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Sociolingüística: Uma introdução crítica

Por:   •  20/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.881 Palavras (8 Páginas)  •  1.215 Visualizações

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CALVET, Louis-Jean. - Sociolingüística: uma introdução crítica. São Paulo: Parábola, 2002, 176 p.

Eranildo da Silva Santos

RESUMO: De autoria de Louis-Jean Calvet, tem por meta apresentar aos seus leitores os princípios da teoria da Sociolingüística. A obra é dividida em seis (06) capítulos e é apresentado pelo renomado linguístico Marcos Bagno, onde o mesmo denuncia uma situação sem justificativas que é a inexistência de livros no mercado que apresente os princípios básicos da teoria sociolingüística, tendo em vista a intensa atividades de pesquisas sociolingüística, bem como evidencia a importância de publicações que venham atender as necessidades do meio acadêmico especialmente no que se refere o estudo de línguas.

Em sua introdução o autor é bem especifico quando afirma que a lingüística nasceu a partir da criação de um novo modelo da lingüística moderna idealizada por Ferdinand de Saussure (1857-1913), que tem como partida os atos da fala, além de ressaltar as inúmeras correntes filosóficas que abordam os fenômenos sociolinguísticos.

Capítulo 1 – A Luta por uma Concepção social da Língua.

Antoine Meillet (1866-1936) linguista francês, considerado seguidor das ideias de Sausurre, publicou inúmeros textos em defesa de que a língua é um fato social, definição essa que está registrada em seu célebre artigo, “Comment les mots changent de sens” [Como as palavras mudam de sentido].

Meillet sempre foi considerado seguidor das ideias de Sausurre, ao resenhar um livro, ele afirmar que “ao separar a variação lingüística das condições externas de que ela depende, Ferdinand de Saussure a priva da realidade; ele a reduz a uma abstração que é necessariamente inexplicável”.

Podemos entender que o assunto da língua como fato social, defendido por Meillet, é totalmente contrário às ideias defendidas por Saussurre, Quando Saussure opõe lingüística interna e externa, Meillet as associa. Enquanto Saussure elabora um modelo abstrato da língua, Meillet põe na balança o fato social e o sistema que tudo contém.

Diante desses conflitos de ideias, tanto Meillet como Sausurre usam a mesma fórmula que não tem os mesmos sentidos, pois enquanto Sausurre afirma que a língua é elaborada pela comunidade, distinguindo com mais cuidado a estrutura da história, já Meillet defende a teoria que o fato social tem um conteúdo mais preciso, com a vontade de uni-las.

Em 1966, Willian Labov lança um estudo sobre a estratificação social, onde ele retoma e comunga as mesmas ideias de Meillet, pois ele declara que o objeto de estudo dele é a estrutura e a evolução da linguagem no seio social formado pela comunidade lingüística assuntos esses provindos da chamada “lingüística geral”

Os estudos de Labov vão muito mais além do que dos estudos de Meillet, pois Labov radicaliza afirmando sem sombra de dúvidas em suas definições que a língua é um fato social, em resumo ele “construiu” um instrumento de descrição com a pretensão de ultrapassar os métodos heurísticos da lingüística estrutural, te como resultado dessas pesquisas nasceu a corrente conhecida como “lingüística var acionista”

Capítulo 2 - Línguas em Contato.

Calvet é bem enfático quando ele afirma que o mundo é plurilíngüe, tendo em vista a diversidade de línguas existentes no globo terrestre, e como cada língua tem a sua particularidade, isso faz com que o plurilíngüismo mantenha uma relação permanentemente entre o individuo e a comunidade, tendo como resultado dessa relação o estudo da sociolingüística.

O autor cita uma situação de um falante que esteja de passagem por um local onde não conhece a língua nativa, então ele tentará lançar mão de uma terceira língua, neste caso, chamada de língua veicular, que será um idioma que seja do conhecimento dos nativos, mas caso esse mesmo falante decida fixar-se nesse local, ele terá que aprender e assimilar a língua da comunidade que o acolheu, ele ainda ressalta que essa situação não se limita a uma única pessoa, mas sim a um grupo de pessoas, neste caso temos os imigrantes como exemplo.

Em 1959, é lançado por Ferguson, um conceito de diglossia, onde ele define duas variedades de formas lingüística, sendo batizado pelo mesmo como “variedade baixa” que é uma conversação feita no meio familiar, literaturas populares, etc., sendo adquirida de forma natural, ou seja aprende desde o nascimento, já a “variedade alta”, já é uma conversação mais utilizadas em discursos, universidades, igrejas, etc., essa é adquirida nas instituições educacionais.

Capítulo 3 - Comportamento e Atitudes.

Neste capítulo, Calvet explica que o “instrumento de comunicação” pode dar uma ideia que o contato entre o falante e a sua língua, possa ser uma relação neutra, mas na verdade esse instrumento é uma necessidade que temos para nos comunicar uns com os outros, e diante da relação dos falantes com as suas línguas nativas e os diversos tipos de línguas, portanto iriamos analisar superficialmente a língua como um simples instrumento.

Na década de 1960, Wallace Lambert chama atenção ao apresentar a seguinte experiência: Ele utilizou falantes bilíngues para gravar dois textos em duas línguas (francês e inglês) e submeteu essas gravações a jurados como fosse de duas pessoas que tivesse gravado o mesmo texto, para que os mesmos pudessem avaliar através de uma descrição física quem seriam as pessoas que tinham gravados os áudios, porém os jurados atinaram-se somente ao sotaque das línguas, e não observaram a voz dos falantes como foram solicitados a fazerem, e que se tratava de uma única pessoa.

Lambert batizou essa técnica como “falante disfarçado ou falso par” ao estudar o bilinguismo franco-inglês, técnica essa utilizada posteriormente por psicólogos e linguísticos.  

Conclui-se que a sociolingüística pode ser enriquecida, renovada na sua explicação, compreendendo as diversas variações da lingüística.

Capítulo 4 - As Variáveis Lingüísticas e as Variáveis Sociais.

Diariamente ocorrem mudanças nas línguas, e segundo Calvet, essas mudanças são dicrônicas, ou seja, a cada mudança adicionam-se outras línguas, e essas variações são geograficamente, pois a mesma língua pode ser falada de formas totalmente diferentes nas diversas regiões do país, como exemplo temos um réptil brasileiro, na qual é chamado de “osga” no Norte, “briba” ou “víbora” no Nordeste e “lagartixa” no Centro-Sul.

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