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Monteiro Lobato - Criador da Emilia

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Por:   •  25/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  12.265 Palavras (50 Páginas)  •  666 Visualizações

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I A EMÍLIA DE MONTEIRO LOBATO

A boneca que fugiu dos padrões e foi rotulada muitas vezes como irreverente por suas falas marcantes, foi criada por Monteiro Lobato que segundo Coelho (1991) foi o divisor de águas da literatura brasileira escrevendo tanto para criança quanto para adultos.

Neste capítulo falar-se-á sobre criador e criatura, abordando aspectos físicos e morais que influenciam Lobato em sua criação, e discorrer-se-á sobre as idéias individualistas e libertarias do autor nas falas de sua boneca que acaba sendo eternizada por seus pequenos leitores, a seguir ver-se-á que a boneca foi criada dentro de uma mistura fantástica do mundo real com o mundo maravilhoso.

1.1 Monteiro Lobato - Criador de Emília

1.1.1 Vida

José Bento Monteiro Lobato ficou conhecido por seus dois últimos nomes, foi ele quem, em suas obras, decidiu ao invés de somente traduzir, buscar também algo que fosse nacional, algo que tivesse a cara do Brasil, assim ele começa as grandes transformações que ganharão força mais à frente. José Bento Monteiro Lobato estudou direito na Faculdade de Lago de São Francisco e quando se formou mudou-se para o interior de São Paulo para exercer o cargo de promotor público. Lobato não foi somente escritor ele desempenhou muitas funções escritor, editor, político e outros. Segundo Coelho (1991) ele se demonstrava homem de negócio, mas o que realmente era tido-lhe como um dom eram as escritas e tempos mais tarde ele perceberia o dom que lhe fora dado, dando outros rumos à literatura brasileira.

No século XVII aprovaram-se algumas leis que garantia estudos para todos independente de classe social.

No âmbito da educação oficial, aprovam-se leis defendendo a escola para todos e exigindo reformas pedagógicas que levem a alfabetização para todos os cidadãos, independente de sua classe social ou posses. E a leitura passou a ser o ideal básico de todos, inclusive para a educação infantil (Nelly Novais Coelho, Literatura

Infantil, p.118).

Com as novas leis houve uma necessidade de melhor condição para educação, e Monteiro Lobato começa uma reforma de escrita para a população brasileira, sua carreira se inicia com ele escrevendo textos, diários em jornais, folhetins, revistas e etc. Sua obra que deu início a sua carreira como escritor foi Urupês e teve sucesso imediato. Essa obra foi destinada a adultos e logo após Lobato produziu uma obra que intitulou como “A Menina do Narizinho Arrebitado”, esse título foi destinado ao público infantil, e segundo Coelho (1991), Monteiro lobato volta-se para o setor mais descurado da literatura: o da chamada “literatura Infantil”.

A Monteiro Lobato coube a fortuna de ser, na área da literatura infantil e juvenil, o divisor de águas que separa o Brasil de ontem e o Brasil de hoje. Fazendo a herança de o passado emergir no presente, Lobato encontrou o caminho criador que a Literatura estava precisando. Assim, Ele Rompe, pela raiz, com as convenções estereotipadas e abre as portas para novas idéias e formas que o nosso século exigia. (Coelho,1991, p.185).

Lobato mudou a escrita, trazendo aos textos que circulavam pelo país um pouco de nacionalidade, inovando as formas. Lobato começou como editor lançando a Editora Monteiro Lobato & Cia e, em sua editora, abriu espaço para os novos escritores e mudou a forma de distribuição, sendo sucesso absoluto.

Em Lobato, era notável a sua característica de criador e inovador em vários âmbitos, não somente como escritor, mas também como critico político. Essa sua qualidade foi reconhecida por muitos, assim Lobato recebe o convite que veio do presidente Washington Luís para ser adido do Brasil nos Estados Unidos, o que lhe possibilitou a oportunidade de ver bem de perto as ações progressistas do país, e que segundo Coelho (1991) lá de fora ele consegue detectar os problemas mais graves do nosso país, e assim se estabelece escrevendo algo que pudesse mudar a literatura produzida no Brasil.

1.1.2 Obra

Em sua obra, Lobato desenvolve uma forma crítica que sempre se refere a certos movimentos e acontecimentos, ele viu muitas coisas acontecerem, em sua vida presenciou momentos que foram marcos no Brasil e no Mundo. Com essa visão ampliada de mundo ele se posiciona defendendo seus ideais.

Por uma leitura ideológica de sua extensa produção (artigos, contos, memórias, correspondência e principalmente, a literatura infantil) facilmente se comprova que monteiro Lobato foi um legitimo representante das forças conflitantes que marcaram a primeira metade do nosso século. Conflitantes, porque a par do questionamento que abala as bases do sistema liberal burguês (valores, comportamentos, preconceitos, instituições...) herdado do século anterior, permanece o endosso a muitos de seus valores. (Coelho, 1991, p.720).

Com seus personagens, Lobato critica tanto no social, quanto na política. Ele mostra muitos pontos a serem refletidos no meio familiar considerando que as crianças são crianças e não adultos em miniatura, pois em uma literatura mais antiga as crianças eram tratadas como se fossem adultos em pequenos tamanhos.

Lobato escreveu suas obras falando muito do cotidiano das crianças, assim uma relação de fidelidade foi se estabelecendo, hoje muitos anos depois de suas primeiras obras, seus textos ainda deixam marcas. O uso das cenas do cotidiano em seus textos aproximou escritor e leitor, e suas obras permitem ao leitor ir do mais real do cotidiano ao mais maravilhoso, como em histórias da carochinha, sem sair do seu ambiente.

Seu sucesso irrestrito entre os pequenos leitores decorreu, sem dúvida, de um fator decisivo: eles se sentiam identificados com as situações narradas sentiam-se a vontade dentro de uma situação familiar e afetiva, que era subitamente penetrada pelo maravilhoso ou pelo mágico, com a mais absoluta naturalidade. Tal como Lewis Carrol fizera com Alice no País das Maravilhas, na Inglaterra de cinqüenta anos antes, Monteiro o fazia o Brasil dos anos 20: fundia o Real e o Maravilhoso em uma única realidade. (Coelho, 1991, p.187).

Dentro de suas obras houve um espaço dedicado para literatura adulta e para literatura infantil, e nas duas pode-se dizer que Lobato usava a ambigüidade em seus textos referindo a acontecimentos da época, lobato em muita das vezes fazia denúncia a certos atos que marcaram a sociedade brasileira.

Segundo Tietzmann (2008)

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