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Alvaro De Campos

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Por:   •  5/9/2013  •  1.222 Palavras (5 Páginas)  •  469 Visualizações

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ÁLVARO DE CAMPOS – O POETA DA MODERNIDADE

Álvaro de Campos surge quando Fernando Pessoa sente “um impulso para escrever”. O próprio Pessoa considera que Campos se encontra no “extremo oposto, inteiramente oposto, a Ricardo Reis”, apesar de ser, como este, um discípulo de Caeiro.

Campos é o “filho indisciplinado da sensação e para ele a sensação é tudo”. O sensasionalismo faz da sensação a realidade da vida e a base da arte. O eu do poeta tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir.

Este heterónimo aprende de Caeiro a urgência de sentir, mas não lhe basta a “sensação das coisas como são”: procura a totalidade das sensações e das percepções conforme as sente, ou como ele próprio afirma “sentir tudo de todas as maneiras”.

Engenheiro naval e viajante, Álvaro de Campos é figurado “biograficamente” por Pessoa como vanguardista e cosmopolita, espelhando-se este seu perfil particularmente nos poemas em que exalta, em tom futurista, a civilização moderna e os valores do progresso.

Cantor do mundo moderno, o poeta procura incessantemente “sentir tudo de todas as maneiras”, seja a força explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. “Poeta da modernidade”, Campos tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a civilização industrial e mecânica, como expressa o desencanto do quotidiano citadino, adoptando sempre o ponto de vista do homem da cidade.

FISICAMENTE

A partir da carta a Adolfo Casais Monteiro

• Nasceu em Tavira a 15 de Outubro de 1890;

• Teve uma educação vulgar de liceu;

• Foi para a Escócia estudar Engenharia, primeiro mecânica e depois naval (Glasgow);

• Numas férias fez uma viagem ao Oriente de onde resultou o “Opiário”;

• Um tio beirão que era Padre ensinou-lhe Latim;

• Inactivo em Lisboa;

• Usa monóculo;

• É alto (1,75m);

• Magro, cabelo liso apartado ao lado;

• Cara rapada, tipo judeu português;

A obra de Álvaro de Campos passa por três fases:

• 1ª Fase – Decadentista

Exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações (Composta por um só poema - “Opiário”); o decadentismo surge como uma atitude finissecular que exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço, o abatimento e a necessidade de novas sensações. Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia. Com rebuscamento, preciosismo, símbolos e imagens apresenta-se marcado pelo Romantismo e pelo Simbolismo.

• 2ª Fase – Futurista / Sencionalista

Futurismo

Elogio da civilização e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”. Ode Triunfal);

Ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional;

Atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida;

Sensacionalismo

Vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro);

Sadismo e masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente/tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...” – Ode Triunfal);

Cantor Lúcido do mundo moderno.

Ode Triunfal

o Vaidade e orgulho por poder conviver com tudo aquilo que os antigos não conseguiram – poeta extasiado;

o A fúria do exterior reflecte-se dentro de si e espalha-se por todas as suas sensações – é o que lhe permite escrever;

o Humanização das máquinas (“grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força”);

o O presente é a concentração de todos os tempos: o presente existe porque houve passado e é o presente que permite que haja futuro;

o Desejo de materialização, de funcionar como uma máquina pois elas funcionam sem sofrer, sem pensar;

o Denúncia dos aspectos negativos da sociedade da civilização moderna: ócio, inutilidade, riqueza, luxo (dos que não trabalham), superficialidade e falta de sinceridade e isenção da imprensa, corrupção (política);

o Prazer obtido através das máquinas;

o Agora devem ser exaltadas outras coisas que são tão belas como a natureza (“Um orçamento é tão natural como uma árvore”);

o Alucinação provocada por todo o movimento das máquinas;

o Quebra abrupta no ritmo acelerado e esfuziante: ele pára para pensar, recordar a infância e constata a efemeridade da vida e as próprias mudanças que se operam nele – infância é a idade da felicidade;

o Termina com um grito de Sensacionalismo  anulação do eu viver tudo de todas as maneiras, por toda a gente e em toda a parte;

o Novo conceito do homem – insensível, livre e amoral;

o Irregularidade estrófica, métrica e rítmica; utilização de palavras agressivas; linguagem técnica, realidades antilíricas; muitas anatopeias apóstrofes e interjeições, discurso caótico –recursos estilísticos me excesso;

3ª Fase – Pessimismo/Intimista

Que, perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento, que provoca “Um supressíssimo cansaço / íssimo, íssimo, íssimo, / Cansaço...”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado (“esta velha angústia”; “Apontamento”; Lisbon Revisited”)

Lisbon Revisited  Campo disfórico, cansado, rejeitando até as ciências e a civilização moderna (oposição à Ode Triunfal);reclama o direito à solidão

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