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O Cancioneiro Geral

Por:   •  30/6/2015  •  Resenha  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  215 Visualizações

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Resenha do texto: “Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Apresentação crítica, seleção, notas, glossário e sugestões para análise literária de Cristina Almeida Ribeiro”.

Cristina Almeida Ribeiro, nos apresenta seus elementos para análise literária de Cancioneiro Geral, obra de Garcia de Resende, publicada em 1516 e dedicada ao príncipe D. João, reúne um conjunto de conhecimentos sobre a poesia produzida na corte portuguesa desde o reinado de D. Afonso V até o momento de sua edição, 1993. Esse compilado de poemas de poesia palaciana, de Garcia de Resende, sendo a primeira coletânea de poesia impressa em Portugal e o principal repositório de poesia portuguesa da época, escritos em sua maioria em português, mas também contendo poemas em castelhano, versam sobre os mais variados temas e considerando o ponto principal de observação de Cristina temos que, esses poemas “transpõem os limites espacio-temporais imediatos para participarem de um discreto projeto de enaltecimento do poder centralizador do rei.”(P. 17). Para isso, os temas revelam uma poesia de caráter palaciano, ou seja, sobre o cotidiano na corte, apresentando uma poesia diferente da pensada na época trovadoresca, pensada para ser cantada e bailada, os poemas desta obra são autônomos e o ritmo é conseguido pela sonoridade das palavras e a organização dos motes. Segundo a análise de Cristina, a maioria das composições inseridas no Cancioneiro Geral sejam de índole amorosa, ao lado delas alinham-se também, numa presença que se manifesta em escala menor, outros temas, que suscitam o aparecimento de outros gêneros, comentando que existem alguns exemplos de poesia alegórica, heróica, elegíaca, religiosa e até econtrados nele, como aponta Andrée Rocha, alguns esboços dramáticos. Cristina porém rejeita a possível presença neste compilado algo da poesia épica, pois seriam várias as razões que impedem, segundo ela, que esse texto seja tido como concretização de um projeto épico, por exemplo, a estrutura dessas trovas omite a dedicatória, típica da epopeia.

Cristina nos elucida as razões apontadas pelo compilador para a existência dessa obra, que segundo ele seria o apreço que a trova merece e que provem das múltiplas funções que são reconhcedidas, sendo sua existência argumentada pelo o que o autor elege de dupla função: a de registrar, para que não se perca no esquecimeto, os trabalhos poéticos realizados nos últimos decénios, e acima de tudo, segundo o autor, estimular a produção de obras de maior fôlego e profundidade, que permitam conservar a memória das grandes ações realizadas pelo heróis nacionais, garantindo também a perpetuação do nome dos poetas, seus cantores, e a dos reis que os patrocinaram. Porém Cristina, nos expõe sua observação de que a existência dessa obra seria uma questionável coincidência, pois o título e o seu surgimento ocorrem cinco anos após a publicação de uma outra obra, o Cancioneiro General, compilado por Hernando del Castillo e editado nos princípio de 1511, no qual havia sido reunida a poesia que à época se fazia em Castela. A disputa entre as duas cortes era uma realidade e a compilação da poesia produzida no reino vizinho foi, para Cristina, de certo um fator determinante na elaboração de Resende, que devia de consolidar também um monumento que desse testemunho da atividade dos poetas nas cortes de D. Afonso, D João II e D. Manuel, e que constituísse prova de grandeza, de requinte e de humanização destas.

Ainda nesse ambito, da poesia no universo palaciano, após a morte de D. Dinis, Cristina pontua o progressivo emudecimento dos poetas, acentuado pela política dos finais do século XIV e pela orientação expansionista subsequente, proveniente da habilidade didática e moralista das obras literárias produzidas pelos príncipes de Avis ou sob o seu patrocínio e quebrado apenas em meados do século XV, quando a corte portuguesa influenciada pelo que se passava em outras grandes cortes europeias, pode enfim constituir-se como sede de convívio, entre damas e cavaleiros, reunidos em torno da figura tutelar do rei. A corte tounou-se então um espaço concentracional. Sendo assim, Cristina tece ainda que a poesia serve como um diálgo, na medida em que, sendo o espaço da corte um elemento que favorece a circulação restrita do discurso poético, tudo se passa como se cada texto pudesse sobreviver na relação que com outros estabelece, seja pela convocação, ou seja a carta, na pregunta/resposta, na ajuda, ou inscrição do texto alheio no próprio, ou seja a glosa.

Sua observação

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