caminha (1450-1500)

Carta a El-rei D. Manuel

Pero Lopes de Sousa (1497-1539)

Diário de Navegação

Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580)

  • Tratado da Terra do Brasil
  • História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamanos Brasil

Gabriel Soares de Souza (1540?-1591)

Tratado Descritivo do Brasil

Padre Manuel da Nóbrega (1517-1570)

Diálogo sobre a Conversão dos Gentios

Padre Fernão Cardim (1549-1626)

Tratado da Terra e da Gente do Brasil

Padre José de Anchieta (1534-1597)

  • Auto na Festa de São Lourenço
  • Em Deus, Meu Criador
  • Do Santíssimo Sacramento
  • A Santa Inês
  • O Pelote Domingueiro
  • De Beata Virgine Dei Matre Maria

Ambrósio Fernandes Brandão (1555-1618)

Diálogos das Grandezas do Brasil

Frei Vicente do Salvador (1564-1636)

História do Brasil

Padre Antonil (1649-1716)

Cultura e Opulência do Brasil, por suas Drogas e Minas

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