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EDUCAÇÃO TRABALHO E JUVENTUDE AS DIFICULDADES NO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS PUBLICAS

Por:   •  8/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.361 Palavras (10 Páginas)  •  156 Visualizações

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Educação Trabalho e Juventude as dificuldades no ensino médio das escolas publicas

        Este trabalho busca discutir a realidade do ensino médio na ótica dos professores e gestores das escolas e o que eles buscam fazer para tornar o ensino mais atrativo e a escola como lugar de destaque para a aprendizagem dos alunos para uma perspectiva de futuro melhor. As dificuldades, enfrentadas pelos educadores nos últimos anos, dificuldades essas que não se trata apenas da educação pela educação, mais sim uma crise de legitimidade na sociedade e que interfere nas instituições de Ensino. Ainda temos a questão social dos alunos jovens que estão numa dimensão de pobreza, fazendo com que a escola seja um caminho de fuga para se buscar algo melhor no futuro ou apenas uma rota de fuga por algumas horas para esse jovem se sentir confortável e não se sentir tão excluído.

        O objetivo desse trabalho foi levantar informações visando as práticas que gestores e professores das escolas públicas do Ensino médio. Com essas entrevistas e questionários foi possível compreender um pouco como está a situação dessa escola e dessa educação de jovens no ensino médio, integrada com essa reformulação do ensino médio e essa moldação do indivíduo jovem, com todo esse conjunto de conteúdos e aprendizagens que ele deve aprender e incorporar da escola e do professor, e evitar que não haja ruído entre aquilo que o professor fala e o conhecimento que a escola emite e o receptor. Mas cada vez mais o que se têm são espaços que dizem não a esse tipo de relação que se deve constituir nos espaços, apenas reproduzir o que lhe foi passado, replicar sem dá a autonomia a esse jovem de pensar e discutir suas opiniões e isso cria jovens com uma falsa sensação de protagonismo e de sua liberdade de expressão.

        Para compreender essa contradição, essa má relação, esse mal-estar entre juventude e escola não pode ser feito sem considerarmos esse conjunto de moldes de um novo contexto que tem interferido diretamente na constituição da identidade da juventude nos espaços de socialização. Há uma mudança, uma ampliação do debate que sai desse espaço recolhido que é a escola e trago esse mal-estar que existe hoje na educação, na formação da juventude e dos adolescentes, está exatamente nesse descompasso entre o que é a escola e os tempos juvenis, ou seja o tempo que se é vivido fora do espaço escolar, que irá criar esse processo de confronto, de disputa que literalmente cada vez mais a escola está sendo levada a disputar com outros espaços a atenção dessa juventude, é necessário se ter um olhar mais amplo dos contextos sociais, econômico e cultural em que esses jovens estão inseridos.

        As entrevistas e questionários adquiridos no ambiente escolar nos leva a pensar as desigualdades que se reafirma através do modelo educacional, voltada para o mercado de trabalho. A “prostituição” da educação em detrimento das perspectivas do capital econômico que pode ser percebido nas práticas de gestão de vários governos, através de maciços investimentos em áreas de conhecimento tecnológicos, voltados diretamente para grandes detentores de mão de obra e multinacionais que se apoderam do conhecimento técnico científico. As chamadas escolas de referência (EREM), por muitas vezes são paliativos com resultados “maquiados” pelos índices nacional de educação, mas é bem verdade que muitas dessas escolas conseguiram resultados positivos, principalmente escolas do interior de Pernambuco. Através dessa pesquisa tivemos um momento privilegiado em que somos inseridos diretamente na realidade do espaço escolar e seu cotidiano, o que nos leva enquanto estudantes de licenciaturas diversas, a aprender e compreender a realidade escolar.

        Na perspectiva de Pierre Bourdieu, a escola atua como um aparelho ideológico que no plano de fundo de toda sua prática democrática e formal das regras, realiza um “filtro social”. A partir do habitus, é que a instituição ESCOLA passa a ter um papel atuante. É, segundo Bourdieu, "a melhor instituição para a reprodução dos privilégios de classe, porque exerce essa função de forma velada, aparentando neutralidade". (BOURDIEU, P. 1977. P 488).  Basta observar a estrutura organizacional e curricular da escola pública (exceto escola federais e colégios militares), que se percebe o quanto o ensino é gritantemente diferenciado dos estudantes eminentes advindos de famílias de melhores condições socioeconômicas. Segundo os critérios de uma classe dominante da sociedade, fazendo-se uma transposição dessa ideia de Bourdieu, no caso do Brasil em miúdos seria, que a educação estará controlada e manipulada por aqueles que detém o poder sobre os saberes que devem ou não ser ensinados na escola pública.   As observações e experiências adquiridas no ambiente escolar, nos leva a pensar a desigualdade que se reafirma através da educação, voltada para o mercado de trabalho. A “prostituição” da educação em detrimento das perspectivas do capital econômico que pode ser percebido nas práticas de gestão de vários governos, através de maciços investimentos em áreas de conhecimentos tecnológicos voltados diretamente para grandes detentores de mão de obra e multinacionais que se apoderam através do conhecimento técnico científico.

        Perceba-se que o Parâmetro Curricular para Educação básica do Estado de Pernambuco, nega totalmente a denúncia que Bourdieu faz da instituição escolar no âmbito do ensino público, a saber; ”...A escola é portanto, o espaço por excelência de promoção de aprendizagens, o que conduz necessariamente a uma educação de qualidade que, neste caso, pretende contemplar a diversidade e a pluralidade da população de nossas escolas, reconhecendo, aceitando e valorizando as diferenças entre os estudantes, tornando-os protagonistas de seu percurso educacional. A função da escola torna-se, então, educar para o desenvolvimento das potencialidades individuais com vistas à formação de cidadãos lúcidos, solidários, participativos, criativos, abertos ao diálogo, críticos, conhecedores do seu entorno e das dimensões nacional e global, dispostos a assumirem concepções éticas, justas, sensíveis à dimensão estética das diferentes manifestações culturais, democráticos, empenhados no bem comum e no respeito à diversidade”  (Parâmetro Curriculares para Educação básica para o Estado de Pernambuco, 2012 p.54).

        Durante o período de entrevistas e de observação das experiências vivenciadas no ambiente escolar, ficou evidente que na verdade os saberes repassados, seus conteúdos e valores ideológicos não estão desvinculados das classes sociais. Sejam conteúdo ou disciplinas ensinadas, assim como também as estruturas pedagógicas desenvolvidas no sistema de ensino brasileiro, historicamente é bastante sofisticado, a nível de dissimular (pensamento pedagógico) que busca mostrar a ideia de “neutralidade” da educação. Essa dissimulação é relevante para que o acesso aos saberes (conhecimentos) limitados, não encontrem resistência.  A mestre em psicologia da educação, Lia Rosenberg protesta que:

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