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Análise do Capítulo 1 de Cinco Minutos

Por:   •  15/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  790 Palavras (4 Páginas)  •  385 Visualizações

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Análise do Capitulo I de “Cinco Minutos”

“É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima. Mas é uma história e não um romance.”

A história, que é contada através da carta, é também narrada pelo próprio personagem da trama, que gira em torno de um amor à primeira vista. No entanto, desde o inicio ele já atenta que a sua história, apesar do seu cunho amoroso, não possui os traços estéticos de um romance convencional. A linguagem utilizada é extremamente fácil e acessível, sendo dividida em capítulos que suspendem a história em pontos que despertam a curiosidade do leitor para o que irá acontecer logo mais adiante. Ainda assim, vale também pontuar o compromisso do autor para com a realidade de ambiente e as noções de tempo (neste caso, no entanto, por um outra ótica, pode-se inferir um compromisso em mostrar o “descompromisso” do personagem com as horas — uma realidade de tempo).

“Há mais de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi-me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí.”

* * *

“Sabe que sou o homem menos pontual que há neste mundo; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas qualidades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis e esse mau costume dos ingleses.”

O protagonista-autor também não se autopromove. Todo o ideário de um herói a narrar ou, por terceiros, ter narradas suas aventuras e peripécias, definitivamente, não é o caso desse homem que admite seus defeitos e que se pinta como um anti-herói do seu século.

A história tem como ponto central as divergências entre o homem e o seu grande inimigo: o tempo. Tem-se como exemplo disso, neste caso, o narrador da carta que se opõe declaradamente às imposições das horas e dos minutos, tentando sustentar a tese de que o não alinhamento do homem para com os limites e ordens do tempo pode sim resultar em frutos positivos para as pessoas, quebrando assim tudo aquilo que seja sistemático.

“Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações de uma pêndula.”

* * *

“Tudo isto quer dizer que, chegando ao Rocio, não vi mais ônibus algum; o empregado a quem me dirigi respondeu: — Partiu há cinco minutos.”

Pois bem, ele entra, então, de uma só vez para dentro da trama. E, sendo assim, a história se sucede com o personagem tomando o ônibus seguinte e conhecendo, de forma incidental, a grande mulher da sua vida. Contudo, até então, há um “pequeno” dilema: ela é feia ou é bonita? — No encontro confuso dos dois, não foi possível para ele ver a face da mulher recém-amada. Estabelece-se, assim, um conflito interno do homem apaixonado e um suspense quanto a expectativa criada a partir dos seus questionamentos:

“De repente veio-me uma idéia. Se fosse feia! se fosse velha! se fosse uma e outra coisa! Fiquei frio e comecei a refletir. Esta mulher, que sem me conhecer me permitia o que só se permite ao homem que se ama, não podia deixar com efeito de ser feia e muito feia.”

(...)

“De todos estes indícios,

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