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RESENHA DOS TEXTOS TEÓRICOS CAPÍTULO 5 DE “LITERATURA COMPARADA” DE TÂNIA CARVALHAL E “INTERTEXTUALIDADE” DE SANDA NITRINI

Por:   •  15/12/2017  •  Resenha  •  1.205 Palavras (5 Páginas)  •  810 Visualizações

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Cap. 5 – Literatura e Dependência Cultural – Tânia Franco Carvalhal

A busca de Analogias nas obras é vital para permitir a revitalização das fontes e influências. Nessa busca por fontes e influências o objetivo era identificar semelhanças e a identidade entre obras aproximadas e ainda buscar as tais analogias, instalando uma forma de débito e crédito da obra com a possível influência. Esse estudo permitiu aos estudiosos comparativistas reconhecer ainda a demarcação de dependência cultural, ou seja, a dominação cultural de um país sobre outro.

Essa ideia colonizadora beneficiava sempre os países de sistemas culturais já consolidados, deixando para os países mais novos o lugar de retardatários, pois apenas herdavam aquilo de países “com mais tempo de estrada”. A obra mais recente estava sendo fadada ao sistema de créditos e débitos, ou ela era devedora, ou seja, copiadora da “fonte” sem nenhuma originalidade, ou ela tinha valor por parecer-se com a obra.

Apesar de iluminar os artistas Latino Americanos a chamada “fonte” acabava por limitá-los a elas próprias.

É importante inserir no mundo da comparação o contraste, é próprio da literatura comparada buscar afinidades, como o estudo daqueles contrastes servem de forma esclarecedora para caracterizar um autor ou uma literatura. Essa inserção de contrastes redimensiona a direção do estudo comparativo que além da Europa para as literaturas periféricas pode também reverter a direção, da periferia para a Europa.

Em 1928 Oswald de Andrade tentou mudar essa direção com o projeto antropófago que constrói uma síntese nacional, nega qualquer tipo de vinculação histórica com a Europa. O sentido do projeto é a inversão do processo de transformação cultural, caracterizado pela influência de elementos de outra cultura, acarretando a alteração ou perda da cultura existente. É agora o periférico que investe contra o colonizador, extraindo dele aquilo que lhe serve, o que lhe convém.

Esse processo de devoração, extração, também está presente dentro dos textos, cabendo a intertextualidade cuidar desse assunto.

É importante atentar para o risco de se cair no extremo oposto, se antes a direção era unicamente de cultura dominante para cultura dominada limitando a obra, adotar a perspectiva antropofágica seria apenas inverter as posições e continuar a limitar a obra, dessa vez num fechamento nacionalista, “o que é meu me basta”. A proposta é fascinante se vista além do ângulo de reversão, se compreendida como forma de selecionar da cultura alheia aquilo que interessa, colocando a Europa e a América Latina em pé de igualdade, evitando dessa forma estudos desgastantes em confronto de nacionalidades.

A literatura comparada tradicional tinha como característica principal a dependência cultural dos países colonizadores. A América Latina funcionava como uma espécie de ilha marcada pelo isolamento, pois distanciados entre si escritores dos países periféricos voltavam seus olhos para Paris num gesto de saudade utópica pelo desconhecido. Tal fato é cultural, chique mesmo era ignorar o Brasil e apesar de um afirmado nacionalismo literário e conformismo, o que estava em alta era imitar os padrões Europeus.

Esse processo deu forma a Literatura Brasileira, que oscila entre a identificação com o universal e a afirmação particular, gerando contradição. A dependência existe muito claramente, mas se busca a inserção da afirmação particular na totalização universal. A autonomia cultural não está na recusa das influências Europeias, e sim na capacidade crítica desse olhar, o texto da cultura dominada torna-se mais rico e original por conter uma representação ao texto dominante e uma resposta a está representação.

Dessa forma os estudos comparativos podem colaborar com os processos de descolonização, de forma que a análise comparativista não se reduza a uma nacionalidade ou ao predomínio de uma sobre a outra mas em conjunto, com um todo que se completa.

Intertextualidade – Sandra Nitrini

O conceito de intertextualidade inseriu-se na literatura comparada para injetar sangue no estudo dos conceitos de fonte e influência, englobando as relações do texto em sua totalidade, numa perspectiva semiótica. O objetivo de Julia Kristeva ao criar a teoria era resolver os problemas das relações entre texto e processos semióticos, explicando então como se constitui o sujeito ou a sua ausência. Julia baseava-se nos estudos de Bakhtin que não acreditava que os textos tinham uma segmentação estática, mas que eles relacionavam-se entre si. Para Bakhtin a palavra literária consistia em um cruzamento de superfícies textuais, um diálogo entre diversas escrituras: a do escritor,

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