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Por:   •  13/6/2013  •  1.927 Palavras (8 Páginas)  •  831 Visualizações

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Um Fenômeno Literário

• A essência da criação do fenômeno literário

É bastante natural, diante da proposta de estudar literatura, que as primeiras perguntas sejam: “O que é literatura?”, isto é “O que é o fenômeno literário?”. Na verdade, uma resposta inicial compreende buscar o conceito de texto. A origem do termo está em tecer, do grego, e tem um sentido lógico natural da atividade de tecer, da ação e do movimento exercitado pelo tecelão.

Agora podemos analisar a relação tecer-texto: a realidade ou a experiência disposta diante do escritor de um texto denominamos de urdidura e a forma como ele atua em relação a essa realidade ou experiência chamamos de trama. Então, a união entre urdidura e trama compõe texto.

Vejamos, agora, a criação textual como o envolvimento profundo do autor com a realidade que o cerca, seja esta objetiva ou subjetiva, concreta ou abstrata, racional ou emocional, coletiva ou individual. Trata-se da percepção, do sentido de observação e da análise/síntese elaborada pelo artista/autor.

É necessário uma medida criteriosa nessa apresentação para envolver e manter o interesse do leitor/ouvinte do início ao fim do texto. Assim, bem vemos que a primeira importância de um texto literário repousa na competência da elaboração, cujo peso é, sem dúvida, muito grande, mas a importância maior que podemos atribuir a um bom trabalho literário é aquilo que realmente constitui o fenômeno literário: chamemos de disponibilidade anímica para revelar ao (s) outro (s) essa condição absolutamente única de ver e sentir o mundo, com a alma e a partir da alma.

Estamos assim afirmando que a arte, de um modo geral e, particularmente a literatura, quando bem compartilhada, pode nos humanizar, nos re-humanizar, dimensionar e redimensionar o mundo e os seres humanos. Mas, estes aspectos tão importantes, a criação e a compreensão, configuram apenas uma parte do que constitui o fenômeno literário.

• A literariedade

Compreendemos a linguagem humana como um fato essencialmente cultural, como quer que se venha a conceituar cultura.

O que deve ficar bem claro é isto: as atividades humanas são culturais, as experiências humanas são culturais, as criações humanas são culturais, e todas envolvem a presença da linguagem, mas nem toda manifestação da linguagem constitui o fenômeno literário. Esse fenômeno é marcado pela literariedade: a força transformadora da linguagem. Didaticamente, podemos estabelecer alguns padrões constituintes da literariedade:

a) Subjetividade predominante busca o universo da essência que promove a fuga da aparência e a ruptura com o código ideológico;

b) Conotação poética evidenciada refere-se à negociação dos padrões estereotipados do código linguístico – efeito de estranhamento;

c) Criatividade acentuada são representações sensórias enfatizadoras, como a rima, a matéria, a sinestesia, o ritmo, a assonância ou dissonância;

d) Estruturas gramaticais singulares, inovadoras, representações insólitas;

e) Imaginário ativado com tênues fronteiras entre ficção e realidade sem sentido definitivo ou incontestável;

f) Exigência subjacente do conhecimento de vários códigos para que aconteça a leitura vertical;

g) Plurissignificação vigorosa indica que o sentido está em quem lê/função catártica – prazer estético;

h) Força transformadora na/da linguagem, polifuncionalidade etc.

Esse conjunto de elementos apontados e outros mais que se manifestam diferentemente em cada criação evidenciam o poder literário de manifestar o que o homem e o mundo têm de atemporal, universal, essencial e eterno; características que bem sintetizam a literariedade.

• O fenômeno literário na história e na sociedade

Quer se dê conta ou não, o homem é um ser histórico; feito por uma história que o antecede e construtor da história que o sucederá.

A arte geográfica, a época, a condição sócio-político-econômica na qual os indivíduos vivem interferem na sua maneira de ver o mundo, mas é bom que se reconheça e valorize a autonomia do fenômeno literário. A identidade e a permanência do literário serão inequívocadas se o texto contiver em si o ilimitado.

Há autores cujos os textos atravessam milênios ou séculos e continuam a influenciar as estruturas sociais e a gerar mudança nas consciências individuais e também coletivamente. São os chamados clássicos. .

Vejamos o papel histórico-social do fenômeno literário como elemento indispensável da/na cultura dos povos. A literatura é ação intensa porque interfere na formação das consciências humanas.

Esperamos que o fenômeno literário esteja, cada vez mais, desvelado em sua missão cultural de despertar a potência do espirito para o serviço da transformação social, para a construção do desenvolvimento do humano.

• A gratuidade

A gratuidade é um aspecto encantador da obra de arte e, sem dúvida, muito presente no fenômeno literário.

O objetivo é deixar clara a gratuidade e para tanto façamos a diferença entre utensílio e objeto artístico: ao “criar” um utensílio, o criador já tem para esse objeto uma função predeterminada, o objeto vai “servir” para uma determinada ação e terá, por isso, um futuro proprietário que é o alvo da criação e de quem se espera uma remuneração; a essência do comércio é uma produção para um público-alvo, um público pagante.

Ao nosso redor, estão inúmeros objetos que podem ser admirados como artísticos sem que tenham sido projetados para tal, mas, se estudássemos cada caso em particular, é possível que encontrássemos nos bastidores almas de artistas em tarefas cotidianas como bordar, cozinhar ou fabricar um móvel, cuja a produção pode ser considerada a mais fina arte. Naturalmente, o fenômeno literário encontra-se incluído no que se refere à gratuidade e, enquanto função transformadora, essa gratuidade garante – deve garantir – a liberdade para criar e então mobilizar – pôr em ação – o verdadeiro sentido da grande arte: estimular a humanização do homem.

• A necessidade da arte na formação do humano

Antes das considerações que vamos fazer sobre necessidade

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