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O PIngo d'água

Por:   •  15/4/2016  •  Ensaio  •  548 Palavras (3 Páginas)  •  199 Visualizações

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O Pingo d’água

Eu estava caindo.

Momentos antes eu começara a ser formado numa pequena folha da bela e frondosa árvore, que estava sozinha num grande espaço vazio, onde antes existira uma grande floresta.

Tinha consciência que minha formação momentos antes, que se dera pelo acúmulo de pequenas gotículas do orvalho, que teimosamente caíram naquela manhã.

Mas eu não entendia bem o ciclo da minha existência, ou da razão da minha origem, ou o motivo porque estava ali prestes a me acabar de vez.

Já havia observado lá do alto, que ao cair, encontraria lá embaixo o que chamam de “terra”, ou se desse sorte, algo até mais confortável, uma vegetação que pudesse me acolher melhor.

Mas, no meu entender, tudo dera errado, pois acabei me espatifando sobre uma semente ressecada que já devia estar por ali há muitos dias, quem sabe até semanas sob o sol escaldante.

Olhei em volta e observei que o mato estava seco e que haviam poucas árvores, mas todas muito distantes daquela de onde eu havia caído.

Eu refleti um pouco e imaginei que outros como eu já haviam caído por ali, mas não via sinal de mais nada. Estava tudo tranquilo.

Passados alguns momentos, comecei a sentir algo diferente.

Já estava no interior, absorvido pela pequena semente, e tive uma sensação estranha; uma pressão diferente, que eu ainda não entendia muito bem.

Fiquei quieto e aguardei.

Nada mais aconteceu de especial naquele dia, exceto pelo aperto da minha nova casa.

No dia seguinte de manhã, acordei assustado com um forte barulho, e vi que vários da minha espécie estavam caindo lá do alto.

Eram muitos, muitos mesmo, e formavam o que se chama de “chuva”, que começou a encharcar intensamente a terra onde repousava a minha casinha.

E isso foi no dia todo; a terra molhada começou a ceder a minha casa afundou um pouco, e depois um pouco mais, até ficar totalmente coberta pelo barro.

Chegou a noite e a chuva cessou, tudo se acalmou.

E também no dia seguinte.

Mas agora a escuridão era total, e eu não via mais nada ao meu redor.

Passados mais um ou dois dias, senti que algo mais estranho ainda estava por vir. A pressão aumentara muito, e parecia que minha casa iria estourar.

E foi o que aconteceu.

O interior da semente se modificava gradativamente, criava perninhas ou “raízes”, que saíam ansiosas em busca de comida por dentro da terra que ainda estava úmida.

E o mais interessante era que o corpo da semente também aumentava, subindo para o alto tentando se libertar da terra que ainda nos cobria.

E eu senti toda essa modificação, pois agora também fazia parte daquele pequeno ser.

Não demorou muito para, com muita alegria, poder ver o sol brilhar novamente, e o céu azul que o cercava, e o verde fulgurante da maravilhosa árvore

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