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LINGUAGEM: CONCEITOS BÁSICO. DE BRAZ JOSÉ COELHO

Por:   •  1/6/2016  •  Resenha  •  1.592 Palavras (7 Páginas)  •  377 Visualizações

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PROPOSIÇÃO

De certa forma, este livro se assemelha quanto ao objetivo e à forma de exposição: a comunicação verbal e suas implicações didático-pedagógicas. A pretensão ainda é a de discutir alguns aspectos e dimensões da linguagem, fenômeno de que me ocupo por força, ofício e por paixão. Estes trabalhos são específicos como texto de apoio a aulas em cursos de letras e em cursos de atualização de professores.

Considerações Preliminares Sobre a Linguagem

Trata-se de algumas considerações sobre a linguagem — não é pesquisa, nem síntese de estudo aprofundado e rigoroso —, apenas considerações e preliminares. Isto quer dizer que as questões aqui expostas necessitam todas elas de serem verificadas e discutidas.

A consciência aparece no homem junto com a linguagem e, ambas, resultam do relacionamento dos homens entre si e com o mundo na constante atividade superarem os problemas que suas existências concretas promovem.

O ser pensante, além de alcançar na linguagem o seu conteúdo, o pensamento e o saber, encontra nela o sistema de signos que possibilita a realização concreta deles.

A linguagem não existe como algo separado do homem, assim como a consciência, o pensamento, o conhecimento e outras dimensões ou aspectos humanos, ela passa a ser, através da atividade simbolizante, um atributo dos homens, um constitutivo da espécie. Ela existe nos homens e apenas neles, o seu modo de existência é nas pessoas e não fora delas.

Qualquer pessoa aceita uma modalidade de linguagem como sua, na medida em que essa modalidade a represente numa nova situação existencial e/ou cultura que incorpora. A língua oficial passa a ser a imposição de uma atuoridade que está fora dele e não o representa e se a usa é, ou como ser oficializado, ou como alienado, procurando uma representação identificadora com a ideologia de prestígio. A linguagem se apresenta desta feita, como mediadora entre o homem e o mundo em que ele vive (organização e apreensão cognitiva do real) entre o homem e o outro seu parceiro (comunicação, exteriorização e atuação social), entre o homem e si mesmo (pensam e consciência).

Lingüística: uma conceituação introdutória

Propõe-se com este texto, uma explicação do conceito de lingüística; mas uma explicação apenas inicial, sem aprofundamentos nas questões e problemas que ela, enquanto ciência, apresenta, e sem maiores questionamentos sobre posições e direcionamentos teórico-metodológicos que fundamentam as várias correntes e escolas que intentam explicar a linguagem.

Contrariamente ao senso comum, a filosofia e a ciência têm não só a preocupação em obter e produzir o conhecimento, mas também a preocupação em como obtê-lo, mas querem que este resultado seja explicado, descrito, demonstrado em suas causas, origens e fundamentos — em sua validade, não basta como no senso comum chegar-se a um resultado pragmático e necessário, explicar a sua origem, verificar em que situações ocorre, de que é constituído e porque é produzido. A ciência e a filosofia se preocupam em primeiro lugar, em conhecer os fenômenos e não em utilizar de um conhecimento positivo, o que caracteriza a posição do senso-comum.

De uma forma geral e simplificada, diríamos que a filosofia é a modalidade de conhecimento que busca a compreensão e explicação das totalidades dos fenômenos do universo e do homem, considerando-os globalmente.

As ciências, ou um estudo, para ser considerado científico, possuem certos requisitos indispensáveis: um objeto, o fenômeno que se pretende conhecer e que deve ser delimitado, o que implica que toda ciência deverá definir com bastante clareza os aspectos e dimensões do objeto que propõe conhecer. A delimitação é um requisito da ciência por ser particularizante e especialista. A via do acesso é a observação. O fenômeno que não puder ser observado, não poderá, também, ser objeto de estudo científico.

O senso-comum é uma forma de conhecimento bastante sujeita a erros e equívocos; mas nem por isso pode-se negar a validade para o que se propõe. Um conhecimento prático capaz de guiar as pessoas nas soluções simples de seus problemas cotidianos. É a primeira forma de conhecer o senso comum e eminentemente pragmática.

Agora, para compreender, portanto, o estruturalismo, mesmo que rápida e superficialmente, é necessário compreender suas categorias operacionais.

A noção de sistema para o estruturalismo é vital e diferencia das noções simples de um sistema, por elevá-lo à categoria de um modelo formal. Para o estruturalismo, um sistema é um modelo formal do objeto que se procura compreender. A necessidade da relação, dependência e interação entre os elementos de um sistema estabelece a diferença dele com um simples conjunto.

Qualquer objeto ou fenômeno pode ser verificado por várias perspectivas. Uma delas é a que se denomina de visão de dualidade ou dualista, às vezes, aparecendo com uma denominação mais simplificada: dicotomia ou binarismo.

Por visão de dualidade ou dicotomia, entende-se, pois, o modo, pelo qual se percebe uma totalidade através de dois aspectos básicos que a constitui, sendo que a falta de um deles descaracterizaria a totalidade em questão e, até mesmo, provocaria a sua inexistência.

O termo função, nos estudo de língua, se apresenta sendo dupla acepção, no sentido de servir para que e no sentido de como funciona.

A primeira acepção pode ser entendida como uma função extrema ao sistema lingüístico, diz respeito à sua finalidade enquanto instituição social, como, por exemplo, as seis funções da linguagem emotiva, conativa, referencial, fálica, poética, metalingüística, apresentdas por Jakobson (1973, p.129). a segundo, como interna ao sistema lingüístico, se referindo às várias funções que as unidades lingüística vão adquirindo à medida que tais unidades se relacionam umas com as outras no interior do sistema e de acordo com o tipo de relação contraídas. O importante em tudo isso é perceber que, em se tratando das unidades de um sistema lingüístico, a função decorre da relação.

A competência lingüística do indivíduo apresenta dois aspectos básicos: o chamado passivo, que corresponde ao repertório lingüístico que o indivíduo nem sempre domina, mas utiliza para a compreensão do que os outros falam para ele e o conhecido por ativo, correspondendo ao repertório lingüístico que o mesmo indivíduo possui, domina e utiliza, sem muito esforço, na

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