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Proposta de análise do poema de Charles Baudelaire

Por:   •  22/10/2015  •  Dissertação  •  397 Palavras (2 Páginas)  •  933 Visualizações

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O Cachimbo

Trigueiro, negro, enfarruscado,

Sou o cachimbo d'um autor,

incorrigível fumador,

Que me tem já quase queimado.

Quando o persegue ingente dor,

Eu, a fumar, sou comparado

Ao fogareiro improvisado

Para o jantar d'um lenhador.

Vai envolver-lhe a tova mente

O fumo azul e transparente

Da minha boca em erupção...

A sua dor, prestes, se acalma;

Leva-lhe o fumo a paz à alma,

Vai Alegrar-lhe o coração!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"

Segundo Marshall Berman, “a originalidade de Baudelaire está em pintar, com vigor e novidade, o homem moderno (...) como resultante dos refinamentos de uma civilização excessiva, o homem moderno com seus sentidos aguçados e vibrantes, seu espírito dolorosamente sutil, seu cérebro saturado de tabaco, seu sangue a queimar pelo álcool. (...) “ BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar; a aventura da modernidade. Trad. Carlos F. Maisés. 6º ed. São Paulo: Companhia das letras. 1988.

A obra As Flores do Mal, considerada o marco da poesia moderna, foi criada por Charles Baudelaire com versos rigorosamente metrificado e rimados, que prefiguraram o Parnasianismo. Baudelaire tratou de temas e assuntos que vão do sublime ao escabroso, investindo liricamente contra as convenções morais que permeavam a sociedade francesa dos meados do século XIX. As Flores do Mal reúnem de modo exemplar uma série de motivos obra do poeta: a queda; a expulsão do paraíso; o amor; a morte; o tempo; o exílio e o tédio. Os poemas desta obra retratam como ninguém as mazelas do espírito humano.

Diversos poemas de As Flores do Mal foram cortados do livro como imorais, por decisão legal, num processo que só foi anulado em 1949. Nem mesmo suas dilacerantes contradições e dramas íntimos, alternando orações a Deus e ao diabo, transformando sua vida em uma prodigiosa confusão entre amor sublime e degradação, dissipação e trabalho intelectual, tudo isso agravado pela doença que o corroia, a sífilis que acabaria por levá-lo à morte em 1867, aos 46 anos, não o impediram de, à sua maneira, ser consistente. Comentário de Paul Valéry: As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha que ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo. As descrições, escassas, são sempre densas de significado. Mas no livro tudo é fascinação, música, sensualidade abstrata e poderosa. (Fonte: PasseiWeb)

Que traços simbolistas, no entanto, há no poema?!

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