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TRABALHO DE DIDÁTICA

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Por:   •  29/6/2014  •  3.345 Palavras (14 Páginas)  •  260 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A ação do professor não resulta de uma decisão solitária ou isolada. Ele escolhe como orientar sua prática de ensino influenciado por forças que encontram respaldo na escola. Na sociedade liberal e produtivista, a educação recebe a carga ideológica da preparação para o trabalho. É útil o que interessa à profissão e pode gerar riqueza material. Um professor educado sob estes princípios tende a reproduzi-los. Ainda mais se a escola o conduzir a este caminho por meio do projeto pedagógico e do currículo. Como contraponto, a pedagogia progressista crítica se preocupa em libertar os indivíduos das estruturas pré-estabelecidas. Pretende usar a educação para conscientizar os estudantes de seu papel político e das responsabilidades que cada um possui como cidadão participante da construção dos destinos sociais. Identificado com estes valores, o professor atua para a emancipação dos indivíduos oferecendo a eles uma educação reflexiva e problematizadora. Estas concepções norteiam a prática docente, modelam a didática e repercutem também no espaço extraescolar.

2 PEDAGOGIA LIBERAL

O modelo pedagógico liberal caracteriza-se, de modo geral, pela tendência teórica e prática que propõe o processo de ensino e aprendizagem com base na formação para inserção do aluno numa lógica social pré-determinada. A autoridade de um modelo de sociedade se sobrepõe às expectativas individuais e o estudante é preparado para reproduzir valores anteriores a ele e sustentados como tradição. A escola tradicional, herdeira de um modelo de ensino medieval, é deste modo, um espaço formativo de pessoas com o propósito de dar continuidade ao paradigma vigente. Ao longo do século XX, mudanças na perspectiva liberal pedagógica foram ocorrendo com o surgimento de novas proposições teóricas – renovação progressista, modelo não-diretivo, tecnicismo – porém, um traço conservador e, por isto mantenedor da lógica tradicional, neste caso, sinônimo de qualidade do que é positivo e de certa maneira imutável, se manteve: o questionamento ausente ou fraco das estruturas sociais liberais, política e econômica, especialmente. A educação, sob este prisma, forma o indivíduo para o cumprimento de tarefas sociais onde cada um tem seu lugar pré-definido no sistema produtivo. Concepção educativa que é concretizada na escola por meio do currículo e das diretrizes pedagógicas adotadas. Estes parâmetros orientam o trabalho docente e tornam concretas as intenções ideológicas. Uma característica da aplicação desta metodologia é o que se considera a transmissão verticalizada do conhecimento. O professor o detém e o transmite aos alunos que, de modo passivo, recebem a instrução. Uma postura didática que Soares e Cunha (2010) classificam como insuficiente para atender aos anseios educacionais contemporâneos, onde o multiculturalismo ganha espaços em ampliação e exige que a metodologia de ensino seja dialógica para satisfazer visões de mundo que são diferentes, porém sem juízo de valor previamente determinado. Contudo, a pedagogia liberal se mantém presente na escola, apesar das críticas. “Para muitos, a competência para ensinar se restringe ao domínio dos saberes disciplinares e curriculares. Essa dimensão da docência não representa a necessária integração dialética com os saberes dos processos de aprendizagem no ensino.” (THERRIEN, 2010, p. 310)

2.1 A DIDÁTICA NO ENSINO TRADICIONAL

A didática no ensino tradicional se conforma ao que se chama de educação bancária. O professor assume o papel de experto do saber. As aulas são programadas para o alcance de objetivos anteriormente traçados que são tratados como verdades do conhecimento. Nesta tendência norteadora do ensino usa-se a memorização dos conteúdos e a avaliação quantitativa, quase sempre por meio de provas que medem se o aluno compreendeu e guardou aquilo que foi transmitido e tem a pretensão de ser o saber correto sobre determinada disciplina. A sala de aula é o espaço exclusivo do conhecimento. Ela é controlada, as experiências são seletivas, autorizadas e comandadas pelo professor. O monólogo docente é preferido ao diálogo. Nesta prática se enquadra o chamado professor tradicional.

Se nesta concepção de didática, a ênfase é posta no ensino, então, deve-se perguntar: Quem ensina? O professor. Fator predominante, não se preocupa com problemas e características do aluno. É ele o responsável por transmitir, comunicar, orientar, instruir, mostrar. É ele quem avalia e dá a última palavra. Ocupando lugar central, na sala de aula, assume, na maioria das vezes, uma postura autoritária em relação a seus educandos. (RODRIGUES et al. 2011)

De modo semelhante, se apresenta o professor tecnicista, que aplica uma didática lógica e limitada à formação de indivíduos tornando-os capazes de entender e executar tarefas de utilidade profissional. O contraponto a este cenário está na progressiva adoção de metodologias modernas e críticas que modelam a didática com a finalidade de promover a aprendizagem com a efetiva participação da pluralidade cultural dos alunos.

3 PEDAGOGIA PROGRESSISTA

A pedagogia progressista difere da liberal nos fundamentos. Se a segunda é centrada no ensino e pretende perpetuar modelos prontos, a primeira é baseada na aprendizagem e incorpora à prática educativa valores culturais que a educação tradicional mantém afastados da sala de aula. Em oposição ao modelo liberal, as tendências pedagógicas e didáticas progressistas enxergam o sujeito como um indivíduo integral, dotado de experiências que transcendem a escola, mas nela se manifestam na medida em que o ambiente escolar se abre ao diálogo para entender a realidade social em sua complexidade e para propor alternativas de solução aos problemas que a educação tradicional exclui. É, por isto, chamada de educação problematizadora e tem seus eixos norteadores nas tendências libertadora, libertária e crítico-social. Em todas elas o professor deixa a posição de autoridade do conhecimento e a educação tem seu foco transferido do currículo e do docente para o aluno. O estudante é entendido como protagonista do trabalho educativo e a aprendizagem se dá na dinâmica entre o grupo discente, entre estudantes, professor e os conteúdos. Estas são algumas das características da pedagogia crítica, da qual o brasileiro Paulo Freire (FREITAS, 2001) é um dos mais importantes expoentes, cujo fim é a autonomia da consciência por meio da educação permeada por ideologias políticas e sociais com correspondência na escola. A didática crítica, segundo

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