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Breve Histórico Da Educação De Surdos.

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Por:   •  26/9/2014  •  1.495 Palavras (6 Páginas)  •  308 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Muito se diz a respeito da educação de surdos, língua de sinais, oralidade, implante coclear e etc. Mas para que não sejamos levados - como é muito comum hoje em dia - a pensar com a cabeça alheia; e trata-se de conduzir e não de sermos conduzidos.

Vamos entender o contexto histórico que os surdos viviam, e como esse contexto influencia a educação nos dias de hoje. Chesterton, diz que o homem não é verdadeiramente um homem enquanto não vê o mundo de pernas para o ar e de cabeça para baixo. Pode-se praticar esse exercício sem muita fadiga, estudando História.

Ao se familiarizar com outros tempos, outras épocas, outras civilizações, adquire-se o salutar hábito de desconfiar dos critérios de seu tempo: eles evoluirão, como outros evoluíram. É a ocasião de revisar, dentro de si próprio, o mecanismo de pensamento, suas próprias motivações etc. por confronto com o outro.

O estudo da História da educação dos surdos nos permite avaliar melhor como se deu essa movimento para chegarmos ao reconhecimento da língua de sinais nos dias de hoje, e pode nos ajudar a eliminar erros que foram cometidos no passado.

BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE SURDOS

No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.

Em 1880, foi realizado o II Congresso Internacional, em Milão, que trouxe uma completa mudança nos rumos da educação de surdos e, justamente por isso, ele é considerado um marco histórico. O congresso foi preparado por uma maioria oralista com o firme propósito de dar força de lei às suas proposições no que dizia respeito à surdez e à educação de surdos. As decisões tomadas no Congresso de Milão levaram a que a linguagem gestual fosse praticamente banida como forma de comunicação a ser utilizada por pessoas surdas no trabalho educacional.

A educação dos surdos sempre foi um tema muito polêmico na área educacional, pois é diferenciado pela sua especificidade linguística. Após a promulgação do Decreto 5626 (dezembro de 2005) que regulamentou a lei 10.436 (abril de 2002) reconheceu-se e oficializou-se a Libras como a primeira língua dos surdos, ou seja, deu o direito ao surdo a uma educação bilíngue, inserindo o intérprete de língua de sinais na sala de aula. No presente trabalho, buscamos refletir as consequências da atual promulgação do Decreto 5626 sobre a educação dos sujeitos surdos, tendo por objetivo, discutir como se poderia pensar uma escola que fosse inclusiva para eles, não apenas sob o ponto de vista dos pesquisadores ouvintes, mas dos próprios surdos.

São três as propostas de educação para os surdos:

1. Oralismo - para os oralistas, a linguagem falada é prioritária como forma de comunicação dos surdos e a aprendizagem da linguagem oral é preconizada como indispensável para o desenvolvimento integral das crianças. De forma geral, sinais e alfabeto digitais são proibidos, embora alguns aceitem o uso de gestos naturais, e recomenda-se que a recepção da linguagem seja feita pela via auditiva (devidamente treinada) e pela leitura orofacial.

2. Comunicação Total - é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação e alfabeto digital para fornecer inputs linguísticos para estudantes surdos, ao passo que eles podem expressar-se nas modalidades preferidas". O objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real com seus familiares, professores e coetâneos, para que possa construir seu mundo interno. A oralização não é o objetivo em si da comunicação total, mas uma das áreas trabalhadas para possibilitar a integração social do indivíduo surdo. A comunicação total pode utilizar tanto sinais retirados da língua de sinais usada pela comunidade surda quanto sinais gramaticais modificados e marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na língua de sinais. Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam, o que facilitaria a aquisição da língua oral e posteriormente da leitura e da escrita.

3. Educação Bilíngue - essa proposta de educação contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal viso-gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um espaço efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso advoga que cada uma das línguas apresentadas ao surdo mantenha suas características próprias e que não se "misture" uma com a outra. Nesse modelo, o que se propõe é que sejam ensinadas duas línguas, a língua de sinais e, secundariamente, a língua do grupo ouvinte majoritário, no caso do Brasil a língua portuguesa.

O objetivo da educação bilíngue é que a criança surda possa ter um desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao verificado na criança ouvinte, e que possa desenvolver uma relação harmoniosa também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de sinais e a língua majoritária.

Pequeno Histórico dos últimos 23 anos no Brasil:

1977 - Criado no Rio de Janeiro a Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos, FENEIDA, com diretoria de ouvintes.

Final da década de 70 - Introduzida a Comunicação Total no Brasil sob a influência do Congresso Internacional de Gallaudet.

1981 - Início das pesquisas sistematizadas

sobre a Língua de Sinais no Brasil.

1982 - Elaboração em equipe de um projeto subsidiado pela ANPOCS e pelo CNPQ intitulado "Levantamento linguístico da Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros (LSCB) e sua aplicação na educação". A partir desta data, diversos estudos linguísticos sobre LIBRAS são efetuados sobre a orientação da linguista L. Brito, principalmente na UFRJ. A problemática da surdez passa a ser alvo de estudos para diversas Dissertações de Mestrado.

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