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A tarefa de transferir Mallarme

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Por:   •  23/2/2015  •  Seminário  •  892 Palavras (4 Páginas)  •  203 Visualizações

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O desafio de traduzir Mallarmé

O poeta e tradutor Júlio Castanõn Guimarães lança Brinde fúnebre e outros poemas, com traduções do poeta francês

O poeta francês Stéphane Mallarmé (1842-1898) é visto como um dos escritores mais herméticos da modernidade, situado entre o simbolismo e as vanguardas do início do século XX, entre as quais se incluem o futurismo e o dadaísmo. Se já é difícil de compreendê-lo na língua original, a tradução de sua obra se torna um desafio ainda maior. Mallarmé, igualmente, por meio de Un coup de dés e de seus poemas em prosa, levou adiante as conquistas na dissolução entre gêneros, como antes dele fizeram Baudelaire e Rimbaud, na ligação entre literatura e música, além de ter sido um dos teorizadores da poesia moderna, por meio de Divagations.

Para o poeta e crítico literário Júlio Castañon Guimarães, que está lançando uma reedição de suas traduções do francês, lançadas pela primeira vez em 1997, intitulada Brinde fúnebre e outros poemas (Rio de Janeiro: 7Letras, 2007), “em primeiro lugar a dificuldade está na própria compreensão dos textos”. Essa dificuldade, afirma ele, é “bastante grande; naturalmente, não diz respeito apenas a tradutores, mas a leitores em geral, de que fazem parte os tradutores”.

Nesta entrevista, concedida por e-mail à IHU On-Line, Castañon também aborda a importância das traduções de Mallarmé feitas pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e de Décio Pignatari, visto como um dos precursores da poesia concreta dos anos 1950.

Castañon possui graduação, mestrado e doutorado em Letras, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2006-2007 fez estágio pós-doutoral no Centre d’Etudes de l’Ecriture et de l’Image, na Universidade Paris 7, e no Instituto de Estudos Brasileiros da USP.

Ele é autor, como poeta, de Poemas 1975-2005 (Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2005). Organizou Seleta de prosa (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998), de Manuel Bandeira, e Sobre Augusto de Campos (Rio de Janeiro: 7Letras; Fundação Casa de Rui Barbosa), com Flora Süssekind. É especialista na obra de Murilo Mendes, tendo escrito sobre o poeta modernista sobretudo em Territórios/Conjunções (Rio de Janeiro: Imago, 1993). Também traduziu, entre outros, A câmara clara (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983) e Incidentes (Rio de Janeiro: Guanabara, 1988), ambos de Roland Barthes, Extraterritorial (São Paulo: Companhia das Letras, 1990), de George Steiner, e os três volumes de A vida e a obra de Sigmund Freud (Rio de Janeiro: Imago, 1989), de Ernest Jones.

IHU On-Line – Na sua opinião, é possível dividir a obra de Mallarmé em fases, como fez Mário Faustino , em sua conhecida página de poesia, ou acredita que elas se misturam? “Prose”, por exemplo, seria o seu poema mais hermético antes de Un coup de dés?

Júlio Castañon Guimarães – A divisão constitui uma forma de perceber algumas características mais gerais; tem de certo modo uma intenção didática, o que aliás tem a ver com a intenção da página de Mário Faustino, que era a de realizar um trabalho de divulgação. Mas muita coisa não se encaixa nessa divisão. É claro que há uma grande distância entre os poemas iniciais e os poemas ditos herméticos. No entanto, não só há muita coisa que escapa às partes da divisão, como também há elementos que transitam entre os diferentes momentos. Assim, independentemente de interpretações, o estudo das várias fases de redação dos poemas e das datas de publicação em revistas revela às vezes um percurso bem longo, que pode ultrapassar as tentativas de divisão.

IHU On-Line –

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