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Linguagem literária ou artística

Seminário: Linguagem literária ou artística. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/3/2014  •  Seminário  •  528 Palavras (3 Páginas)  •  253 Visualizações

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No estudo da literatura, enfatizamos a relação entre o contexto histórico e cultural e os movimentos literários. A literatura portuguesa é estudada aqui sobre­tudo em função de sua importância como raiz da literatura brasileira, procuran­do-se mostrar como, aos poucos, a nossa produção literária foi adquirindo características próprias.

Em oito séculos de evolução, a Literatura Portuguesa atravessou as três eras históricas vividas pela Europa: a Era Medieval, marcada pelo feudalismo, pelo teocentrismo, do século XII ao XV; a Era Clássica, que abrange o Renascimento, o período da Contra-Reforma e a restaura­ção dos valores clássicos, via Iluminismo, e se estende pe­los séculos XVI a XVIII; a Era Moderna (ou Romântica), que assistiu às revoluções burguesas, depois à Revolução Industrial, para desaguar no século XX, das duas grandes guerras mundiais, a "era dos extremos", da máquina, da eletricidade e de todas as inquietações de um universo sob o signo da velocidade.

As escolas, correntes e movimentos literários em que didaticamente se divide a história literária refletem a evo­lução dos estilos através dos tempos. O contexto histórico-cultural certamente influencia os escritores e lhes fornece substância para suas obras, mas é por meio da linguagem que eles expressam essa substância. Literatura é um tipo de trabalho cuja matéria é a linguagem e cuja finalidade é provocar no leitor um determinado prazer de leitura, o pra­zer literário, semelhante ao que se tem ouvindo uma can­ção, assistindo a uma peça de teatro ou vendo um quadro ou uma escultura.

A linguagem literária ou artística desenvolveu ao lon­go da história sua própria tradição, composta pelo conjun­to de obras que já foram escritas. É em função desse pas­sado que um escritor, uma geração ou um movimento po­dem ser avaliados: há os diluidores, que nada acrescentam ao que já foi criado; os mestres, que retomam, aperfei­çoam e atualizam essa tradição, e os gênios, que buscam o novo e instauram muitas vezes uma nova tradição (utili­zando aqui uma distinção que fez Ezra Pound entre esses três níveis — diluidores, mestres e gênios).

Um dos objetivos do estudo dos estilos literários é a compreensão das várias soluções formais que os escritores vêm criando, ao longo do tempo, para dar expressão aos sentimentos, valores e crenças de cada época, agrupando-os em escolas, correntes, movimentos e estilos, a partir de determinadas semelhanças formais ou temáticas. Essa "clas­sificação" deve levar sempre em conta que literatura é con­tinuidade, e a fixação de datas e limites atende a objetivos puramente didáticos e, às vezes, mais confundem que elu­cidam. É o risco inerente a toda generalização. Por exem­plo: Camões, que estudaremos dentro do Classicismo, ou do Renascentismo português, porque assim o quer uma ar­raigada tradição didática, está, muitas vezes, mais próxi­mo do Maneirismo, ou do Barroco, que da contenção e oti­mismo clássicos, sem falarmos na expressiva produção me­dieval, ainda sob os moldes do Cancioneiro Geral.

Os fatos históricos e culturais e o aparecimento de obras inovadoras que são tomados como referências para o início ou fim dos períodos literários devem ser compre­endidos como artifícios didáticos, marcos divisórios estabelecidos

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