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O Safári Definitivo

Por:   •  29/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.044 Palavras (5 Páginas)  •  193 Visualizações

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BOQUEIRÃO / SANTOS

2016

TRABALHO EM GRUPO

DISCIPLINA: QUESTÕES E REFLEXÕES – FORMAÇÃO ESPECÍFICA

PROFESSOR: CIELO FESTINO

Leitura e discussão do conto “O Safári Definitivo”, de Nadine Gordimer.

Leia o conto “O Safári Definitivo”, de Nadine Gordimer e responda às perguntas abaixo:

  1. Considere o contexto histórico do conto:

A narrativa acontece em Moçambique, quando um grupo de rebeldes, Renamo, tentou derrocar o governo marxista e muitas pessoas procuraram asilo na África do Sul. A África do Sul, durante o regime do Apartheid (1948- 1992), temerosa das novas nações liberadas, com governos negros, favorecia as guerrilhas que tentavam desestabilizar estas novas nações.

  1. Qual é posição de Gordimer frente a essa situação?

Ela tem consciência de que falar abertamente contra o governo ou contra os atos ilícitos cometidos durante o apartheid possa levá-la à prisão ou à morte. Por isso ela opta por recorrer ao simbolismo em várias passagens da obra.

  1. Qual seria o tema principal do conto?

O tema principal é a fuga dos negros em direção à África do Sul em função da guerra civil em Moçambique. A população temia bandidos que matavam e saqueavam as casas.

  1. Quem narra a história?

A história é narrada por uma menina sem nome de 11 anos que, junto com seus dois irmãos e sua avó, foge de seu país em direção à África do Sul.

  1. Analise a linguagem da narradora. Ela é uma moça negra. Porém, a linguagem que ela usa seria a de uma pessoa branca, que fala inglês. Por que Gordimer escolhe este tipo de linguagem?

Embora ao longo de sua carreira, Nadine Gordimer várias vezes tenha escrito sob a perspectiva do negro, o que diferencia essa história em particular é o fato de que em grande parte da narrativa, o leitor não tem muita consciência da raça a que a narradora pertence. Embora os poucos detalhes sobre espaço e sobre as circunstâncias do narrador indiquem fortemente que ela é negra, a nacionalidade da menina e sua raça só são confirmadas nas cenas finais. A manipulação mental quanto a essas informações é uma das técnicas que Nadine usa para aplicar emoções intensas à obra.

Ao deixar o leitor incerto sobre a origem da menina, ela mantém a possibilidade na mente do leitor, de que o narrador seja a "menina da casa ao lado" e não simplesmente outra refugiada africana distante e sem nome. Isso possa parecer insignificante para o enredo como um todo, mas é preciso levar em conta que a grande maioria dos leitores da época da publicação não era somente de brancos, mas também sul-africanos negros. Assim, essa técnica ajuda muito a autora a maximizar a empatia dos leitores pela personagem e efetivamente contribui para seu intento de divulgar ao mundo os efeitos desumanizadores do sistema do apartheid em seu país.

  1. Qual o lugar da mulher no conto? Analise a figura da mãe, da avó e das outras mulheres com quem fogem através do Parque Krueger.

         A figura feminina é o que impulsiona a narrativa e emociona o leitor. Devido à guerra, os homens são forçados a deixar as suas famílias e cabe às mulheres a difícil escolha de se abater ou resistir e lutar por seus entes queridos. A mãe das crianças os deixou porque não tinha escolha. Se ficasse, todos morreriam de fome e se deixasse a vila poderia encontrar a guerrilha. Infelizmente o paradeiro dela é desconhecido e a figura da avó assume a liderança da família. Ela e as outras mulheres fogem então carregando as crianças pequenas por uma travessia sem fim e extremamente perigosa.

  1.  Que lugar precisam cruzar? O que este lugar significa no nível simbólico?

Elas precisam cruzar o Parque Krueger, maior área de conservação da vida animal da África do Sul que cobre um vasto território e faz fronteira com Moçambique. A narradora o descreve como um “país inteiro de animais” onde, como entre os seres humanos, a vida deveria ser respeitada e preservada.

Assim como os bandidos (membros do grupo de rebeldes Renamo) e a própria polícia moçambicana perseguiam e matavam os elefantes, os civis são perseguidos, caçados, humilhados, torturados e massacrados. A travessia pela reserva demonstra a real condição dos refugiados: como animais devem ser silenciosos e prudentes para passarem despercebidos por entre as folhagens, pois caçadores os espreitam.

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