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ANALISE POEMA AMOR NAO CORRESPONDIDO GONÇALVES DIAS

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Por:   •  29/10/2014  •  281 Palavras (2 Páginas)  •  3.067 Visualizações

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A lírica amorosa de Gonçalves Dias é marcada pelo sofrimento. Em seus poemas, o amor raramente se realiza, é sempre ilusão perdida, impossibilidade vital de relacionamento. Entre a esperança e a vivência, entre a intenção e o gesto estão os abismos da experiência concreta. E a experiência concreta remete para o fracasso. "Cismar venturas e só topar friezas", eis a delimitação desse posicionamento. Em outro de seus versos, um dos mais desencantados, ele desabafa: "Amor! delírio - engano".

Apaixonar-se é, pois, predispor-se à angústia e à solidão. O poeta confessa sua afetividade, suplica a paixão da mulher, mas não obtém resposta. Resta-lhe, pois, o desespero. Em poemas como Se se morre de amor, conseguiu dar dignidade a esse sofrimento:

Se se morre de amor! - Não, não se morre,

Quando é fascinação que nos surpreende

De ruidoso sarau entre os festejos;

Quando luzes, calor, orquestra e flores

Assomos de prazer nos raiam n'alma (...)

Simpáticas feições, cintura breve,

Graciosa postura, porte airoso*

Uma fita, uma flor entre os cabelos,

Um quê mal definido acaso podem

Num engano d'amor arrebatar-nos.

Mas isso amor não é, isso é delírio,

Devaneio, ilusão que se esvanece

Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes no morrer despedem:

Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,

D'amor igual ninguém sucumbe à perda.

Amor é vida; é ter constantemente

Alma, sentidos, coração - abertos

Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,

D'altas vitudes, té capaz de crimes!

Compreender o infinito, a imensidade,

E a natureza e Deus; gostar dos campos,

D'aves, flores, murmúrios solitários;

Buscar tristeza, a soledade, o ermo,

E ter o coração em riso e festa. 

Isso é amor, e desse amor se morre! (...)

Amá-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo roçar os seus vestidos,

Arder por afogá-la em mil abraços:

Isso é amor, e desse amor se morre!"

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