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ANALISE POEMA AS QUATRO GARES

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Por:   •  18/10/2014  •  743 Palavras (3 Páginas)  •  7.576 Visualizações

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Análise do poema “As quatro gares” de Oswald de Andrade

O poema “As Quatro gares” pertencente ao Primeiro Caderno de poesia do aluno Oswald de Andrade de 1927, formaliza esteticamente o movimento chamado Modernismo, na medida em que o escritor Oswald se vale de alguns recursos das vanguardas européias e, propõe um novo fazer poético, desvinculando-se totalmente dos padrões poéticos dos movimentos anteriores, Romantismo, Parnasianismo e Simbolismo.

De acordo com FREITAS (2011), Oswald foi o pioneiro no quesito da libertação do verso brasileiro, responsável por instituir uma sintaxe nada linear, na qual suas construções, na maioria das vezes, se pautaram justamente nessa técnica da bricolagem, com foco em trazer harmonia e síntese, grandes tônicas dos movimentos de vanguarda.

Ainda em relação a essas técnicas que esse escritor utiliza, podemos perceber que Oswald aproveitou de cada movimento de vanguarda um elemento chave para construção de seus poemas:

Do Cubismo, trouxe a técnica de recorte e colagem (montagem); do Futurismo, a seqüência desordenada de elementos, palavras em liberdade, destruição da sintaxe habitual, o gosto pela velocidade, a valorização do espaço em branco [...] (FREITAS, 2001, p.13)

O poema está extinto de qualquer pontuação e isso faz com que o mesmo tenha uma leitura rápida, sem nenhuma pausa e esse aspecto juntamente com a ordem direta das frases são recursos primordiais do futurismo, manifesto importado ao Brasil em 1912 pelo próprio Oswald de Andrade.

Com efeito, percebemos que os versos, aparentemente não possuem uma ligação lógica, com aspecto fragmentário, porém, o que se tem na verdade

A palavra gares tem o significado de estação, porém no poema assume outro significado, isto é, remete a idéia das quatro fases da vida homem, desde sua fase inicial, dita infantil até sua fase final, a velhice.

È interessante perceber que esse poema como um todo instaura uma ruptura com os estereótipos da poesia romântica brasileira e, sobretudo, parnasiana brasileira, de maneira anti-lírica, pois o eu – lírico não canta e não exalta as fases da vida do homem, pelo contrário, o que temos em última instância, são versos de descrição das etapas da vida do ser humano.

Na estrofe infância, temos um total de cinco versos, cujo sentido dessa fase da vida do homem é mostrado a partir das referências às sensações afastadas da criança e caracterizadas por substantivos, com intuito de passar certo estado d’alma justamente devido ao fato da nomeação de objetos para transmitir essas sensações.

Na estrofe adolescência, temos apenas dois versos, cujo sentido apresenta certo jogo de ambigüidade, uma vez que se verificam duas possíveis interpretações, isto é, pode se referir tanto a uma desilusão amorosa, quanto a uma simples recordação guardada de maneira carinhosa e saudosa. A presença de pouquíssimos versos nessa estrofe pode ser entendida, portanto, como a adolescência, um momento curto que passa muito rápido diante dos olhos de quem já passou por essa etapa da vida.

Na estrofe maturidade, percebe-se a descrição de modo formal da vida adulta, expressa pela menção do nascimento de uma filha, num certo ar de responsabilidades e deveres que a fase adulta realmente apresenta.

È curioso

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