Carta A Jorge Amado

CARTA À JORGE AMADO

Andradina (SP), 02 novembro 2014.

Caro Senhor Jorge Amado,

Devo dizer, quanto ao seu livro “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Agua”, que retrata muito bem a realidade da época. O otimismo que dominava a vida social e politica brasileira, de certa forma contribuiu para esse clima fantástico da narrativa.

Cada imagem que o Senhor retrata em sua obra, nos traz essa perspectiva do que se passou e creio que essa seja a percepção que temos hoje, usando uma linguagem simples, evitando formalidade e registrando os diálogos em que ocorrem no cotidiano das ruas na Bahia, isto é, um vocabulário mais regionalizado com o uso de gírias e expressões da cultura baiana.

Devo lembrar também que a cultura baiana é uma das mais ricas e diversificadas do nosso país. O samba, através das raízes negras surgiu-se lá, movidos por atabaques, berimbaus, marimbas, espalhando por todo o Brasil. E diante disso o Senhor retrata muito bem essa cultura, sem abrir mão da perspectiva sociológica.

Atualmente vemos a desobediência tomando conta do país, ou seja, muitas crianças sem o mínimo de educação. O livro se tornou muito confuso, porém muito interessante. Mas não aconselharia uma criança a ler devido o vocabulário que usou principalmente as gírias.

Gostaria de salientar ao senhor que mesmo sendo confuso de interpreta-lo, particularmente adorei o livro. Não tenho o que criticar.

Atenciosamente,

Lorena

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