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A Língua de Eulália: Novela Sociolinguística

Por:   •  12/9/2018  •  Resenha  •  737 Palavras (3 Páginas)  •  281 Visualizações

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BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 15ª ed. São Paulo: Contexto, 2006.

Joanita de Jesus Vieira dos Anjos[1]

1. CITAÇÕES REPRESENTATIVAS

“[...] No Brasil, portanto, não se fala “uma só língua portuguesa”. Fala-se um certo número de variedades de português, das quais algumas chegaram ao posto de norma-padrão por motivos que não são de ordem linguística, mas histórica, econômica, social e cultural.[...]” (p.30)

[...] todo professor é professor de língua, já que ele se serve da língua como meio de transmissão dos conteúdos que lhe cabe ensinar. Por isso, a transformação do modo de encarar as variedades não-padrão tem de ser feita em todos os campos da educação, sendo uma tarefa de todos e não apenas dos professores de língua portuguesa. (p.32)

“[...] compraram a causa da língua escrita e tentam nos mostrar em seus livros que ela é a “pura”, a “bela”, a “certa”, a “boa”, enquanto a língua oral... eles nem mesmo falam dela ou, quando falam, é para acusá-la de “vícios” e “deturpações”.” (p.94)

“O padrão é sempre um modelo, uma referência, uma medida, um critério de avaliação. Um padrão nunca é a própria coisa a ser medida, avaliada. Por isso, usar a expressão variedade-padrão chega a ser um paradoxo.” (p.185)

[...] aquilo que parece “errado” ou “estranho” no português não-padrão é, na verdade, resultado da ação de tendências muito antigas na língua, que são refreadas, reprimidas pela educação formal, pelas regras da linguagem literária, oficial, escrita, mas que encontram livre curso na boca do povo. (p.133)

2. TEXTO CRÍTICO

A obra “A língua de Eulália”, de cunho sociolinguístico, pretende descrever as variantes da linguagem que a norma culta aborda como precária ou sem prestígio. Ao longo das abordagens é perceptível que a língua sofre constantes modificações, entretanto, sofre com os obstáculos dos chamados purismos gramaticais que alguns pesquisadores adotam como código ideal, fator eminente na obra quando a personagem Eulália sofre preconceito linguístico por três estudantes considerarem sua fala “errônea”, no qual Irene, uma linguista, propõe uma forma de ensino crítica sobre a variedade da língua portuguesa.

No curso proposto por Irene, o teor crítico associa-se quanto ao conceito de “certo” ou “errado” que por si só é errôneo e cômodo, na busca de desvendar mitos e preconceitos embasando-se sócio-historicamente, na lógica e nas regras gramaticais. Essa problemática é perceptível, externo à obra, nas escolas, no qual os alunos que não possuem o domínio da norma padrão têm sua linguagem reduzida a nada e são submetidos a uma metodologia de transmissão ou por consequência abandonam a escola por falta de estímulo ou pelas acentuadas desigualdades sociais.

A “unidade linguística” do Brasil é um mito, as diversidades de línguas existentes no país comprovam que a cada dia a linguagem se modifica com o tempo e varia com o espaço de acordo com características sociais, econômicas, culturais e históricas. Ademais, em obras renomadas como n’Os Lusíadas de Camões há vestígios de “erros” gramaticais ou até de concordância, o que se torna notório que mesmo entre os variantes da norma culta é usada o português não-padrão, levando a conclusão de que na linguagem, o importante é a transmissão e o entendimento da mensagem.

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