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A Visão De LIma Barreto Na Literatura

Seminário: A Visão De LIma Barreto Na Literatura. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/11/2014  •  Seminário  •  800 Palavras (4 Páginas)  •  236 Visualizações

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De acordo com o francês Pierre de Bourdieu (1930-2002), existe uma configuração específica para o objeto artístico ou cultural quando inserido nas relações capitalistas que objetivam o lucro. Sob essa ótica comercial, recebe a alcunha de bem simbólico se submetido às leis de mercado, passando a sustentar um valor mercantil que é ditado por duas categorias: os produtores – que enxergam a possibilidade de venda; e os consumidores – que garantem a recepção do produto.

Com o título de O mercado de bens simbólicos, o sociólogo teceu um profundo estudo onde são encontradas informações que possibilitam enxergar o que há por trás do sistema de produção cujo foco esteja no objeto cultural. Criando uma linha de tempo reflexiva ao abordar a história da vida intelectual e artística das sociedades europeias, fornece pistas para a compreensão de como o campo cultural está sendo constituído, enfim, disciplinado na atualidade.

Constata-se, ao analisar seu texto quando aborda a lógica do processo de automatização, que a gênese do mercado de bens simbólicos surge quando são definidas oposições entre o campo artístico e intelectual e os campos político, social e religioso. A tutela da criação datada da Idade Média, dominada pela aristocracia e a igreja, cede progressivamente, liberando sua produção e seus produtos de toda e qualquer dependência social – seja de estruturas estéticas ou censuras morais da entidade proselitista igreja ou dos controles acadêmicos do poder político que fixavam a arte como instrumento de propaganda.

Na linha de raciocínio esboçada no capítulo alvo desta resenha, percebe-se que a partir da Revolução Industrial, houve transformações imprescindíveis para a autonomia do campo intelectual. O artista teve sua função reformulada, adquirindo uma maior liberdade em trabalhar com seu objeto. Segundo o autor, o desenvolvimento do sistema de produção de bens simbólicos faz-se ladeado ao processo de diferenciação, cujo princípio reside na diversidade dos públicos os quais as diferentes categorias de produtores destinam seus produtos e também na própria natureza dos bens simbólicos. Nesse âmbito, o bem simbólico coexiste sob duas configurações: como simples mercadoria e como objeto cultural artístico.

Essa nova formatação capitalista torna-se solo fértil para o desenvolvimento de campos distintos que enxergavam o bem artístico de forma diferenciada, ora como mercadoria, ora como sistema ideológico puro, sem contaminações. Instaura-se então uma cisão que o autor chama de “[...] dissociação entre a arte como simples mercadoria e a arte como pura significação [...]” (2011, p.103).

O surgimento desse mercado, porém, sugere profundas mudanças em relação às concepções sobre a arte, sobre o artista e o seu lugar dentro da sociedade. Há um afastamento entre artista e público, sendo o criador considerado um gênio autônomo e de produção independente. Esse panorama marca o nascimento do mercado do objeto artístico onde entram em cena além dos editores, instrumentos de difusão, diretores de teatro e marchands de quadros, um público anônimo e um artista que não quer se contaminar por uma valoração unicamente comercial.

No subitem A estrutura e o funcionamento do campo de produção erudita difine-se um sistema que dá suporte, que faz girar o objeto

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