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Fichamento de criações ideologicas e dialogismo

Por:   •  26/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.225 Palavras (5 Páginas)  •  248 Visualizações

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Linguagem e Dialogo: As Ideias Linguísticas do Círculo de Bakhtin, FARACO, Carlos Alberto. (pp. 46-61).

“A palavra ideologia é usada; em geral, para designar o universo dos produtos do “espírito” humano, aquilo que alguma vez é chamado por outros autores de cultura imaterial ou produção espiritual (talvez como herança de um pensamento idealista); e, igualmente, de formas de consciência social (num vocabulário de sabor mais materialista).” (p. 46).

“Ideologia é o nome que o Círculo costuma dar, então, para o universo que engloba a arte, a ciência, a filosofia, o direito, a religião, a ética, a política, ou seja, todas as manifestações superestruturais (para usar certa terminologia da tradição marxista).” (p. 46).

“A palavra ocorre também no plural para designar a pluralidade de esferas da produção imaterial (assim, a arte, a ciência, a filosofia, o direito, a religião, a ética, as políticas são as ideologias)” (p. 47). https://pt.wikipedia.org/wiki/Ideologia, sobre Ideologia.

“Esses termos (ideologia, ideologias, ideológico) não têm, portanto, nos textos do Círculo de Bakhtin, nenhum sentido restrito e negativo. Será, portanto inadequado lê-los nestes textos com o sentido de “mascaramento do real”, comum em algumas vertentes marxistas.” (p. 47)

“Algumas vezes, o adjetivo ideológico aparece como equivalente a axiológico. Aqui é importante lembrar que, para o Círculo, a significação dos enunciados tem sempre uma dimensão avaliativa, expressa sempre um posicionamento social valorativo. Desse modo, qualquer enunciado é, na concepção do Círculo, sempre ideológico – para eles, não existe enunciado se dá na esfera de uma das ideologias (i, e., no interior de uma das áreas da atividade intelectual humana) e expressa sempre uma posição avaliativa (i.e., não há enunciado neutro; a própria retórica da neutralidade é também uma posição axiológica).” (p. 47) https://pt.wikipedia.org/wiki/Axiologia, sobre Axiologia.

“Para Medvedev, ambas as abordagens perdem de vista o fato de que a criação ideológica , é sempre social e histórica, não podendo, por isso, ser reduzida nem à sua superfície impírica (como se fosse rol de meros fenômenos isolados), nem fechada e autocontida no mundo de uma consciência individual ou no reino das “puras ideias”.” (p. 48)

“Nesse processo, lembra de saída, que todos os produtos de criação ideológica são objetos dotados de materialidade, isto é, são parte concreta e totalmente objetiva da realidade prática dos seres humanos (não se podendo estudá-los, portanto, desconectados dessa realidade).” (p. 48)

“[...] os signos são intririsecamente sociais, isto é, são criados e interpretados no interior dos complexos e variados processos que caracterizam o intercâmbio social. [...] Para estudá-los, é indispensável situá-los nos processos sociais globais que lhes dão significação”. (p. 49)

“[...] “O dado puro não pode ser realmente experienciado” (p.32). Nós nos relacionamos com um real informado em matéria significante, isto é, o mundo só adquire sentido para nós, seres humanos, quando semioticizado. E mais: como a significação dos signos envolve sempre uma dimensão axiológica, nossa relação com o mundo é sempre atravessada por valores.” (p. 49)

“[...] qualquer palavra (qualquer enunciado concreto) encontra o objeto a que ele se refere já recoberto de qualificações, envolto por uma atmosfera social de discursos por uma espécie de aura heteroglóssica (i.e., por uma densa e tensa camada de discursos).” (p.49).

“É nesse sentido que os textos dos Círculos vão dizer recorrentemente, que os signos não apenas refletem o mundo (não são apenas um decalque do mundo. Em outras palavras, o Círculo assume que o processo de transmutação do mundo em matéria significante se dá sempre atravessado pela refração dos quadros axilógicos.” (p. 50)

“[...] com os signos podemos apontar para uma realidade que lhes é externa (para a materialidade do mundo), mas o fazemos sempre de modo refratado. E refratar significa aqui, que com nossos signos nós não somente descrevemos o mundo, mas construímos – na dinâmica da história e por decorrência do caráter sempre múltiplo e heterogêneo das experiências concretas dos grupos humanos – diversas interpretações

(refrações) desse mundo. [...] Medevedev dirá que “no horizonte ideológico de uma época do grupo social, não há uma, mas várias verdades mutuamente contraditórias” (p.19).”” (pp. 50-51).

“Isso porque as significações não estão dadas no signo em si, nem estão garantidas por um sistema semântico abstrato, único e temporal, nem pela referência a um mundo dado uniforme e transparentemente, mas são construídas na dinâmica da história e estão marcadas pela diversidade de experiências de grupos humanos, com suas inúmeras contradições e confrontos de valorações a interesses sociais” (p. 51).

“Os signos não podem ser unívocos (monossêmicos); só podem ser plurívocos (o caráter multissêmico) é a condição de funcionamento

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