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TEATRO GREGO

Por:   •  2/4/2015  •  Resenha  •  3.423 Palavras (14 Páginas)  •  427 Visualizações

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Universidade Estadual Paulista – UNESP

Resumos: “Teatro Grego”

Cultura Clássica

Nome: Período: Noturno

Turma: D

1º Ano

Professora:

2

Ésquilo

2.1. O Teatro das Catástrofes Inevitáveis

Ésquilo é do último quartel do século VI a.C. O teatro esquiliano é muito mais uma teomorfização que uma antropomorfização. Os seus personagens são mais heróis que homens, seu drama é uma luta desesperada entre as trevas e a luz, entre a agonia e o terror, entre o Hades e o Olimpo, entre as Erínias e Apolo, entre a Moira e a “dike”. Nessa luta de vida e morte, o grande trágico busca uma conciliação entre a justiça e o destino cego, já que a “pólis” é a casa dos homens e “prâxis” dos deuses. Apesar de manipular a religião que até o momento era intocável, Xenófanes, o poeta da Oréstia fez que a liberdade fosse substituída pelo seu contrário, a fatalidade. No teatro de Ésquilo como o homem  não é a medida de todas as coisas, e sim a moira o homem é realmente, como lhe chama “Píndaro”, o sonho de uma sombra. O homem, em Ésquilo tem que estar realmente condicionado por sua condição humana.

A medida humana de cada uma é chamada de “métron” e se o homem ultrapassa o métron comete de imediato uma “hybris”, ou seja, a violência feita a si mesmo e à divindade.

A némesis é gerada pela hybris. O mortal em hybris, depois de ultrapassar o métron se torna um rival dos deuses. A cegueira da razão é chamada de “áte”, se apossa do pobre mortal, e tudo que esse mortal fizer vai à direção do abismo final, ou seja, a queda nos braços da Moira.

No teatro esquiliano, a Moira, a fatalidade cega, esmaga o homem, mas o próprio homem tem responsabilidade em sua própria tragédia, quando ultrapassa o métron. Uma tragédia não é gerada gratuitamente. A desgraça acontece quando um herói trágico fica a mercê de uma falta cometida.  Sendo responsável o homem pela hybris, essa responsabilidade não afeta apenas o herói, mas a ordem universal. Segundo Donald Schiler, o mundo grego se define pelo modelo carência/plenitude; nele “carência é a perturbação passageira da ordem, e plenitude é o restabelecimento da ordem”.

Esse é o motivo por que, no teatro esquiliano, o coletivo supera o individual. Em “Os Persas” não existe uma personagem central. Em Ésquilo as personagens existem em função da fábula, ao contrário de Sófocles, em que a fábula existe em função da personagem, suas personagens são elaboradas em suas funções recíprocas.

O teatro de Ésquilo é um drama sem esperança e sem promessas, e está em oposição total às idéias de Eurípides, cuja tônica dramática é um mundo onde o sofrimento não se justifica. Para Ésquilo sofrimento é sabedoria.

2.2. Um Guénos Maldito

        A Oréstia, única trilogia ligada que relata o drama de uma maldição familiar. Tântalo testando a imortalidade dos deuses matou seu filho Pélops e serviu sua carne aos deuses.

        A trilogia dá dois enfoques: o da maldição familiar, herança dos guénos e o enfoque antropológico, defendido por Bachofen.

2.3. Duas Leituras da Oréstia: A Maldição Familiar na Thémis (Direito Antigo) e na Díke (Direito Novo), e a Teoria da Ginecocracia, Consoante Johann Jakob Bachofen.

A Oréstia de Ésquilo de 458 a.C, consta de três tragédias de assuntos semelhantes. Agamêmnon, Coéforas e Eumênides: É a única trilogia ligada. Sófocles e Eurípedes focalizam o mesmo assunto em uma única tragédia, “Electra”: Assim se vê a diferença entre os três grandes trágicos: Ésquilo que elabora suas personagens em função da fábula, assim sendo, suas tragédias nunca tem um fim, constituindo-se em uma obra aberta; já em Sófocles e Eurípedes o drama completa-se, já que a fábula existe em função dos personagens.

Na tragédia “Oréstia” existe uma luta que se vai travar entre as trevas, Hades, Erínias e Thémis, de um lado, e luz, chama Olimpo, Apolo, Atená e díke, do outro. Ou seja: o conflito entre matriarcado e patriarcado.

Antagonismo é patente: de um lado, o antigo passado, a thémis, a lei de talião, são as trevas; de outro como advogado de Orestes, Apolo encarna o direito novo, a díke, ou seja, a luz. Em suma, os direitos dos deuses, substituído pelo direito dos deuses novos, que habitam os Píncaros inundados de luz do Olimpo.

Buscar conciliação é uma constante do teatro esquiliano. Apaziguadas as Erínias, as vingadoras transformam-se em Eumênides, eufemismo que significa as benevolentes, que é como já se viu o nome da terceira peça da trilogia.

Em conclusão: o drama reflete, no seu toda a luta entre a maldição familiar, regulamentada pelo ius poli, isto é, o direito do guénos, e novo direito que sem negar a maldição familiar, estabelece novos cânones jurídicos que passará doravante, através do Aerópago, a legislar acerca dos crimes de sangue.

De acordo com a obra de Johann Jakob Bachofen, “Das Mutterrecht”, o matriarco estuda o matriarcado com força político social dentro na ginecocracia, isto é, do poder senhorial feminino. O matriarcado, assim concebido, resulta da maternidade tomada como um principio, cujas conseqüências, o amor, fraternidade, paz, igualdade e liberdade teriam determinado a vida de povos ginecocráticos, que se mantiveram por longo tempo fiéis a tal sistema.

O fator mais importante que levou Bachofen analisar a ginecocracia, apoiado pela história, e quando os fatos fogem o domínio histórico, ele o supre com a análise mitológica, foi o caráter religioso da mulher e a consagração religiosa encontrada na maternidade.

A ginecocracia, era a mulher se atribuía à consangüinidade, ela era a autoridade, a legisladora, governava tanto o grupo familiar como a sociedade. A ginecocracia foi derrotada pela androcacia: o matriarcado substituiu o patriarcado. A mulher foi subjugada pelo homem, que se tornou o dominador em uma hierarquia social.

Com a vitória do patriarcado rompe-se o amor, como acentua Bachofen uma das características mais acentuadas do matriarcado é o amor. O amor materno é o mais primitivo dos amores. O amor paterno é mentalmente adquirido.

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