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Análise do Conto Cinco Minutos de José de Alencar

Por:   •  6/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  778 Palavras (4 Páginas)  •  1.310 Visualizações

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CINCO MINUTOS, JOSÉ DE ALENCAR

Neste romance, o leitor é envolvido em pequenas doses de mistério, persistência, pureza e esperança. Em suma, trata-se de uma história de amor que é capaz de promover milagres.

Em Cinco Minutos de José de Alencar, o narrador é a personagem principal. Ele é a cerne da história, pois relata/narra a sua aventura amorosa a sua prima e indiretamente ao leitor, como logo percebemos no início da narrativa:

É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima...

Há mais de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi-me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí. (ALENCAR, 2009, p.7).

Trata-se de um narrador homodiegético e de um discurso direto em primeira pessoa, essa posição é perceptível do início ao fim do romance:

Podia dar-lhe outra resposta mais breve e dizer-lhe simplesmente que tudo isto sucedeu porque me atrasei cinco minutos. (2009, p.53).

Percebe-se que o narrador tem uma visão com, focalização interna, ou seja, uma visão parcial, a partir da sua perspectiva. Tal característica pode ser evidenciada em todo o romance, como por exemplo, no momento que o narrador/personagem acredita que sua amada (Carlota) esta o deixando.

 “A nossa casa em Nápoles dava sobre o mar; o sol, transbordando, escondia-se nas ondas; um raio pálido e descorado veio enfiar-se pela nossa janela e brincar sobre o rosto de Carlota, sentada, ou antes, deitada em uma conversadeira... Sentindo as minhas lágrimas molharem as suas mãos, que eu beijava, ela voltou-se e fixou-me com seus grandes olhos lânguidos.

Depois, fazendo um esforço, reclinou-se para mim e apoiou as mãos sobre o meu ombro”. (2009, p.50).

Vale destacar, que o romance se baseia em um fato que já aconteceu e apresenta recursos narrativos peculiares ao seu narrador, como as suas várias interrupções no desenrolar da história. O protagonista infere no discurso sua opinião, considerações, indagações e conclusões, inclusive, por exemplo, suas teorias sobre as mulheres:

A mulher é uma ílor que se estuda, como a flor do campo, pelas suas cores, pelas suas folhas e sobretudo pelo seu perfume.

Dada a cor predileta de uma mulher desconhecida, o seu modo de trajar e o seu perfume favorito, vou descobrir com a mesma exatidão de um problema algébrico se ela é bonita ou feia (2009, p.9).

Essa inferência é feita naturalmente no romance, como se ele quisesse exprimir o contexto psicológico daquele momento, pois a narrativa incorpora suas reflexões e percepções.

Apesar de o romance ser direcionado a uma terceira pessoa (a prima), o leitor não deixa de se envolver com a história. Esse diálogo se dá principalmente, pelos já mencionados comentários, reflexões e considerações do narrador. Outro recurso para envolver o interlocutor é o mistério/suspense que permeia o romance, assim como os desencontros que geram uma verdadeira aventura.

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