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A INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR

Por:   •  29/9/2020  •  Artigo  •  7.044 Palavras (29 Páginas)  •  271 Visualizações

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A INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR

                                         Cleomilda de Jesus Fogaça[1]

RESUMO

O presente estudo apresenta reflexões em torno da inclusão de alunos surdos no ensino regular. Dessa forma, compreende a relevância de um maior esclarecimento sobre o histórico da surdez no Brasil, a fim de melhor compreender como as crianças com necessidades educativas especiais foram tratadas ao longo do tempo. Com essa conscientização geral, busca-se também conhecimentos referentes ao contexto geral da surdez, abordando seu conceito e também maior entendimento de como ocorre à inclusão de alunos surdos no ensino regular, priorizando a importância de um conhecimento mais apurado em torno desse assunto para a realização de um processo inclusivo adequado nas instituições escolares. Assim, prioriza-se também o papel do educador nesse processo, o qual deve buscar técnicas e métodos facilitadores para tornar essa aprendizagem satisfatória, promovendo a integração desses alunos no ensino regular. Sendo assim, trata-se basicamente de uma pesquisa bibliográfica embasada em diversas literaturas alusivas ao contexto da surdez, concluindo que para compreender como ocorre o processo de inclusão de alunos surdos no ensino regular, é preciso primeiramente uma maior compreensão das reais necessidades e dificuldades desses alunos.

Palavras-chave: Inclusão. Alunos surdos. Ensino Regular.

1. INTRODUÇÃO

São várias as tentativas de colocar os surdos como parte integrante da sociedade no seu mais amplo sentido, seja na comunidade em si como na educação, no ensino regular, na universidade, dentre outros, com o objetivo de torná-los úteis e fazendo parte da sociedade em que vivem.

A necessidade de incluir vem acompanhada das dificuldades que há em se conseguir formação adequada aos educadores quando se fala em educação regular, atendimento público para surdos e aceitação de questões relacionadas à como serem capazes de ser e de conviver com qualquer outro cidadão.

Nesse sentido, a presente pesquisa se justifica a partir de uma abordagem histórica da inclusão de alunos surdos, a fim de compreender como esse processo tem acontecido durante a história, e se, esses alunos tem sido respeitados em seus direitos, tendo acesso e permanência na escola.

Dessa forma, como incluir os alunos surdos no ensino regular, de forma que estes possam ter um ensino-aprendizagem eficaz e de qualidade?

Isso só pode ser viabilizado a partir do momento em que os profissionais que atuam no ensino regular adquirirem maior conhecimento sobre os alunos com necessidades educacionais especiais, para assim saber como lidar com suas necessidades e dificuldades, intervindo de forma adequada quando houver necessidade.

Assim sendo, este estudo tem como objetivo geral analisar a inclusão de alunos surdos no ensino regular. E tem como objetivos específicos resgatar o histórico da surdez no Brasil através da pesquisa teórica, priorizar o contexto geral da surdez e demonstrar como ocorre a inclusão de alunos surdos no ensino regular.

Para isso, busca analisar as leis e autores como Behares (2000), Bueno (1998), Goldfeld (1997), dentre outros, mostrando como mudar a visão da sociedade nessa área, contribuindo para que o sujeito surdo se torne um cidadão com direitos iguais, frequentando a escola regular, trabalhando e sendo respeitado, bem como ter oportunidade de levar sua vida normal, trabalhando, bem como realizando outras atividades em sua vida cotidiana.

2. HISTÓRICO DA SURDEZ  NO BRASIL

A educação de surdos, assim como a educação em geral, ao longo dos anos passou por muitas mudanças e modificações, as quais muito favoreceram no processo ensino-aprendizagem do aluno com surdez, ampliando as suas possibilidades educativas, bem como favorecendo a inclusão dos mesmos no ensino regular.

Segundo Oliveira (2006) até final do século XV não havia escolas especializadas para surdos, sendo que pessoas ouvintes tentavam ensinar as pessoas surdas, como Giralamo Cardamo, um italiano que utilizava os sinais e a linguagem escrita e o monge beneditino Pedro Ponce de Léon, um espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios.

Foi a partir do século XVI que se iniciou uma maior preocupação voltada com a educação dessas crianças, sendo que de acordo com Lodi (2005, p. 411):

[...] a educação dos surdos teve sua origem no século XVI, a partir do trabalho desenvolvido pelo monge beneditino Pedro Ponce de Léon. Seu trabalho não apenas influenciou os métodos de ensino para surdos no decorrer dos tempos, como também demonstrou que eram falsos os argumentos médicos e filosóficos e as crenças religiosas da época sobre a incapacidade dos surdos para o desenvolvimento da linguagem e, portanto, para toda e qualquer aprendizagem.

Os trabalhos desenvolvidos com crianças surdas comprovaram que as crenças com relação à incapacidade dessas crianças eram falsas, visto que as mesmas, assim como qualquer outra criança também possuíam capacidade para desenvolver sua linguagem, bem como seu processo de aprendizagem, devendo dessa forma, serem estimuladas e motivadas para isso.

Essas ideias levam a entender a evolução histórica com relação à surdez, levando a compreender que a surdez não consiste em uma deficiência, e sim, em uma dificuldade, a qual pode ser amenizada, com técnicas e métodos que auxiliem nesse sentido.

Conforme (Moores 1978, apud LACERDA, 1998, p. 01), os primórdios da educação para alunos surdos retratam que:

Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos nãofossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos encontrados referem-se prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou inexplicáveis.

Nesse sentido, a surdez era vista como algo anormal, sendo que aquele que nascia com essa deficiência era visto como uma pessoa que não seria educável, isto é, não precisaria receber educação, pois se acreditava que o mesmo era imbecil, incapaz de aprender alguma coisa. E quando este aprendia de alguma forma, acreditava-se que teria acontecido algum tipo de milagre.

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