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Carnavalizção: O retrato de um homem ridiculo

Por:   •  10/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.999 Palavras (16 Páginas)  •  222 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

YGORH DE OLIVEIRA MEDEIROS

CARNAVALIZAÇÃO: O RETRATO DO HOMEM RIDÍCULO

LAVRAS

2017[pic 2][pic 3]


1 INTRODUÇÃO

         Visto que há no Brasil um alargamento das pesquisas e noção em relação a gêneros do discurso (o todo onde se percebe a linguagem), impulsionadas pela teoria Saussuriana que coloca como objeto de estudo a língua; apresento no seguinte trabalho o processo de carnavalização à luz de Bakhtin, alisando o curta metragem “O sonho de um homem ridículo” fundamentado na novela de Dostoiévski, produzido por Alexandr Petrov.

         O curta em síntese revela um homem em que tudo lhe é indiferente, esse está a ponto de cometer suicídio quando uma menina interrompe o que estaria para acontecer. Pega sua arma e vai para sua casa; adormece e “sonha” estar vivendo a verdade, em um mundo hedonista onde ninguém fala com ele, todos que estão felizes não conhecem a mentira nem os males do mundo em que viviam. Ele corrompe o “paraíso hedonista” utilizando-se de papeis sociais, que são máscaras que quando usadas tudo poderia ser feito. Todos o seguiam, e tudo mudou, instaurou-se o mal e medo, as divisões geográficas e as línguas se misturaram, ninguém o entendia. Então acordou, vendo a verdade, decidiu procurar a menina, aquela mesma menina que interrompeu seu lindo sonho de deixar a vida. Pois tudo, lhe era indiferente.

Visto que Doistoiévski criou uma literatura carnavalizada, diferenciada da convencional para sua época. Sua obra “O sonho de um homem ridículo” nos mostra um personagem que vive em mundo paralelos, com vozes paralelas, deixando o interlocutor apreensivo do que é real e irreal na formulação de sua Poética.

Para Bakhtin, “O carnaval é um espetáculo não para ser observado, mas para ser vivido, onde se tem as suspensões das regras, proibições que regem a vida normal”. Portando, o objetivo deste trabalho é analisar essa carnavalização segundo a obra de Doistoiévski, mostrando que essa carnavalização se dá de formas, dentre algumas delas: a profanação da religião, a colocação de personagens de baixo calão como as principais, confrontando com a realidade e exibindo a verticalização da hierarquia social.

2 OBJETIVO

É de suma importância que entendamos que o conceito de gêneros do discurso, ou gêneros textuais ainda flutua, não possuímos, apesar de vários serem os estudos, um conceito fechado acerca do tema proposto, o que então problematiza a terminologia de um determinado gênero do discurso.

O objetivo desta pesquisa e salientar as inúmeras formas de construção de sentido acerca do processo de carnavalização no gênero discursivo, escrito ou ancorado a outras plataformas de enunciação.

Várias são as plataformas que se pode utilizar para trabalhar um determinado gênero discursivo, ao ser feito transmuta-se para um novo gênero discursivo, dentre alguns o trabalho visa destacar o cinematográfico.

Como análise, selecionei a obra do escritor russo Fiódor Mikhailovitch Doistoiévski, “ O sonho de um homem ridículo” na plataforma curta metragem produzido por Alexandr Petrov.

3 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

        3.1 GÊNEROS DO DISCURSO

        A sociedade em que vivemos é a em que a comunicação acontece rapidamente e facilmente por diferentes formas e plataformas, com diferentes discursos e enunciados, a todo instante estamos sendo submetidos a enunciações, vindas de meios interacionais diversos. Por mais variadas que sejam estas enunciações, todas utilizam um recurso em comum para o contexto em que está inserida: a língua. “A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. (BAKHTIN,2003).

        O discurso se torna concreto na forma de enunciado, em que o mesmo possui um determinado papel social, diferente pois, é destinado a culturas e pessoas diferentes. O contexto ideológico e social, de quem o interpreta, de quem recebe o enunciado interfere na construção de sentido primeira que a enunciação acontece.

        De acordo com Bakhtin (2003, p. 280)

Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso. A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa. (Bakhtin (2003, p. 280)

Bakhtin ressignifica a noção de gêneros do discurso, retirando-a do domínio da arte e de uma tradução formal para introduzi-las nos seios das relações sociais, articulando-as às situações de interações sociais das diferentes esferas da comunicação social. Porém, devemos levar em consideração a diferença entre o gênero primário (simples) e o gênero secundário (complexo).
        De acordo com Bakhtin (2003, p.282):


 A distinção entre gêneros primários e gêneros secundários tem grande importância teórica, sendo esta a razão pela qual a natureza do enunciado deve ser elucidada e definida por uma análise de ambos os gêneros. Só com esta condição a análise se adequaria à natureza complexa e sutil do enunciado e abrangeria seus aspectos essenciais.

 

                  Seguindo a premissa de Bakhtin (2003, p.282) que o gênero primário intercala diretamente e indiretamente com o gênero secundário.


Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios.

         

         O objeto de estudo deste trabalho é analisar um gênero discursivo transmutado, ou seja, ao fazer a análise na obra de Doistoiévski pelo viés de um curta metragem, à luz da teoria bakhtiniana, trabalhando com o gênero primário, que é o texto simples e com o gênero secundário, que já é uma abordagem diferenciada do texto simples como exemplificação disso o produtor, Alexandr Petrov baila com intertextualidade da enunciação de “O sonho de um homem Ridículo” de Doistoiévski, utilizando a plataforma cinematográfica e os recursos que essa disponibiliza, criando um gênero discursivo novo e atraente.

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