ASPECTOS DO TECNOBREGA NA NOVELA CHEIAS DE CHARME

USCS – Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Escola de Comunicação.

ASPECTOS DO TECNOBREGA NA NOVELA CHEIAS DE CHARME

SÃO CAETANO DO SUL

2012

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

1.1 Tecnobrega 5

1.1.1 Conceito do Tecnobrega 5

1.1.2 Aspectos do Tecnobrega 5

1.2 Telenovela e Cheias de Charme 6

1.2.1 O Gênero Novela 6

1.2.2 Novela Cheias de Charme 7

2. PERGUNTA PROBLEMA 8

3. OBJETIVO 8

4. JUSTIFICAFICA 8

5. METODOLOGIA 9

5.1 Quadro Teórico 9

5.2 Análise Estrutural 10

6. BIBLIOGRAFIA 11

1. INTRODUÇÃO

As telenovelas, ao longo do tempo, acabaram integrando-se a uma gigantesca parte da população, sendo inseridas em seu cotidiado e tornando-se parte de sua cultura, conceito que, segundo o dicionário Aurélio de Holanda Ferreira (1977, p.135), significa:

1. Ato, efeito ou modo de cultivar. 2. O complexo dos padrões de comportamento. Das crenças, das instituições e doutros valores transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade; civilização.

Devido à sua grande influência, as tramas passaram a criar uma interação entre realidade e ficção, passando a ter como principal foco, além do entretenimento, a propagação de ideias e/ou contextos sociais e culturais, que muitas vezes eram rapidamente aderidos pelos telespectadores.

Dessa forma, as novelas foram caracterizadas como uma cultura popular e de massa, já que têm o poder de lançar tendências, ainda que as mesmas não venham de uma vivência cotidiana na sociedade, e geralmente visam o lucro, como apresenta Ecléia Bosi em seu livro Cultura de Massa e Cultura Popular (1989).

O sistema é a indústria cultural. Indústria enquanto complexo de produção de bens. Cultural, quanto ao tipo desses bens. (BOSI, 1989, p.50).

Como é o caso de Cheias de Charme, telenovela transmitida no ano de 2012 pela Rede Globo de Televisão, em que as tramas principais eram a vida na Classe C no Rio de Janeiro e o Tecnobrega, estilo musical nascido no Pará, o que trouxe à tona o conceito da miscigenação, “Casamento entre raças diferentes; mestiçagem, mestiçamento, mistura” (Dicionário Aurélio de Holanda Ferreira 1977, p.135), ou seja, a mistura de duas culturas diferentes, uma agregando valor à outra a partir de uma interação de um indivíduo de certa cultura com outro de uma cultura diferente.

Devido à quantidade significativa de misturas inseridas na mesma trama, a pesquisa pretende identificar os aspectos do gênero musical Tecnobrega presentes nesta – podendo abranger personagens, oralidade, musicalidade, cenários e vestimenta – e a influência que o ritmo tem na vida dos telespectadores.

1.1. Tecnobrega

1.1.1 Conceito do Tecnobrega

O tecnobrega é um ritmo nascido no Pará e tem a mistura da música brega com as batidas eletrônicas em sua melodia, fazendo da tecnologia o seu elemento fundamental, como explicam os autores Ronaldo Lemos e Oona Castro (2008, p. 21, 22) no livro Tecnobrega.

O tecnobrega nasceu do brega tradicional, produzido nas décadas de 1970 e 1980, quando se formou o movimento do gênero no Pará. Na década de 1990, incorporando novos elementos à sua tradição, os artistas do estado começaram a produzir novos gêneros musicais, como o bregacalypso, influenciados pelo estilo caribenho. No início dos anos 2000, por volta de 2002, surgiu o tecnobrega. Mais recentemente, vieram o cybertecnobrega e o bregamelody, todos influenciados pela música eletrônica, que circula mundialmente na web.

1.1.2 Aspectos do Tecnobrega

O estilo musical tecnobrega deriva de um ritmo muito popular no interior do Pará. As festas de tecnobrega contam com muitos recursos digitais de som e iluminação, fundamentais para o ritmo se expandir pelo resto do país.

À margem da indústria cultural tradicional, o mercado tecnobrega se expandiu, de maneira independente, da periferia para toda a região metropolitana de Belém, da cidade para o estado do Pará, do estado para o Brasil. Hoje em dia, o estilo já é conhecido internacionalmente: rendeu reportagem no The New York Times e menção no documentário “Good Copy Bad Copy”, de Andreas Johnsen, Ralf Christensen e Henrik Moltke. (CASTRO, LEMES, 2008, p. 28 e 30)

Assim como outros ritmos, o tecnobrega é considerado um estilo de classes marginalizadas por ser um estilo musical que se destacou por se desenvolver sem a ajuda das grandes gravadoras e ter criado um novo mercado de produção e distribuição, segundo Ronaldo Lemes e Oona Castro(2008, p.22) no livro Tecnobrega: “Mais do que um estilo musical, o tecnobrega é um mercado que criou novas formas de produção e distribuição.”

A maioria de suas músicas utilizam samples – bases ou trechos – de músicas internacionais e as aparelhagens que caracterizam o estilo são iluminação, DJ’s, teclado e guitarra, aparelhos que estão sempre presentes nas apresentações, como os autores Ronaldo Lemes, Oona Castro (2008, p. 78) explicam no livro Tecnobrega.

O teclado, sempre presente, abre alas para os dançarinos iniciarem suas coreografia, em geral, sob trajes exóticos, e dá a base para a voz que chega para levantar o público. A guitarra é outro instrumento presente em quase todo show de tecnobrega.

Além disso, maioria das músicas do estilo têm a característica de abordar, em suas letras, desilusões amorosas.

Com a base eletrônica e incorporando características típicas do brega, a maioria das letras do tecnobrega aborda temas como desilusões amorosas. (CASTRO, LEMES, 2008, P. 80)

1.2. Telenovela

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