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O Memorial Descritivo

Por:   •  26/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.334 Palavras (14 Páginas)  •  320 Visualizações

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2 COMO TUDO COMEÇOU

A história se inicia na cidade de Nova Andradina (MS) no dia 21 de Maio de 1996 quando chorei pela primeira vez, respirei e abri meus olhos, claro que não lembro como foi mas com certeza deve ter sido maravilhoso poder ver um mundo inteiro para descobrir. Minha mãe conta que meu parto foi muito difícil, pelo fato de que eu não estava em condições favoráveis pois se encontrava com os pés para baixo e a cabeça para cima, o inverso do que é natural para um parto comum, foram quase 24 horas de parto normal, mas no final tudo deu certo e então eu pude ter meu primeiro contato com o mundo e suas lições.

Quando ainda era pequeno, minha mãe se separou de meu pai e viemos para a cidade de Caarapó (MS) onde resído atualmente. Aqui tive o primeiro contato com a educação  (Pré-Escola) no Centro Municipal de Educação Infantil Dona China onde eu brincava bastante e aprendia os primeiros passos do conhecimento.

O primeiro contato da criança com a creche é muito importante. É o momento em que mãe e filho se separam e a partir daí a criança terá um longo caminho a percorrer durante sua fase de inserção no mundo social. É onde se inicia a autonomia da criança e isso pode assustar algumas mamães coruja. Como afirma Carvalho

Na realidade, desde cedo a criança deve apropriar-se do conjunto de informações, valores e referências que ampliem seus conhecimentos, para que se constitua como cidadã em uma sociedade que passa por profundas mudanças tecnológicas, políticas e econômicas. (CARVALHO, 2001, p.6).

É muito importante esse processo onde a criança convive com outras e juntas brincando, aprendendo, desenvolvendo habilidades contribuem para o contexto de inserção da própria criança na sociedade. É muito importante também que a criança tenha confiança para se desenvolver e isso se dá no fato da ligação entre ela e o professor. É um processo que se desenvolve aos poucos. Henriques afirma que

Este período é desenvolvido sem “prazos” para acabar e iniciar aprendizagens mais “sistemáticas”, pois as atividades espontâneas das crianças vão encadeando-se e integrando-se às propostas do professor, num trabalho também sistemático que versa sobre conteúdos inerentes aos interesses e necessidades deste seu momento de evolução. (HENRIQUES, 1987, 191-192).

Quando tinha 4 anos nos mudamos para outro bairro, sendo necessário a transferência para outra creche que fica umas três quadras de onde morávamos. Permaneci ali até meus últimos dias no Jardim. Fiz amizade que perdura até hoje e também tive um dos contatos com a educação que foram base em todo o processo de formação estudantil  que tive. Ali me lembro quando a professora começou a ensinar o alfabeto e a contar, eu ficava tão maravilhado e adorava todos os dias poder reencontrar os amigos e fazer parte daquele grupo. Tínhamos um caderno que a professora colocava sílabas/palavras para nós treinarmos e eu sempre fazia as atividades no maior entusiasmo.

3 NA ESCOLA

Aos 6 anos fui matriculado na Escola Estadual Professor Arcênio Rojas, onde fiz a 1° série. Minha professora se chamava Sueli e minha sala deveria ter em torno de 25 alunos. A primeira série sem duvida é um alvoroço, a criança já domina muito do mundo e com sua liberdade psíquica faz coisas, brinca, ri e explora o que as cerca. Na primeira série eu já sabia ler e escrever tanto de forma quanto cursiva, desde pequeno sempre fui interessado nos estudos e não gostava de faltar um dia seque as aulas. Por já possuir um certo domínio da escrita, os meninos pediam para que eu escrevesse cartas se passando por eles para eles entregá-las  as meninas que eles gostavam. Um dia minha mãe foi chamada na escola por causa disso, pois muitas vezes deixava de fazer atividades para ficar escrevendo cartas.

Comecei a 2° série na mesma escola, ainda no 1° bimestre nos mudamos para o Paraná na cidade de Maringá e até a 3° série minha vida estudantil se desencadeou por lá. Lembro-me de pedir a professora para que enchesse meu caderno de caligrafia para eu fazer durante a viagem ou enquanto estivesse por lá. Sempre adorei escrever e caligrafia era uma das minhas paixões primárias.

Fui matriculado na Escola Municipal Dr. Wellington Borba Cortez, lá o ensino foi ótimo. Lembro que minha mãe trabalhava e pela manhã eu ficava sozinho em casa até a hora do almoço. Em torno de 12:00 eu  começava a me arrumar e ia para o ponto que ficava na esquina de casa esperar o ônibus para a escola. Quando chegávamos ainda dava tempo de brincar antes da aula e as febres naquela época eram elásticos, bichinhos virtuais e revistas de figurinhas. As classes se organizavam em filas antes de entrar para a sala. Lembro-me que a professora sempre colocava o roteiro de aula no quadro negro que era escrito com canetão.

Nunca tive dificuldades de aprendizagem. Quando começamos a aprender a tabuada não foi tão difícil - era um sistema de decoreba que através das repetições fixava os valores numéricos na cabeça do aluno – e eu sempre buscava ficar o mais próximo das pessoas mais inteligentes da sala não por preconceito aos demais mas por puro desejo de conhecimento. A primeira vez que recebi um bilhete  de advertência  para  entregar a minha mãe foi ali naquela escola na 3° série. Cheguei em casa e joguei o bilhete fora, meu padrasto acabou achando e mostrando a minha mãe, mas por não ser uma criança bagunceira  e que sempre estava aprontando minha mãe nem fez questão do bilhete e conversou com a professora dando um fim a essa história.

A escola tinha uma estrutura boa, a quadra era coberta e tinha aula de Informática desde a 1° série. As aulas de Educação Física eram muito legais, não querendo me gabar mas sempre tive habilidades com tudo e facilidade para aprender em geral. Praticávamos corrida e fazíamos diversas brincadeiras com bolas, bambolês, papel, etc.

Ao concluir a 3° série, minha mãe, eu e meu irmão retornamos a cidade de Caarapó (MS) e novamente fui matriculado na escola que dei início aos estudos, a  Escola Estadual Prof° Arcênio Rojas. Desta vez trouxe de Maringá diversas folhas de atividades e sulfites com desenho para pintar durante as férias, não queria ficar todo aquele tempo longe da escola e sem fazer atividades como essas.

Quando cheguei à escola para o primeiro dia de aula na 4° série meus olhos brilharam. Ao reconhecer grande parte daquela turma fiquei tão feliz por estar de volta (apesar de sentir saudades constantemente do Paraná), quando fui entrando pela sala os alunos me reconheceram e começaram a cochichar meu nome. Aquele foi o dia de relembrar as velhas amizades, uma completa nostalgia.

A escola era Estadual e diferente das demais sempre foi a mais pobrezinha em questões de estrutura e verbas;  a quadra não era coberta e as aulas de educação física eram realizadas a céu aberto. O professor levava os alunos até a quadra e seja lá qual for o esporte praticado era realizado separado (meninos com meninos e meninas com meninas).

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