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SOLIDÃO, MORTE E FAMA SOB O OLHAR DE EMILY DICKINSON

Por:   •  13/4/2021  •  Ensaio  •  2.434 Palavras (10 Páginas)  •  246 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ – CAMPUS CAMOCIM

LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS E SUAS RESPECTIVAS LITERATURAS

 SOLIDÃO, MORTE E FAMA SOB O OLHAR DE EMILY DICKINSON

CAMOCIM

2020

SUMÁRIO

         EMILY DICKINSON, A POETISA AMERICANA E ENIGMÁTICA        

        DICKINSON E SUA ESCRITA SINGULAR        

        SOLIDÃO E MORTE        

        RECONHECIMENTO E FAMA        

        CONSIDERAÇÕES FINAIS        

        REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        

Solidão, morte e fama sob o olhar de Emily Dickinson

As ideias expressas a seguir tratam de uma análise crítica e reflexiva a respeito da visão excêntrica de Emily Dickinson (1830-1886) acerca do sentimento da solidão, da morte e fama, temáticas bastante enfáticas em seus escritos. A análise é limitada à leitura do gênero textual carta e do gênero literário poema e aprofundada com base metodológica de cunho bibliográfico sobre a temática abordada. O trabalho divide-se em quatro partes. Inicialmente, tem-se uma breve apresentação da escritora, tal como as influências de sua escrita, e os aspectos de sua vida pessoal. Em seguida, será feita uma exposição detalhada e descritiva das características atípicas e essenciais da autora. Logo após, há uma explanação de como a poetisa encarava os temas como a solidão e a morte. Mais adiante, uma abordagem sobre o olhar de Emily Dickinson acerca do seu reconhecimento e fama, uma vez que ela tratava constantemente dessas questões. Por fim, tece-se as considerações finais de modo reflexivo acerca das questões levantadas durante o processo de análise e escrita do ensaio literário.

Emily Dickinson, a poetisa americana e enigmática

Nascida em 1830, Emily Elizabeth Dickinson é uma das mais importantes poetisas americanas do século XIX. No entanto, pouco se sabe de sua vida pessoal. Emily foi uma jovem tímida que passou a maior parte da sua vida reclusa na casa de sua família. Além de ser muito tímida, ela não nunca se casou, sendo conhecida por ser uma pessoa triste.

No longo período de reclusão, Emily passou a se dedicar à escrita de poemas e de cartas endereçadas aos seus amigos, familiares e colegas de escola e essas correspondências eram lar de uma linguagem poética e encantadora. Ao longo de sua vida, a escritora teve apenas seis poemas que não tiveram o devido reconhecimento, na época.

Por se tratar de uma mulher enigmática e misteriosa, muitos biógrafos ainda não sabem ao certo para quem Emily escrevia seus poemas de amor. Alguns pesquisadores de sua vida apontam para dois homens que ela conheceu em um seminário: Benjamin Franklin Newton que tinha o hábito de recomendar leituras a ela e Charles Wasdworth, um pastor casado. Já outros estudiosos de sua biografia, salientam que a poetisa estimava Susan Gilbert, sua amiga de infância e cunhada.

A tristeza e a solidão também fazem parte dos seus escritos. Uma característica marcante de sua obra, é como a poetisa se debruça na ideia de morte de um jeito que não assusta o leitor, mas sim o acalanta. Em 1886, por consequência de um problema renal, Emily parte dessa vida deixando muitos poemas que foram encontrados por seus familiares, mais de 1750 escritos inéditos da poetisa. Apesar do reconhecimento após sua vida, Emily Dickinson se encontra como uma das escritoras mais enigmáticas e reconhecidas em todo mundo.

  1. Dickinson e sua escrita singular

As obras de Emily Dickinson, em especial, os poemas, eram tidos como não convencionais para sua época, pois em seus escritos ela abordava temáticas que eram inerentes dela, uma vez que a poetisa fugia dos padrões impostos as mulheres de seu tempo. A sociedade prezava pela tradição em que as moças teriam que ser casadas e sociáveis, e a autora não se encaixava nesse preceito, já que ela foi uma mulher reclusa e nunca se casou.

A reclusão de Emily Dickinson a tornava uma mulher misteriosa aos demais, e essa escolha por ser sozinha reflete nos seus poemas. Portanto, o ar enigmático da escritora gera diversas leituras e interpretações. Dito isso, Daghlian afirma: “Emily Dickinson (1830-1886) é uma poetisa cuja obra, como a de todo grande artista, suscita inúmeras abordagens e nunca deixa de instigar seus novos e velhos leitores” (DAGHLIAN, 2006, p. 79).

Além disso, a estética literária de Dickinson possuía singularidades que afloravam ainda mais os mistérios que a rondavam, como, por exemplo, o uso de travessões e outros de tipos de pontuação. Segundo Natalia Helena Wiechmann (2001)

algumas particularidades de sua escrita também contribuem para que sua obra seja vista, muitas vezes, como enigmática, como, por exemplo, a presença constante do travessão substituindo outras formas gráficas de pontuação, o metro de balada inglês que recupera nos poemas a estrutura dos hinos religiosos ingleses e o uso freqüente de letras maiúsculas em palavras que normalmente não seriam grafadas dessa forma, o que lhes dá uma significação maior dentro de cada poema. (WIECHMANN, 2001, p.02)

 Nesse sentido, percebe-se, nitidamente, a excentricidade dessa autora americana a ponto de ser reconhecida pelas críticas como poeta de espaço privado, além de resultar em uma mulher isolada e possuidora de um olhar diferenciado sobre o mundo. E esse olhar foi refletido na escrita de suas cartas, de seus poemas e bilhetes em que neles, a poetisa dissertava de um jeito único temáticas como a solidão, morte e fama.

  1. Solidão e Morte

Dickinson optou por viver uma exclusão social, pois isso lhe fazia bem e deixava-a mais confortável, livre para as escritas poéticas, tanto que a maioria de seus escritos foram criados em seu isolamento. Wiechmann (2001) argumenta:

Consideramos que o fato de a poeta optar por uma auto-exclusão social e selecionar seu círculo de relações de certo modo lhe permitiu dedicar toda a sua atenção à poesia e desenvolver um trabalho que foge aos padrões literários de sua época. Em outras palavras, o confinamento físico lhe dava a liberdade intelectual para a materialização de sua criatividade. (WIECHMANN, 2001, p.02).

 

Logo, percebe-se que a solidão faz parte da vivência e escrita de Emily. Em seu poema The soul selects her own society – enumerado como 303 por Johnson datado em 1862, mostra uma alma que escolhe viver longe de uma humanidade acomodada com sua realidade.

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