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O Preconceito Linguístico

Por:   •  12/4/2021  •  Dissertação  •  397 Palavras (2 Páginas)  •  180 Visualizações

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Preconceito Linguístico

De maneira análoga, durante o período colonial brasileiro houve a convivência de diferentes etnias, esse fator contribuiu para diversas variações linguísticas do português brasileiro. Na qual, o processo de aculturação empreendido pelos colonizadores fazia com que a língua portuguesa fosse priorizada como norma padrão em detrimento das outras línguas nativas. Como reflexo dessa prática, percebe-se que a língua, ainda hoje, continua com uma conotação negativa, visto que é compreendida como instrumento de dominação social, em que se estabelecem relações de poder por meio dela.

Primeiramente é indubitável que, a formação sociocultural é consequência do preconceito linguístico, tendo em vista que tem somente uma língua padrão oficial. De acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, a sociedade incorpora, naturaliza e reproduz modelos e padrões impostos a sua realidade. Partindo desse raciocínio, o ensino educacional prioriza somente a noção correta de uma linguagem padrão da gramática normativa, corroborando, dessa maneira, para que outras variantes sejam desconsideradas, isto é, excluídas. Nessa conjuntura, a imposição da norma culta desconsidera uma composição identitária nacional baseada em multiculturalidades linguísticas e fere o livre exercício de hábitos e costumes assegurado pela Constituição Federal de 1988.

Outrossim, é factível que a ligação indissolúvel entre a língua falada e a gramática normativa estejam entre os obstáculos do preconceito na sociedade, juntamente com os fatores de desigualdade social e pouco acesso à educação. Essa realidade é observada nos meios midiáticos, quando criticam ou até mesmo ridicularizam certas falas que não estão em concordância com a norma padrão. A exemplo, no sudeste brasileiro há estereótipos preconceituosos relacionados aos nordestinos, que os caracteriza como sem intelecto, cultura e informação, apenas por praticarem diferentes formas de comunicação.

Portanto, é importante a execução de mecanismos que flexibilizem o reconhecimento da multiplicidade linguística do país. Assim, cabe ao Ministério da Educação basear-se nos princípios de Paulo Freire, com uma educação alicerçada na práxis e na humanização, a partir da inserção de matérias que abordem as diferentes variedades linguísticas do país, a fim de formar cidadãos éticos que entendam as diversidades da nação. Concomitantemente, cabe aos sistemas de comunicação, dissociar-se do preconceito em seus meios, por meio da aceitação cultural da língua, de forma a divulgar em seus veículos trechos de obras literárias como a de Guimarães Rosa, mostrando à população a riqueza dessas variantes. Posto isso, poder-se-á obter uma nação miscigenada intelectualmente e aspirante da diversidade cultural e humanizada de seus povos.

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